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Para-brisa trincado tem conserto? Saiba quando é hora de trocar

Reparo do para-brisa pode ser opção mais viável para trincas, mas é preciso estar atento à qualidade do serviço e às regras para não tomar multa

Por Da Redação
2 dez 2023, 10h48
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  • É quase um rasgo no coração. Aquela trinca que aparece impiedosa no para-brisa do veículo entristece a alma de qualquer motorista. Mas, conforme for o estrago, dá para afagar a angústia. Mesmo assim, é preciso ter alguns cuidados.

    De cara, é necessário ter ciência de que se você levar o carro a uma concessionária, esqueça um reparo. Independentemente do tamanho da trinca no vidro dianteiro, a ordem das montadoras é fazer a troca do para-brisa.

    “Em caso de trinca, a montadora vai trocar a peça. Para-brisa não tem recomendação de recuperação de trinca”, explica Marco Colosio, engenheiro especialista em materiais e diretor da SAE Brasil São Paulo.

    Porém, existem diversos serviços independentes de recuperação de para-brisa. São lojas que aplicam técnicas que prometem estancar e consertar aquela fissura no vidro. Só que não é qualquer trinca que está apta a ser reparada.

    Segundo Mateus Rodolfo, gerente da União Vidros e Som Automotivo, que tem lojas em Araraquara, Matão e Mogi Guaçu, todas no interior paulista, os reparos são possíveis em dois casos. Em “pique”, quando uma pedrinha ou objeto não chega a perfurar o vidro e deixa apenas um machucado superficial.

    A outra possibilidade é para trincas que não excedam mais ou menos os 3 cm de comprimento. Como boa referência, se a trinca no seu vidro teve muito mais que o diâmetro de uma moeda de R$ 1, já era.

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    “O reparo só é indicado quando se faz do meio para o lado direito do para-brisa e quando o tamanho da trinca tem de 2 a 3 centímetros, no máximo. Excedeu isso, não há recomendação de conserto”, explica Mateus.

    A observação sobre o lado da rachadura diz respeito à legislação. É proibido trafegar com o vidro trincado no lado do motorista, assim como fazer reparo em danos nesta área do para-brisa (entenda melhor no quadro abaixo). Já sobre o tamanho da fissura é por motivos técnicos do reparo.

    Trincou o vidro, e aí?

    Antes de chegarmos aos métodos de conserto dos vidros, é importante que o motorista também esteja atento. Se, ao trafegar com o carro, o para-brisa trincar, o ideal é estacionar o veículo imediatamente e colocar uma fita adesiva sobre a trinca pelo lado de fora.

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    “Toda trinca vai crescer mais cedo ou mais tarde, conforme a frequência de vibração do veículo, da movimentação e até do sol. Colocar uma fita para segurar esse início da trinca até levar para o serviço de reparo já minimiza maiores danos”, orienta Marco Colosio, da SAE.

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    “O certo é colocar a fita adesiva e levar o quanto antes para o reparo. A fita é como se fosse um curativo provisório do machucado, para evitar que fique exposto a qualquer tipo de sujeira ou partícula e não atrapalhar a aplicação da resina posteriormente”, faz coro Mateus, da União Vidros.

    Como funciona o conserto do para-brisa?

    A resina é o material básico que vai servir a esse tipo de conserto do vidro dianteiro. Isso porque o para-brisa é laminado, ou seja, um vidro composto por duas lâminas unidas por uma resina.

    No caso de uma trinca externa pequena, o conserto consiste em perfurar a área com uma broca fina especial e fazer uma injeção de resina por pressão nessa fenda. Depois, é aplicada luz ultravioleta, que provoca uma reação na resina. Esta fica rígida, completa as lacunas da rachadura e para a fissura.

    Esse tipo de serviço leva de 30 a 40 minutos, conforme o tamanho da trinca e o vidro, e custa de R$ 100 a R$ 180, dependendo da loja e da cidade. No caso do pique, o reparo é mais simples, leva 20 minutos.

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    “O pique não chega a perfurar o vidro, só ocorre uma lasca e não corre o risco de abrir. É como fazer um curativo e não tem perfuração. Com uma gotinha de resina e a ultravioleta, tira-se aquela ondulação e deixa-se a superfície nivelada”, diz Mateus.

    Risco de quebrar o para-brisa

    Os serviços de reparo de vidro automotivo geralmente oferecem garantia de seis meses. Porém, as lojas costumam alertar sempre aos clientes que há o risco de, durante o conserto, o para-brisa se quebrar, mas tais ocorrências são raras, segundo os profissionais que atuam nesse mercado.

    Uma pedra levantada pelo carro que ia à frente condenou o para-brisa. Com seguro de vidros, pagamos só a franquia, R$ 110, mas na autorizada ele custaria até R$ 4.538

    Para o engenheiro Marco Colosio, porém, o serviço é paliativo. Mesmo com o reparo, uma hora aquela trinca vai se expandir. “Com o tempo a resina vai se deslocar da região. Mais cedo ou mais tarde vai crescer. E quanto maior o defeito, maiores tensões naquela região do para-brisa”, alerta o diretor da SAE Brasil.

    Para-brisa suporta marretadas?

    Também não existe um produto milagroso que possa ser aplicado no vidro. Os produtos disponíveis têm mais finalidade estética e de repelir sujeira do que de proteção contra tais trincas.

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    Mas uma película especial (e cara) pode proteger o para-brisa e as demais janelas do veículo. A aplicação pode custar de R$ 3.000 a R$ 4.000 em todo o automóvel, mas, ao contrário dos filmes comuns – que só escurecem –, esse revestimento, chamado também de antivandalismo, promete resistir até a marretadas. O para-brisa de um hatch compacto, por exemplo, custa entre R$ 600 e R$ 1.000. 

    “Forma uma película super-resistente, que gruda no vidro. E não permite que um pequeno defeito se propague”, explica Marco Colosio.

    Regras e cuidados para troca do para-brisa

    O que diz a Lei?

    O Código de Trânsito Brasileiro (CTB), em sua Resolução 216, permite, no máximo, dois danos em um para-brisa. Além disso, a trinca não pode ultrapassar 10 cm de comprimento ou 4 cm de diâmetro. Também não pode estar dentro da área de visão do motorista, nem a menos de 2,5 cm das bordas. Qualquer coisa que exceder esses limites é considerada Infração Grave, com 5 pontos na CNH e multa de R$ 195,23.

    Trincas

    As lojas prometem reparar piques ou trincas com até 3 cm de diâmetro. Os serviços custam entre R$ 100 e R$ 180, levam até 40 minutos e podem ter garantia de seis meses a um ano, conforme o estabelecimento.

    Fita adesiva

    Aplicar uma fita adesiva de qualidade na rachadura logo após o dano ocorrer pode evitar danos maiores ao para-brisa. Mas é preciso ir logo a um serviço de reparação ou fazer a troca de toda a peça.

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    Película nos vidros

    Os filmes para vidros automotivos comuns só escurecem a superfície envidraçada. Contudo, há películas especiais que resistem a pedradas e marteladas e que podem ser aplicadas em todas as janelas. Custam entre R$ 3.000 e R$ 4.000.

    Aquela mão no vidro…

    Quem nunca espalmou a mão no vidro trafegando em uma estrada enquanto um caminhão levanta pedrinhas que batem impiedosamente no para-brisa? Tecnicamente, essa prática provoca de fato um efeito de amortecimento no para-brisa, mas não vai proteger contra uma quebra.

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