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Suzuki GSX 1300 B-King

Suzuki deixa a moto mais barata para fazê-la reinar entre as naked

Por Ismael Baubeta | fotos: Guilber Hidaka
Atualizado em 9 nov 2016, 11h54 - Publicado em 21 out 2011, 14h10
Suzuki GSX 1300 B-King

O nome desta Suzuki evoca a realeza – B-King pode significar “ser rei”, em uma interpretação livre. Talvez toda essa majestade decorra de seu porte descomunal, ou quem sabe do fato de sua motorização deriver daquela que foi lançada para ser a moto de série mais rápida do mundo, a primogênita Hayabusa.

Essa explosiva combinação fez com que a chegada da Suzuki GSX 1300 B-King deixasse o mundo das duas rodas em expectativa. Bom tempo se passou desde que andei pela primeira vez em uma B-King, para nossa edição 579-A. Nesse ínterim, também fizemos um comparativo entre as famílias Suzuki e BMW – na edição 592-A -, com B-King e Hayabusa defrontandose com K 1300 R e K 1300 S.

Naquele comparativo, as performances foram bastante parecidas e a B-King perdeu por muito pouco nas medições na pista de testes para a rival alemã. Já nos aspectos tecnologia e componentes de segurança, a BMW K 1300 abriu uma reta de vantagem. Pouco mudou na B-King desde então, a não ser seu preço, agora de 52900 reais – era de quase 70000 reais na versão importada. A alvissareira queda no preço é explicada pela montagem em Manaus. A novidade maior da versão 2012 está nas cores: branco e cinza metálico combinados com preto, ambas bastante atraentes.

b_king_tx.jpg

Apliques

A imponência da B-King chama atenção, e seu design continua atualizado e bonito – talvez um nadinha exagerado. De pé, a seu lado, a impressão é de que a moto é muito maior do que quando se está sentado nela. Essa sensação deve-se principalmente aos apliques plásticos na lateral do tanque, nos quais foram instalados os piscas dianteiros. Esses apêndices a fazem parecer mais larga do que o espaço exigido pelos 16,5 litros de capacidade do tanque.

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A frente voltada para baixo, com farol em formato de escudo, a deixa com cara de brava. Vista pelo retrovisor, a expressão enfezada faz o conductor da frente ceder passagem sem relutar. Sob a minúscula carenagem do farol encaixa-se o painel com conta-giros analógico redondo de corpo cromado, que sobressai acima da carenagem. Do lado direito fica um painel digital que informa a velocidade e a marcha engatada; do outro lado, só luzes-espia. Junto ao conta-giros há termômetro, marcador de combustível e indicador de modo de potência do motor, todos digitais, que completam as informações úteis para o piloto.

Em uma visão lateral, o grande motor de quatro cilindros e 1 340 cc fica meio escondido dentro do chassi e sob outros componentes, como abas laterais do tanque e defletores do radiador. Por esse ângulo, o cockpit do piloto fica bem definido e contrasta com a rabeta elevada e as duas enormes ponteiras elevadas que parecem ter sido concebidas por Bill Finger e Bob Kane, os criadores de Batman.

Completam o exuberante visual as rodas de três raios, com dois grandes discos de 310 mm e pinças de quarto pistões de encaixe radial na dianteira, e a bela balança traseira, bastante robusta. Inicialmente um tanto futurístico demais, o desenho não demora para se tornar uma visão agradável.

Ergonomia

Ao sentar no banco e segurar o guidão, é fácil notar que a moto não é mesmo tão grande quanto parece à primeira vista. O encaixe das pernas sob o tanque permite uma posição de dirigir bastante relaxada. Para sustentar o corpo em altas velocidades, em uma tocada de pista, é bom poder pressionar o tanque com os joelhos.

As pedaleiras são recuadas o bastante para que o piloto se acomode a uma pilotagem mais radical, sem chegar a ser totalmente esportivas. O banco tem boa rigidez, é confortável e permite excursões mais longas. O acesso aos comandos nos punhos é intuitivo. No punho da direita encontra-se o botão de seleção do modo de potência, que só funciona com a moto parada.

