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Vídeo: Fiat Fastback 1.0 é maior, mais rápido e mais econômico que o Pulse

Versão mais potente e equipada com o motor 1.0 turbo, Fastback Impetus supera o Pulse em desempenho e até em consumo. Mas sinaliza limitações do projeto

Por Henrique Rodriguez I Fotos Fernando Pires
Atualizado em 20 nov 2022, 18h51 - Publicado em 6 out 2022, 17h00

Convenhamos: o nome não poderia ser mais honesto. Fastback é como se chamam as carrocerias que integram o teto e o porta-malas em uma linha única, com uma divisão bem sutil entre os volumes. E, se essa traseira com caimento quase contínuo é a parte mais importante, nada mais justo do que apresentar este Fiat de trás para a frente.

A inspiração vem de 2018, do carro-conceito de mesmo nome apresentado no (último) Salão do Automóvel de São Paulo, que ensaiava a mesma linha de perfil, mas sobre a plataforma da Fiat Toro.

Fiat Fastback
A enorme tampa traseira facilita o carregamento do porta-malas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A repercussão foi ótima, mas na hora da execução houve o desafio de portar aquelas linhas para uma plataforma menor, do Pulse, que empresta toda a estrutura até o final das portas dianteiras.

As portas traseiras têm o mesmo corte das usadas no Cronos, mas não são idênticas porque a linha de cintura foi levemente elevada para se alinhar com os volumosos para-lamas traseiros. Só não são tão volumosos quanto as molduras das caixas de roda, que fazem as rodas de 18 polegadas parecerem pequenas.

Fiat Fastback
Molduras largas fazem as rodas aro 18 parecerem pequenas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O vinco que começa nas portas, corta a coluna, definindo o volume da traseira e se transforma em uma espécie de aerofólio na base do vidro traseiro.

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Fiat Fastback
Faróis full-led usam as luzes diurnas como sinais de direção (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Há outro proto-aerofólio acima do vidro traseiro. Tudo faz parte da enorme tampa traseira que facilita o acesso ao porta-malas com 516 litros de capacidade. São só 9 l a menos que o do Cronos, que tem tampa menor e alças que prejudicam o aproveitamento. A capacidade de carga é de 400 kg.

As lanternas estreitinhas têm muito de BMW X4 e X6, este último o precursor da onda de SUVs cupês 14 anos atrás (antes, houve o Ssangyong Actyon, mas fez pouco sucesso).

Fiat Fastback
Console mais alto e largo limita o espaço para as pernas de quem vai na frente (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O para-choque é grande e ainda recebe uma curiosa peça preta, saliente, que simula um extrator ao mesmo tempo que aloca os sensores de estacionamento. Sobre eles fica um friso prateado que emula falsas saídas de escape.

Se você acha que a frente do Fiat Fastback é inédita, saiba que ela vem do Pulse Abarth, apresentado no início do ano e que será lançado até dezembro.

É uma frente com faróis exclusivos, que são full-led, para-choque com tomadas de ar laterais (que realmente levam o ar até as caixas de roda) e com os faróis de neblina de led escondidinhos na tomada de ar inferior.

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Fiat Fastback
Painel muda de cor com modo Sport ativado e ganha informações de desempenho (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nesta versão Impetus, especificamente, as molduras das tomadas de ar e a barra sob o capô imitam aço escovado – combinando com o cromado na base das janelas laterais.

Os elementos verticais na frente dão a impressão de que o Fastback é mais alto, mas sua altura livre do solo é de 19,2 cm, ou 0,4 cm a menos que no Pulse. Por outro lado, o Fastback é 34 cm mais comprido: são 4,43 m, ou 3 cm a mais que um Compass.

Mas tem meros 2,53 m de entre-eixos, menos que os 2,54 m do Citroën C3.Na tentativa de aumentar a sensação de espaço no banco traseiro, fizeram o encosto mais inclinado. O corpo fica mais relaxado, mas o espaço ainda é pequeno para o segmento. Há saída de ar-condicionado traseira que a Fiat fez questão de colocar no console central.

Como o painel é igual ao do Pulse, com os mesmos quadro de instrumentos digital, central de 10,1 polegadas (ambos de série a partir da versão Impetus) e porta-luvas desalinhado, o console também é responsável por dar um ar de novidade à seção dianteira da cabine.

Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
Fiat Fastback
Fastback tem ar-condicionado digital, ajuste de profundidade da direção e freio eletrônico de série em todas as versões (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esse console é mais alto e tão largo que chega a roubar espaço lateral para as pernas do motorista e ainda avançar sobre o banco do carona, dificultando inclusive o acesso à fivela do cinto.

