As vendas do Mobi demoraram para embalar. O compacto foi criticado pelo tamanho, acabamento, preço e até pela tampa do porta-malas, toda de vidro. E até agora não engrenou como a Fiat previa – vende menos que Palio e Uno. Ele também é lento na hora de acelerar: precisa de 17,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h.
Era hora de remediar. Então, eis que a fábrica de Betim aparece com uma injeção de ânimo e lança o Mobi Drive. Essa versão tem coração novo, o 1.0 Firefly de 3 cilindros, mais potente e econômico, e um novo sistema de som, chamado Live On.
Para evitar os efeitos colaterais do remédio em quem já havia comprado o hatch (vermelhidão de fúria, dor de cabeça e desânimo com a marca), a Fiat teve uma ideia: não tirar de linha as versões equipadas com o velho quatro cilindros. Os dois motores 1.0 viverão juntos até que a morte natural de um deles os separe.
O três cilindros é ligeiramente mais potente no etanol (77/72 cv ante 75/73 cv do anterior). Na pista, foi mais rápido e consumiu menos combustível (veja os números ao lado). Ao volante, a vibração característica dessa motorização é sensível, mas não chega a incomodar. As retomadas de velocidade mais ágeis, mérito da entrega de torque em rotação menor, compensam o ruído adicional. Outro benefício é a direção com assistência elétrica, mais leve. E ela traz como bônus a função City – recurso que alivia o peso do volante em manobras.
Por dentro, não há novidades além do sistema de som Live On, vendido em um pacote de opcionais. Tem Bluetooth, quadro de instrumentos digital, volante com comandos de áudio e um suporte para celular no alto do painel. Em uma tentativa de baratear o equipamento, a empresa decidiu eliminar a tela do tipo touch.
A ideia é a seguinte: o dono faz o pareamento do próprio celular com o carro e usa seu aparelho (bem como sua conexão de internet) para controlar algumas funções do veículo. Por meio de um app, é possível manejar o rádio, músicas no celular, streaming e até receber dicas de condução econômica. Porém, você precisa deixar seu smartphone à mostra (e vulnerável) nessa vitrine para oportunistas.
O Mobi Drive, posicionado entre o Like e o Like On, custa o mesmo que oWay (R$ 39.890), que tem suspensão elevada. Para fugir do pacote Live On é possível optar pelo kit Tech (R$ 4.500), que inclui o rádio Connect. Com pintura sólida, o preço salta para R$ 44.370. Por um Mobi.
Tira-teima do 4 contra 3
4 Cilindros
0 a 100 km/h (s) – 17,5
3ª 40 a 80 km/h (s) – 10,6
4ª 60 a 100 km/h (s) – 18,5
5ª 80 a 120 km/h (s) – 32,9
Consumo urbano (km/l) – 11
Consumo rodoviário (km/l) – 15,2
Potência (cv, A/G) – 75/73
3 cilindros
0 a 100 km/h (s) – 15,7
3ª 40 a 80 km/h (s) – 10
4ª 60 a 100 km/h (s) – 15,6
5ª 80 a 120 km/h (s) – 29,8
Consumo urbano (km/l) – 14,3
Consumo rodoviário (km/l) – 18
Potência (cv, A/G) – 77/72
Veredicto
O novo motor amenizou a distância que separa o Mobi do Up! Mas o carrinho não vale o que custa – o mesmo se aplica ao Live On.
Teste de pista (com gasolina)
- Aceleração de 0 a 100 km/h: 15,7 s
- Aceleração de 0 a 1.000 m: 37 s
- Retomada de 40 a 80 km/h (em D): 10 s
- Retomada de 60 a 100 km/h (em D): 15,6 s
- Retomada de 80 a 120 km/h (em D): 29,8 s
- Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 17,2 / 29,6 / 67,2 m
- Consumo urbano: 14,3 km/l
- Consumo rodoviário: 18 km/l
Ficha técnica – Fiat Mobi 1.0 Firefly
- Preço: R$ 39.870
- Motor: flex, diant., transv., 3 cil., 999 cm3, 6V, 70 x 86,5, 77/72 cv (E/G) a 6.250/6.000 rpm, 10,9/10,4 mkgf a 3.250 rpm
- Câmbio: manual, 5 marchas, tração dianteira
- Suspensão: McPherson (diant.) e eixo de torção (tras.)
- Freios: discos ventilados (diant.) / tambor (tras.)
- Direção: elétrica, 10 m (diâm. de giro)
- Rodas e pneus: liga leve, 175/65 R14
- Dimensões: comprimento, 356,6 cm; altura, 150,2 cm; largura, 163,3 cm; entre-eixos, 230,5 cm; peso, 945 kg; tanque, 47 l
- Equipamentos de série: ar-condicionado, painel digital, travas e vidros elétricos