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Crash-test compara a segurança dos carros de hoje com os de 1997

Testes mostram grande evolução nas capacidades de absorção e deformação dos veículos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
3 fev 2017, 16h36

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=sUs-h23sp7M&w=680&h=383]

No vídeo acima, quando o Rover 100 ano 1997 encontra a barreira deformável a 64 km/h, o motor assume o lugar dos passageiros, as rodas se deslocam junto das torres dos amortecedores e transformam as portas dianteiras em traseiras. O airbag (único) infla de encontro à orelha esquerda do pobre dummie, pois a coluna de direção se deslocou – e certamente o volante atinge o tórax do boneco, ignorando a bolsa de ar.

Volkswagen Polo
Primeiro Volkswagen Polo em seu teste de colisão em 1997: três estrelas de quatro possíveis (Divulgação)

Este era o cenário assustador dos primeiros testes de colisão realizados pelo Euro NCAP, publicados em fevereiro de 1997. Além do Rover, que recebeu apenas uma estrela das quatro possíveis, foram testados os Fiat Punto, Nissan Micra, Opel Corsa e Renault Clio, que conseguiram duas estrelas, e os Ford Fiesta e Volkswagen Polo, que receberam três. 

Renault Clio
O primeiro Renault Clio, que chegou a ser vendido no Brasil, recebeu duas estrelas de quatro possíveis em 1997 (Divulgação)
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Comemorando duas décadas de testes de colisão, o Euro NCAP refez o teste do Rover 100. E também testou o Honda Fit para mostrar como os automóveis evoluíram – muito em virtude dos testes desse tipo. Os vídeos falam por si só: 

[youtube=https://www.youtube.com/watch?v=pwGgRUkrnng&w=680&h=383]

O parabrisas do Honda sequer estilhaça com a colisão. A coluna “A” não entorta e a porta-lateral sequer se move. O Rover fica literalmente sem parabrisas e teto e assoalho mimetizam uma sanfona. A única surpresa está no airbag, que funcionou mesmo após tantos anos (sem ter passado por recall para reparo nos airbags, ao contrário dos Takata usados pelo Honda).

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Fica provado que a evolução dos automóveis nas últimas duas décadas não se resume ao design, aos motores mais potentes e a lista de equipamentos (opcionais e de série) quase infinita.  

Os aços usados na construção evoluíram, as técnicas e até as soldas usadas também. Só os crash-tests deixam evidente que os aços mais fortes precisam estar nos locais certos (na parede corta-fogo, nas colunas, no assoalho) e não nos para-lamas e capô.

Honda Fit 2015
Honda Fit 2015: nem parece que a colisão foi nos mesmos 64 km/h (Divulgação)
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Nestes 20 anos de testes o Euro NCAP deu perda total em 1.800 carros em crash-tests que custaram ao todo 160 milhões de euros. O órgão estima ter ajudado a evitar 78.000 mortes em acidentes. Tão importante quanto isso foi a conscientização do consumidor europeu, que hoje considera a nota recebida pelo veículo no teste antes de uma compra.

No Brasil ainda é raro encontrar alguém que decida uma compra pela nota em crash-tests. O órgão responsável pelos testes de colisão de carros vendidos aqui é o Latin NCAP, que ainda é recente: foi criado no final de 2010. Você pode ver as notas de todos os carros testados por eles aqui.

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