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Na prática

Melhor do que ouvir a sinfonia do quatro- em-linha em alta é reger a orquestra com o ponteiro do conta giros dançando no limite da zona vermelha. A B-King é daquelas motos de motor silencioso e pacato em marcha-lenta, quase imperceptível, mas que quando sobe de giro é capaz de chamar a atenção lá de longe. A potência de 184 cv a 9500 rpm e o torque de 14,89 mkgf a 7200 rpm cumprem a tarefa de proporcionar uma boa largada para as medicos de 0 a 100 e a 200 km/h.

Essa prova de aceleração é sempre bastante delicada em uma moto tão forte quanto a B-King e seu motor de Haya. Para não perder tempo com o pneu derrapando ou com a frente da moto fora do chão, é preciso assumer uma postura avançada, com o corpo bem à frente, e muita concentração.

A B-King é muito rápida. Chegou aos 100 km/h em apenas 3,03 segundos e cravou os 200 km/h em 9,4 segundos, marcas dignas das melhores superesportivas da praça. A partir daí, o desafio é manter o corpo abaixado contra a força do vento, já que não há qualquer carenagem ou defletor aerodinâmico para desviar o ar.

Toda a performance do motor não seria aproveitável se a ciclística não o acompanhasse à altura. O modern chassi da B-King, em dupla trave superior de alumínio forjado, tem rigidez suficiente para mantê-la no chão mesmo em condições severas. Nas curvas, seu comportamento é previsível e, apesar do peso, não exige muita força para deitar. Nas mudanças de direção seguidas e rápidas, a moto fica um pouco mais lenta, por seu tamanho. De qualquer modo, permite boa velocidade e inclinação nas curvas, dando prazer quase igual ao das esportivas. Algum cuidado extra é necessário nas reacelerações

com a moto inclinada, típicas de saídas de curva: os pneus Dunlop me deram um belo susto em uma derrapagem inesperada em uma delas.

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Os dois modos de potência do motor conferem sensível diferença na pilotagem. No modo A, o motor joga toda sua cavalaria na roda traseira, podendo deixar pilotos menos experientes assustados. No modo B, a entrega é suavizada e a pilotagem fica bem mais tranquila, permitindo andar com mais segurança em pisos escorregadios.

A B-King tem ótima potência nos freios, exigindo modulação nas frenagens, porém – como quase toda Suzuki de alta cilindrada -, no uso mais intenso, o sistema hidráulico se aquece e tende a ficar borrachudo e a perder eficiência. Aqui, um parêntese: o sistema de freio assistido por ABS não deveria ser considerado mais um acessório para motos desse porte, talvez até mesmo deveria ser obrigatório. A exigência se impõe ainda mais diante de legislação como a nossa, que não prevê ordem de evolução de cilindrada conforme a experiência vai sendo adquirida pelos motociclistas recém-formados. Um “canhão” como a B-King pode ser a primeira moto de alguém…

A B-King pode ser usada facilmente no dia a dia, com ressalvas no trânsito mais fechado. O preço de 52900 reais é bem competitivo no segmento superior das naked de alta cilindrada.

TOCADA

Das mais fortes entre as naked. A posição é relaxada e confortável. Em velocidades mais altas, exige força do piloto, mas entrega prazer.

★★★★

DIA A DIA

Pode ser usada diariamente. Apesar da largura do tanque, do peso e do porte, que exigem cuidados entre os carros, dá para se acostumar.

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★★★★

ESTILO

Apesar de não trazer mudanças no design, é imponente e chama atenção demais, até porque ainda é rara pelas ruas.

★★★★

MOTOR E TRANSMISSÃO

Irrepreensíveis: há abundância de torque e potência para passeios tranquilos ou aceleradas mais efusivas. O câmbio continua macio e preciso.

★★★★

SEGURANÇA

O sistema de freio é potente o bastante para parar a moto, mas neste nicho o ABS já não pode mais ser considerado supérfluo.

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★★★

MERCADO

A montagem em Manaus traz o preço para simpáticos 52900 reais, bem abaixo dos quase 70000 reais das versões importadas.

★★★★

VEREDICTO

Bom preço no segmento. A falta de ABS a afasta de rivais como a BMW K 1300 R, que o traz de série. As cores disponíveis são preto e branco.

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