Com fiscalização da ANP suspensa, veja como evitar golpes nos postos de combustíveis
Enquanto o controle diminui e a mistura de etanol sobe, o consumidor precisa ficar atento a golpes comuns nos postos de combustível

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), responsável por fiscalizar a qualidade dos combustíveis vendidos no Brasil, divulgou que, por estar com o orçamento reduzido, já diminuiu o número postos fiscalizados e suspenderá sua por completo sua fiscalização de postos no mês de julho. Sem agentes fiscalizando os postos brasileiros, há um risco iminente de fraudes — como adulteração de combustíveis e manipulação de bombas.
Além disso, o governo federal está em discussão para que ocorra um aumento na quantidade de etanol anidro que é misturado na gasolina — como forma de reduzir custos e aumentar a participação de combustíveis renováveis –, o que deverá acontecer até agosto. Hoje, a proporção é de 27%, mas a meta é chegar a 30% nos próximos meses.

A mudança, somada à redução na fiscalização, pode abrir espaço para que alguns postos adulterem a mistura de etanol. Em um momento como esse, cabe ao consumidor procurar meios de se proteger de possíveis golpes.
Veja a seguir oito atitudes simples que ajudam a evitar prejuízos na hora de abastecer o carro:
1. Dê preferência a postos de bandeiras conhecidas
Postos com bandeiras reconhecidas passam por auditorias internas e, por isso, contratos mais rígidos com distribuidoras — o que reduz a chance de fraudes. Isso não significa que postos independentes sejam sempre problemáticos, mas, se você não conhece o local, o risco de receber combustível adulterado é maior.
2. Desça do carro e observe o ambiente
Antes de abastecer, observe os funcionários: estão uniformizados, bem apresentados e prestam atendimento atencioso? O posto exibe placa de autorização da ANP, com nome fantasia, CNPJ e horário de funcionamento? Esses itens são obrigatórios e ajudam a identificar se o local segue regras básicas de operação.
3. Avalie o estado das bombas
Verifique se os lacres e selos de integridade estão intactos. Eles estão localizados nas conexões das mangueiras, bocais e dispositivos de medição e indicam que não há adulteração na bomba. As bombas também devem exibir o selo do Inmetro, que comprova que passaram por testes e estão funcionando dentro do padrão.

4. Observe a bomba desde o início
Antes que o frentista inicie o abastecimento, confira se o visor da bomba está zerado. Acompanhe o valor e a quantidade de litros, isso evita o que é denominado “golpe da bomba manipulada”, que mostra no visor um volume maior do que efetivamente foi entregue.
5. Peça sempre a nota fiscal
A nota fiscal registra o CNPJ do posto, data e tipo de combustível abastecido, além de exigir que o produto tenha procedência clara. Ela pode ser usada em eventuais reclamações, inclusive judiciais, caso seu veículo apresente problemas após o abastecimento. Esse é um dos principais instrumentos de proteção do consumidor.
6. Desconfie de preços muito baixos
Com os valores dos combustíveis estarem aumentando cada vez mais e a possibilidade de acrescentarem ainda mais etanol na mistura, promoções muito agressivas podem ser um sinal de alerta. Os postos que oferecem gasolina muito abaixo da média regional podem estar vendendo um produto adulterado — com solventes ou excesso de álcool acima do permitido.
7. Fique atento ao rendimento do carro
Uma das formas mais simples de perceber que o combustível está adulterado é observar o consumo do veículo. Se, logo depois de abastecer, você perceber queda brusca na autonomia ou falhas no funcionamento, pode ser um indicativo de mistura irregular, com excesso de etanol ou produtos não permitidos.
8. Avalie a aparência e o cheiro do combustível
Embora nem sempre seja possível, alguns frentistas podem permitir uma amostra do combustível. A gasolina comum deve ter uma coloração amarela e não pode estar turva. O cheiro muito forte, que lembre solventes ou álcool em excesso, também pode ser um sinal de alerta.