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Sedãs até 45 mil reais

Modelos de várias origens e estilos estão de olho em sua garagem. Qual é a melhor opção para você?

Por Péricles Malheiros | Fotos Marcos Camargo
Atualizado em 8 nov 2016, 23h29 - Publicado em 26 dez 2013, 09h00
comparativos

O segmento de sedãs até 45 000 reais é dos mais disputados e, diante de tantas e variadas armas para conquistar o consumidor, nada mais natural do que o excesso levar ao surgimento de subgrupos atacando em frentes diferentes. Uns se destacam pelo preço, conteúdo, espaço, performance. Portanto, o que você verá aqui não é um combate convencional. Em vez de um único vencedor, aqui ranqueamos os dez sedãs pequenos mais quentes do mercado em quatro pilares que sustentam este comparativo: custos, equipamentos, espaço e condução. O resultado é um panorama amplo a ponto de permitir a escolha do sedã que melhor vai atendê-lo exatamente nos pontos que você julga mais importante. Com tantos convidados, barramos a entrada dos que custavam acima dos 45 000 reais. Os mais baratos, sempre que possível, foram recheados com o maior nível de equipamentos, sempre respeitando o teto dos 45 000 reais.

Quem não gosta de uma cabine completa? Numa categoria em que ar-condicionado, direção assistida e travas e vidros elétricos são de série, e no momento em que a lei torna obrigatórios airbags e ABS como itens de fábrica, o consumidor não se dá por satisfeito e exige mais. Daí veio a ideia de criar uma espécie de lista de presentes com os itens que o motorista e sua família vão curtir a bordo do carro novo.

Aqui, o Cobalt LT fez muito feio: lanterna incontestável. E olha que por 43 190 reais ele nem fica tão longe da fronteira dos 45 000 reais – diferente do Prisma, a versão LT não conta com opcionais. Mas, se você é fã deste sedã, fique tranquilo: um pouco mais adiante ele se recupera do mau desempenho aqui na categoria Equipamentos. No extremo oposto do Cobalt, o recém-reformado Renault Logan. A versão Dynamique (42 100 reais), já com o único pacote de opcionais (com automatização do ar-condicionado, multimídia com tela sensível ao toque e sensor de estacionamento), sai por 43 200 reais – um empate técnico com o Cobalt. O outro representante da Chevrolet, o Prisma, também não ficou muito longe da lanterna: parou na oitava posição. Entre eles estacionou o Etios, que, apesar de ser o carro que mais se aproximou do limite dos 45 000 reais (custa 44 990), fica devendo em atrativos de segurança (falta ajuste de altura para volante, banco e cintos) e conforto (não tem nem multimídia nem retrovisores elétricos).

A briga mais acirrada acontece na zona intermediária, onde Hyundai HB20S Comfort Plus, VW Voyage e Nissan Versa SV empatam. Em qualquer um dos três, esqueça o sistema multimídia. Se você gosta de estabelecer uma relação entre preço pago e conteúdo, o J3 é o melhor do trio: a 37 990 reais, é o mais distante do teto de preço do comparativo. Mas o mais importante a respeito do J3 é mostrar o quanto o mercado se mexeu desde sua chegada, em 2011. Diante da atual e reinventada concorrência, a campanha do carro completão não faria tanto sentido, como mostra o ranking ao lado.

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Imitamos o comportamento do mercado e da rede Volkswagen: demos tratamento de versão ao pacote I-Trend e partimos dela para configurar o conteúdo. Se a análise aqui levasse em conta apenas os itens de série, o sedã Volkswagen conseguiria a proeza de perder até do franciscano Cobalt. Mas, como a ideia era gastar até 45 000 reais, ele se deu bem. Com esse dinheiro dá para encomendar um Voyage I-Trend com rodas de liga leve de 14 polegadas, sensor de estacionamento com alerta sonoro e faróis de neblina.

Já no pódio aparecem Grand Siena Essence (terceiro lugar) e Fiesta RoCam SE Plus + (segundo). Da lista estabelecida, ambos oferecem um total de nove itens. O critério de desempate levou em conta o fato de que o Ford oferece mais itens de série, enquanto o Fiat pede a compra de opcionais. Pesou também a diferença do preço dos modelos considerados no confronto: 44 955 reais o Grand Siena e 39 990 reais o Fiesta.

O pilar Custo é dos mais importantes. Para chegar à classificação final, demos pesos diferentes aos itens analisados: 2 para preço configurado, apólice de seguro e cesta de revisões até 60 000 km e 3 para o gasto com combustível (também simulando a rodagem até 60 000 km). O porquê dessa quilometragem? Pesquisas das fábricas revelam que esse número é a média rodada em três anos, período de garantia da maioria dos competidores.

