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O que diz a lei sobre a instalação de películas nos vidros de carros?

A qualidade do Insulfilm evoluiu: se pagar barato, não terá as devidas proteções anti-vandalismo e contra o calor dos raios ultravioleta ou infravermelho

Por Guilherme Fontana Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 abr 2024, 04h00
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  • Toda vez que chega o verão, naqueles engarrafamentos em que o motorista luta para fazer o ar-condicionado dar conta do recado, é que se lembra da película nos vidros. Se ela estiver desbotada, cheia de bolhas, roxa, pode ter certeza de que aquela função que você imaginava, de proteger da panela de pressão do nosso dia a dia, já era.

    Se você pensou em trocar o revestimento dos vidros, saiba que as películas (ou Insulfilm, que é uma marca de película) evoluíram muito nos últimos anos. Nanotecnologia e outras inovações trouxeram ainda mais eficiência a estes revestimentos, que melhoraram o conforto térmico a bordo e o nível de proteção contra vandalismo.

    Ao mesmo tempo, é importante saber que essa tecnologia também cobra seu preço. Aquela aplicação de película que custa R$ 100 muito provavelmente só tem função de privacidade. Qualquer filme com nível de proteção contra raios ultravioleta (UV) ou infravermelho (IV), ou anti-vandalismo, vai custar, pelo menos, umas três vezes mais.

    Só que são produtos com elevada eficiência na proteção ao calor. E que oferecem vida útil maior que revestimentos simples de segunda linha. Além de terem garantia de fábrica.

    “As películas automotivas ganharam vários atributos em sua construção, que melhoraram a durabilidade, o nível de proteção e a eficiência. A partir dos anos 2000 surgiu a nanotecnologia, que evoluiu muito na proteção contra os raios solares e a tendência é que essa evolução continue”, explica Marina Vilela, da 3M Brasil.

     

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    Películas para vidros estão mais tecnológicas e seguras (Divulgação/Divulgação)

    A 3M foi uma das pioneiras, ainda na década de 1960, em filmes para vidros, tanto para aplicação imobiliária como automotiva. Porém, as películas metalizadas do passado estão cada vez mais em desuso. Elas ainda existem, mas novos revestimentos sem metal ganharam o mercado justamente por não interferir em sinais, seja de GPS, celular, tags de pedágio ou mesmo o controle remoto da garagem.

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    Qual película fica escura por fora e clara por dentro?

    Os filmes mais básicos também aumentaram a eficácia. Podem reduzir em até 60% a energia solar e rejeitar em até 99% os raios IV. Outros mais sofisticados, à base de carbono e cerâmica, possibilitados pela nanotecnologia, vão além.

    Para início de conversa, têm um nível de transparência maior e não são tão escuros para quem está dentro do veículo. Além disso, o conforto térmico que proporcionam é superior. Podem bloquear até 95% do calor e rejeitam quase a totalidade dos raios ultravioleta e infravermelho.

    “O nanocarbono e a nanocerâmica revolucionaram o mercado. Além do bloqueio de calor superior, trouxeram nitidez óptica. Uma película comum, de 5% [a película G5], à noite atrapalha muito. Com essas novas tecnologias, o vidro está escuro por fora, mas para quem está dirigindo parece que não tem nem película”, diz Junior Rucireta, presidente da Multifilmes Franchising, especialista em películas para vidros.

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    Como são as películas antivandalismo?

    Juntamente com a evolução na proteção contra o calor, há, ainda, a evolução no que diz respeito à proteção. As películas também se tornaram antivandalismo. Elas são capazes de resistir mais a impactos, especialmente na tentativa de arrombamentos. Não que as películas evitem que os vidros sejam quebrados. Até porque isso varia conforme o objeto que está sendo usado e o tipo de impacto. Contudo, resistem mais.

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    Além das tecnologias que tornaram as películas mais espessas e resistentes, os adesivos com base acrílica usados para a adesão do filme ao vidro também fazem a diferença nessa função de proteção.

    “O adesivo deve ser mais espesso e tem papel importante para deixar a estrutura construída quando esse vidro quebra. Quanto mais qualidade ele tem, maior resistência ele vai oferecer e melhor a absorção de impacto”, destaca Marina, da 3M Brasil.

