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Como as montadoras fazem a medição de potência de um motor?

Fabricantes utilizam dinamômetros de bancada, diferentes dos dinamômetros de rolo das oficinas

Por Da Redação
Atualizado em 3 Maio 2021, 16h41 - Publicado em 16 mar 2017, 14h37
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  • Motor BMW em um dinamômetro
    (divulgação/BMW)

    Qual dos dinamômetros fornece dados próximos dos reais, os que medem pelas rodas ou pelo motor? E de onde vêm os números fornecidos pelas montadoras? – Vinicius de Andrade Rossello, São Paulo (SP).

    Na evolução do projeto de um motor, são feitas simulações em computador para avaliar a potência que deverá ser gerada. Uma vez satisfeitos os requisitos teóricos, é construída uma pré-série de motores da qual alguns irão para avaliações de desempenho e durabilidade.

    Os testes são feitos em dinamômetros fixos, de bancada, em condições determinadas por normas que definem desde o combustível e a temperatura do ar de admissão até os acessórios a serem acoplados ao motor.

    As normas (NBR, ISO e SAE) atuais para determinação da potência líquida exigem que o motor seja testado com todos os acessórios necessários para seu funcionamento, como filtro de ar, bomba de injeção, ventilador, alternador e sistema de descarga de gases completo.

    Por trás de todo esse emaranhado, há um motor de Mercedes-AMG GT sendo testado em um dinamômetro de bancada
    Por trás de todo esse emaranhado, há um motor de Mercedes-AMG GT sendo testado em um dinamômetro de bancada (divulgação/Mercedes-Benz)
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    No passado, a potência divulgada era apenas a bruta, que era obtida sem esses acessórios. É por isso que o Dodge Charger R/T tinha nos anos 70 215 cv, que era a potência bruta (pelo critério de potência líquida, ele teria 145 cv). Após um número de testes que gere confiança estatística nos valores de potência, torque e consumo específico, entre outros, são homologados para divulgação ao mercado.

    O dinamômetro de motor (bancada) e o de chassi (roda) são bancos de provas distintos para diferentes avaliações. Os números de potência e torque divulgados pelas montadoras são obtidos em dinamômetro de bancada, no qual o motor é medido isoladamente, fora do veículo. Nele, os sistemas de refrigeração e de escape são os do próprio dinamômetro e a medição é feita diretamente no motor.

    No dinamômetro de rolo ou de chassi, a potência é medida na roda e aí o número é menor, pois há perdas geradas pela transmissão, pelo atrito do pneu no piso, pela movimentação da bomba de água do carro ou pela restrição do escapamento do veículo.

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    Uma Fiat Marea Weekend 2.4 em teste de dinamômetro de rolo
    Uma Fiat Marea Weekend 2.4 em teste de dinamômetro de rolo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    As perdas por atrito estão principalmente na caixa de câmbio (entre 1,4% e 2%, na média) e no diferencial, com 13% quando o motor for dianteiro longitudinal e a tração, traseira, já que o eixo cardã é perpendicular aos semieixos. Em carros com motor dianteiro transversal, as perdas na transmissão são menores.

    Os dinamômetros de roda podem ser programados para simular a resistência do ar ou maior pressão aerodinâmica, mas são muito sensíveis: se um pneu em contato com o rolo estiver mal calibrado, o resultado já pode ter sido comprometido, pois a resistência dos rolos ao esforço para girá-los será alterada.

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    Vale lembrar também que dois automóveis que tenham as mesmas características técnicas podem apresentar pequenas diferenças de potência, devido à variação que existe normalmente entre um produto e outro fabricado numa linha de montagem.

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