Correio técnico: como é feito o crash test lateral?
Colisão simula o impacto de um veículo de 950 kg a 50 km/h
Como é feito o ensaio de crash test lateral? Como funciona essa pontuação? – Maicon Ferreira – Fortaleza (CE)
No teste de segurança mais conhecido no Brasil, feito pelo Latin NCAP, há dois ensaios de impacto lateral. O primeiro envolve a colisão de um carro de choque (aríete) deformável que simula o impacto de um veículo de 950 kg a 50 km/h.
O outro teste projeta o carro a ser avaliado contra um poste fixo, como em situações onde o automóvel perde o controle antes da batida.
Esses testes são de grande importância para a segurança, de acordo com Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP. “O corpo humano não foi desenvolvido para resistir a impactos laterais porque, biologicamente falando, caminhamos para a frente”, diz.
“Somado a isso, na batida lateral há pouco espaço para se colocar materiais e airbags grandes para absorver energia e oferecer proteção aos ocupantes”, afirma.
A avaliação do Latin NCAP classifica a segurança dos carros atribuindo pontos em uma escala que vai de 0 a 16, de acordo com os danos causados aos ocupantes (nos ensaios são usados manequins dotados de sensore) do veículo.
As notas para cada teste de colisão são compiladas em uma média de 0 a 5 estrelas, na qual zero é a pior nota possível e 5 é a classificação mais alta.
Um novo protocolo de avaliação está em vigor desde janeiro de 2016, premiando os veículos com mais itens de segurança.
O controle eletrônico de estabilidade (ESP) agora é um requisito para que sejam concedidas as maiores notas ao veículo testado, de quatro e cinco estrelas.
Assim, uma avaliação cinco estrelas demanda as seguintes condições: que o veículo tenha obtido ao menos 27 dos 32 pontos possíveis nos testes, controle eletrônico de estabilidade e aprovação no teste de poste.
A presença de tecnologias mais avançadas, como sistema de proteção a pedestre e frenagem automática de emergência, são premiadas à parte.
As mudanças alterariam o resultado de modelos avaliados antes da nova metodologia entrar em vigor, caso voltem a ser testados.
Foi o que aconteceu com o Chevrolet Onix. O veículo, que é o mais vendido no Brasil há dois anos, já havia sido avaliado no teste de colisão frontal em 2014, obtendo três estrelas para a proteção de adultos.
O segundo teste classificou o hatch com zero estrela no teste de proteção para adultos e três estrelas (entre cinco possíveis) na proteção para crianças.