Redes de concessionárias crescem tanto no Brasil que já estão na Bolsa
Grandes redes de concessionárias podem deixar de ser negócio familiar para abrir capital na Bolsa de Valores

Em dezembro de 2024, a rede de concessionárias Automob abriu seu capital na Bolsa de Valores brasileira (B3). Um movimento inédito no ramo. Mas por que ainda não tínhamos visto isso acontecer antes?
Praticamente todos os grandes grupos brasileiros atuam da mesma forma: fazem parcerias com diferentes marcas para vender carros zero-km, vendem seminovos e oferecem serviços de pós-vendas (mecânica, funilaria, acessórios, consórcio, seguro etc.). Alguns até diversificam mais seu portfólio com lojas de caminhões, máquinas agrícolas, tratores. Esse é o caso da Automob, por exemplo.
Outra característica em comum é que a maioria dos grandes grupos ainda é familiar e atua regionalmente. Como exemplo, podemos citar o grupo Saga, de Goiás; Iesa, do Rio Grande do Sul; ou o Barigüi, que atua no Paraná e em Santa Catarina, conforme cita o consultor da Sequoia Estratégia, Murilo Moreno. E é justamente isso que separa a Automob dos demais.
Você pode até não conhecê-la por esse nome, mas já deve ter ouvido falar da Original ou do Grupo Green. Ambos pertencem à holding Simpar e eram agregadas pela empresa Vamos, responsável pela comercialização e aluguel de veículos. Esses dois segmentos foram divididos, dando origem à Automob, que ficou com as vendas e os serviços de concessionárias.
Com uma grande holding por trás – que, inclusive, tem outras empresas listadas na Bolsa – o caminho para a abertura de capital se torna mais simples e vantajoso. Mas isso não vale para a grande maioria.
“Noventa por cento dos grupos são familiares e isso envolve sucessão, regulações e riscos desnecessários. Então é preciso de uma estrutura muito grande e isso custa”, explica J. R. Caporal, presidente da Auto Avaliar. Mas ambos os especialistas concordam que há grupos preparados para fazer essa transição, como Saga, Barigüi, Águia Branca e Caoa, por serem mais estruturados.