O filtro de ar esportivo oferece ganho de ronco e potência, mas também oferece riscos ao motor? – Luiz Henrique Portari, Guarulhos (SP).
É verdade que o ronco aumenta, mas o ganho de potência depende muito de cada caso e costuma ficar abaixo de 3%. A característica básica desses filtros é apresentar menor resistência ao fluxo de ar em altas rotações. Em baixas rotações, seu efeito é desprezível.
Entretanto, em qualquer um dos dois regimes ele pode permitir maior entrada de poluentes sólidos no motor, o que pode danificá-lo. Claro que, se o veículo rodar só em ambientes urbanos, o risco é bem menor do que num carro que trafega em estradas de terra. Afinal, o fabricante do veículo projeta o filtro original para suportar sempre as condições extremas.
Na edição de janeiro de 2005, QUATRO RODAS testou o filtro esportivo da marca K&N, cujo ganho de potência prometido para uma Marea Weekend 2.4 era de 8% a 10%. Após o teste em dinamômetro, o aumento não passou de 1,4%.
Já em novembro de 2008 testamos o filtro Kit Air Cool, que prometia aumento de potência de cerca de 8%. Com um Celta 1.0 flex 2008 abastecido com álcool, a melhoria máxima registrada em dinamômetro foi de 3%.
Alguns motoristas chegam a retirar o filtro para reduzir a restrição à admissão de ar, porém não usar filtro de ar é nocivo ao motor, que poderá aspirar todo tipo de particulados, como areia ou poeira, que irão se alojar nas bronzinas, nos anéis e outros componentes, podendo danificá-los.
E vale lembrar: ao se colocar um filtro esportivo, que em geral não é recomendado pela montadora, o veículo pode perder a garantia de fábrica.