    Isso faz a diferença até no tempo em que o vidro pode resistir a qualquer tentativa de roubo ou ato de vandalismo. As películas mais recentes, com nível de proteção PS4000, também usam nanotecnologia com camadas de policarbonato, que dão mais elasticidade e prometem melhor absorção de impacto.

    Segundo Junior, da Multifilmes, a película antivandalismo aumenta o tempo de rompimento do vidro. “Se o bandido conseguia quebrar o vidro em cinco segundos, essa resistência aumenta para três, quatro minutos. Dependendo do objeto, talvez nem consiga quebrar, pois o nanopolicarbonato aumenta em até dez vezes a resistência.”

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    O futuro nos revestimentos de vidro ainda reserva uma tecnologia que o próprio motorista poderá controlar. As chamadas películas eletrônicas virão com um recurso no qual o usuário poderá ajustar a intensidade da transparência por controle remoto.

    Como em um dimmer para lâmpadas, o dono do carro regula o nível de “escuridão” ou opacidade do vidro, ou mesmo “desliga a película”. A tecnologia já é aplicada no segmento de arquitetura há, pelo menos, três anos. E no exterior começou a ser usada nos carros. “Além de ter proteção antivandalismo, ela é como uma tela de LCD que liga e desliga”, afirma Junior, que já iniciou testes para oferecer o produto em 2024.

    O que diz a nova lei do insulfilm?

    Enquanto essa tecnologia não chega, o motorista precisa estar atento ao que determina a lei. A Resolução no 989/2022 do Contran, em vigor desde o início de 2023, estabelece que o limite da transparência da película nos vidros seja de 70% – antes, o máximo permitido era de 75%.

    A regra vale para o para-brisa e as janelas dianteira, ou seja, as que impactam diretamente a visão do motorista. Quer dizer que para os vidros dianteiros estão permitidas as películas G70, que bloqueia 30% dos raios solares e garante os 70% de transparência exigidos por lei.

    A demonstração de como são os insulfilm G5, G20, G35, G50 e G70
    A demonstração de como são os insulfilm G5, G20, G35, G50 e G70 (Reprodução/Internet)
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    Nos demais vidros, a exigência de transparência mínima de 28% deixou de existir. Ou seja, não há mais limite para os vidros que não impactam a visibilidade do condutor, mas vale o bom senso.

    Em seu Artigo 230, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) prevê, para veículos com películas nos vidros fora do determinado por lei, multa no valor de R$ 195,23, 5 pontos na CNH e retenção do veículo.

    Qual é o valor do insulfilm?

    Claro que tanta evolução tem seu preço. as películas mais tecnológicas podem custar até 1.000% a mais que um revestimento simples. Em média, os filmes básicos de primeira linha custam de R$ 300 a R$ 400 em um veículo compacto ou médio de quatro portas e têm de um a cinco anos de garantia.

    Para o mesmo modelo, a película com nanocarbono pode custar de R$ 1.000 a R$ 1.200. Já as de nanocerâmica de primeira linha podem partir de R$ 1.800 e chegar a R$ 3.000. Porém, geralmente oferecem garantia de dez a 15 anos.

    Ao mesmo tempo, o dono do carro deve ficar atento na hora de colocar a película. Procurar estabelecimentos confiáveis, marcas de qualidade – existem muitas cópias de segunda linha, inclusive de cerâmica e carbono – e sempre exigir a nota fiscal e o termo de garantia.

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    “É importante pesquisar mais sobre empresas instaladoras do que a marca do produto. Muitas lojas não instalam a marca que foi vendida de fato. E, grosso modo, para o consumidor, o produto instalado não tem diferença por fora”, orienta Junior.

    Marina Vilela, da 3M, alerta também para o momento da instalação. Observar se não ficaram bolhas ou rugas no filme. E também se não surgiram outras falhas logo após a colocação. “Se começar a aparecer bolha ou o revestimento desbotar e ficar opaco, pode sinalizar uma falha no adesivo ou na película em si”, salienta a executiva.

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