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Subaru Forester 2.0 XT Turbo

O visual continua discreto, mas a sua melhor parte não é para ser vista: é para sentir quando você assume o volante

Por Marcio Ishikawa | Fotos Diego Cardoso
Atualizado em 8 nov 2016, 23h12 - Publicado em 31 jan 2014, 12h31
testes

Antes mesmo de o termo crossover ser incorporado ao vocabulário da indústria automobilística, nasceu a primeira geração do Forester. Lançado em 1997, ele foi um dos pioneiros de uma das tendências da década seguinte, a de mesclar características de categorias diferentes em um mesmo carro. Originalmente, o Forester era uma perua, criada sobre a plataforma do sedã Impreza, com competência para encarar o fora-de-estrada. A partir da terceira geração, lançada em 2008, ele deixou a embalagem familiar e enveredou de vez para o lado dos SUVs – trilha mantida nesta geração, lançada no Japão no fim de 2012 e que agora chega ao Brasil.

Não é segredo que o Forester sempre se destacou pela robustez mecânica, não pelo visual. E isso não mudou: as laterais continuam limpas e a traseira, burocrática, sem sal. É na dianteira, com recortes no para-choque e com os faróis de contorno sinuoso, que aparecem algumas “ousadias”. O estilo comportado se repete no interior, com materiais de boa qualidade, agradáveis ao toque e de encaixes perfeitos – mas que, visualmente, não surpreendem. A cabine é espaçosa e confortável, com comandos acessíveis e bem-localizados. A ressalva fica para a tela colorida no alto do painel, localização que compromete a visualização das informações.

É quando você assume o volante que o Forester 2.0 XT Turbo mostra sua capacidade de surpreender. Em nosso teste, isso se traduziu em 7,8 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h, além de todas as retomadas sendo feitas na casa dos 3 a 4 segundos. Com bloco e cabeçote de alumínio, injeção direta de combustível e o auxílio de um turbo, o motor boxer de 2 litros entrega 240 cv de potência. Em conjunto com a transmissão CVT, cuja última evolução foi batizada de Lineartronics, esse quatro-cilindros despeja sua força de forma progressiva e suave, sem solavancos ou sobressaltos.

O CVT é a única opção de câmbio, adotado também na versão de entrada 2.0i S – que usa outro motor boxer 2.0, aspirado, de 150 cv -, ao preço 110 000 reais, contra 135 000 da XT. Se você estranhou a combinação do turbo com o CVT, já que este câmbio em geral está associado a modelos que privilegiam o consumo, saiba que a Subaru bolou uma interessante solução para mesclar performance e eficiência energética. Há três modos de condução, selecionados ao toque de um botão no volante multifuncional. No primeiro, Intelligent (I), você desfruta de todo o conforto e a economia do CVT, que opera de forma suave em rotações mais baixas. Meio entediante, é verdade, mas perfeito para o anda e para do trânsito. Já no modo Sport (S), a diversão fica em primeiro plano, combinada com a suspensão bem calibrada e o baixo centro de gravidade, uma das vantagens do motor boxer. A resposta do acelerador fica mais rápida e o câmbio passa a trabalhar em rotações mais altas, oferecendo a opção de trocas manuais, em seis marchas predeterminadas.

Há ainda a Sport Sharp (S#), que emula o funcionamento de uma caixa automática de oito marchas, com opção de trocas manuais. Não é um modo tão eficiente quando o “S” quando o assunto é performance, mas a subida das rotações dá uma sensação psicológica de velocidade – além disso, é bem divertido reduzir as marchas e ouvir o giro subir com vontade. O lado fora-de-estrada do Forester não salta aos olhos, mas está ali bem presente com o sistema X-Mode de controle de tração integral, acionado por uma tecla no console central. Em situações em que uma ou mais rodas perdem tração, ele controla a distribuição de torque, jogando a força na rodas com aderência, permitindo ao motorista manter o controle do carro em situações extremas. Além disso, o X-Mode inclui o assistente de ladeira (mantém o freio acionado por alguns segundos até o motorista acelerar) e a assistência de controle de descidas (a velocidade é controlada automaticamente sem a intervenção do condutor). A meta de vendas da Subaru é modesta: 180 unidades durante o ano, sendo 72 na versão XT Turbo.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

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Há uma eficiente combinação entre conforto, desempenho e segurança.

★★★★☆

MOTOR E CÂMBIO

Respostas rápidas e versatilidade com os três modos de condução.

★★★★☆

CARROCERIA

O visual discreto não vira pescoços. É bem-acabado, sem desníveis nas junções dos painéis da lataria.

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★★★★

VIDA A BORDO

Interior bem-cuidado, espaçoso e ergonômico. Mas é simples e apresentou ruídos de acabamento.

★★★☆

SEGURANÇA

Traz a cesta básica esperada para um carro de sua categoria.

★★★☆

SEU BOLSO

Manteve os cinco anos de garantia e ficou mais barato. Mas peca nos poucos pontos de assistência técnica.

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★★★☆

OS RIVAIS CR-V 2.0 4×4 flex

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Versão top do SUV da Honda custa 114 900 reais e tem a vantagem de ser flex, mas perde na potência: 155 cv.

Outlander GT 3.0 V6

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Apesar do motor maior, o Mitsubishi empata na potência, com 240 cv. O preço é quase o mesmo: 129 990 reais.

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VEREDICTO

O Forester é indicado para quem busca um utilitário bom no fora de estrada e que também se destaca na performance urbana. O design, definitivamente, não é o seu forte.

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