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Nele estão o carregador sem fio para smartphones (ventilado, como o do Renegade), um porta-copos removível, com um compartimento sob ele, e os botões para o freio de estacionamento e para a função do freio auto-hold.

Os dois sistemas exigiram um desenvolvimento exclusivo junto à fornecedora Continental, pois a oferta desses itens de conforto com freios traseiros a tambor é algo raro no mundo todo. Contudo, não investiram para oferecer mais que quatro airbags (frontais e laterais dianteiros) quando os rivais diretos têm seis.

Ainda existem outros sistemas como assistente de permanência em faixa, frenagem de emergência e farol alto automático de série, mas não há piloto automático adaptativo.

Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Fiat Fastback

Estabilidade invejável

A constante remissão ao Pulse é inevitável. As versões Audace e Impetus usam a mesma mecânica do SUV menor: o motor de três cilindros 1.0 GSE Turbo, que entrega até 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque, e o câmbio do tipo CVT com simulação de sete marchas fornecido pela Aisin.

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O mais curioso é que este conjunto rende ainda melhor no SUV cupê. Há a opção muito mais potente, mas o motor menor se garante.

O Fiat Fastback se defende muito bem com o motor 1.0 turbo. Acelera rápido e tem boas retomadas, que até melhoram no modo Sport, que faz o motor trabalhar mais cheio e a direção ficar ainda mais pesada quando em alta velocidade. Para manobras em baixa velocidade, a direção fica bastante leve, no entanto.

Fiat Fastback
Revestimento dos bancos imita couro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Algumas sensações, porém, se repetem. Esse motor tem uma vibração característica e que não é totalmente filtrada, e o câmbio parece dar pequenos golpes em acelerações e retomadas.

Mas há melhora no isolamento acústico dentro da cabine, mesmo que continue sem manta sob o capô do motor. Ainda que seja maior e até um pouco mais pesado, o Fastback Impetus foi mais rápido e econômico que o Pulse em configuração equivalente em nosso teste.

Fiat Fastback
Espaço traseiro é apertado mas porta-malas é grande (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Cravou 0 a 100 km/h em 9,6 segundos, rompendo os 1.000 m a 169,2 km/h. O Pulse, também testado com gasolina, cravou 9,9 s e 162,1 km/h aos 1.000 m. A melhora no consumo beira um ganho de 2 km por litro. O SUV cupê tem médias de 12,3 km/l no ciclo urbano e 16,2 km/l no rodoviário. O irmão fez 10,4 km/l e 14,2 km/l em nossas medições, respectivamente.

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Fiat Fastback
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A aerodinâmica melhor e uma possível resistência menor dos pneus (Pirelli no Pulse e Continental no Fastback) podem ter contribuído para isso.

A suspensão também recebeu uma atenção especial da engenharia da Stellantis. O Fastback tem seus próprios amortecedores e molas, barra estabilizadora mais grossa e, na traseira, um eixo de torção mais robusto. O resultado é estabilidade de fazer inveja em muito concorrente com projeto global. As reações em curvas são neutras e é difícil fazer o carro insinuar uma escapada.

Novamente, ajuda dos pneus: o Impetus usa medida 215/45 R18, maior, mais larga e com perfil mais estreito que o usado em geral por outros SUVs.

Fiat Fastback
Motor três-cilindros rende bem e ainda é econômico (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Fiat Fastback ainda entrega maior conforto em pisos irregulares, sem transmitir tanta vibração aos ocupantes. É justamente aquele refinamento esperado de um carro que começa em R$ 130.000.

Veredicto

O Fastback 1.0 tem mecânica e chassi competentes, mas espaço interno e itens de segurança poderiam ser melhores. 

Teste Quatro Rodas

Aceleração
0 a 100 km/h: 9,6 s
0 a 1.000 m: 31,7 s – 169,2 km/h
Velocidade máxima:
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 4,2 s
D 60 a 100 km/h: 5,3 s
D 80 a 120 km/h: 6,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,4/25,6/58m
Consumo
Urbano: 12,3 km/l
Rodoviário: 16,2 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.:46,7/64,1 dBA
80/120 km/h: 63,9/71,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h em 5a marcha: 1.800 rpm
Volante: 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico: 139.990
Garantia: 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 25 °C; umid. relat., 60%; press., 1.012,5 kPa

Ficha Técnica

Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cil., 12V, 999 cm³, 130/125 cv a 5.750 rpm, 20,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: CVT, 7 marchas, tração dianteira
Direção: elétrica, 10,7 m (diâmetro de giro)
Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 215/45 R18 Rodas: liga leve, 18’’
Peso: 1.262 kg
Dimensões: comprimento, 442,7 cm; largura, 177,4 cm; altura, 154,5 cm; entre-eixos, 253,2 cm; porta-malas, 516 l, tanque, 47 l

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