No cômputo geral deu Etios com folga. Campeão em pontos importantes como gastos com combustível e revisões, o Toyota também se deu bem no que se refere ao custo de contratação de uma apólice de seguro, perdendo, nesse item específico, apenas para J3, Logan e Cobalt.

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No pódio oriental de Custo, atrás do Etios, estão o HB20S e o Versa. O Hyundai não se sai muito bem no preço configurado (com a aquisição de opcionais até o teto de 45 000 reais) e seguro, mas é vice-líder em revisões e terceiro no cálculo de gastos com combustível para rodar 60 000 km. O Versa, por sua vez, mostrou que é bom de briga na hora de conquistar consumidores racionais. Está entre os carros que exigem de seus donos menor investimento na compra, nos abastecimentos e nas revisões, pedindo cautela somente na hora de contratar um seguro: sua apólice só não é mais cara do que a do Grand Siena e Prisma, respectivamente penúltimo e último colocado no ranking específico da apólice de seguro. Nesse ponto, aliás, vale notar a enorme diferença (39,1%) apontada no custo da apólice dos dois Chevrolet convocados. Segundo o levantamento da Segurar.com, fazer o seguro de um Cobalt e de um Prisma custa, respectivamente, 1 620 e 2 254 reais. Esse enorme degrau é explicado pela personalidade de cada carro. Segundo a própria Chevrolet, o Prisma, com suas linhas mais agressivas, atinge um público jovem, enquanto o Cobalt, que tem design mais monótono, fala o idioma de consumidores mais velhos. Para as seguradoras, a tradução dessa situação é simples: os riscos de acidente são maiores a bordo de um Prisma.

Parece, mas não é

O cálculo dos gastos com combustível necessário para percorrer 60 000 km foi feito com base nos números de consumo (urbano e rodoviário) obtidos nos testes realizados por QUATRO RODAS. Para chegar à quantidade de litros e ao valor para rodar 60 000 km, projetamos uma utilização mista (75% em circuito urbano e 25% em rodoviário) e tomamos por base o preço médio do litro do etanol (1,80 real) e da gasolina (2,90 reais) em São Paulo, em meados de novembro.

Apenas o J3 Turin tem motor a gasolina – todos os demais são flex, e nesses casos foi considerado o uso de etanol. Mesmo com um número absoluto de consumo em utilização mista superior ao da concorrência (12,2 km/l), o chinês tem o gasto projetado mais alto de todos. Em 2014, o modelo ganhará o mesmo motor flex da versão hatch.

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Com a quinta revisão mais cara da turma, o Logan, apesar de recém-reestilizado, mostra que também precisa evoluir tecnicamente se quiser ser menos oneroso para quem aposta na sua compra. Com um consumo misto de apenas 8,3 km/l, o Renault se mostrou o segundo flex mais gastão da turma, melhor apenas que o Cobalt, com 7,9 km/l.

Ainda que dono da quarta cesta de revisões mais em conta, o Grand Siena ficou na lanterna do pilar Custo. Culpa do preço de tabela elevado (no limite dos 45 000 reais) e do alto custo do seguro – a franquia, em contrapartida, é a mais baixa, 2 227 reais, a mesma do HB20S e do J3 Turin.

Mais do que os números de desempenho obtidos em nossa pista de testes, a análise neste terceiro pilar leva em conta neutralidade em curva, suavidade sobre piso irregular, nível de inclinação da carroceria, rapidez de resposta ao volante e eficiência do motor, ou seja, o equilíbrio.

Líder na aceleração de 0 a 100 km/h e bom nas retomadas, o HB20S só perdeu o topo do ranking na análise de desempenho para o Etios pela baixa performance nas frenagens. O Toyota, por sua vez, foi bem nas retomadas, mediano em aceleração e frenagens e o melhor em consumo urbano e rodoviário – desconsiderando, claro, os números do J3, movido a gasolina. Mas é ao volante que o Etios surpreende. Com peso bem-distribuído entre os eixos, uma direção precisa (apesar de muito leve) e, principalmente, bom acerto de suspensão, o Toyota conquista quem valoriza a dirigibilidade.

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Com Etios e HB20S isolados na frente, Versa, Prisma e Voyage formam um segundo pelotão. Se tivesse ido um pouco melhor nas provas de consumo, o VW (quinto colocado) passaria com facilidade Versa e Prisma (empatados na terceira colocação). Nos testes de aceleração, retomadas de velocidade e frenagem o Voyage mostrou que é valente, mas a conta cobrada no abastecimento é alta. Um pouco mais atrás, Fiesta, Logan (empatados em sexto), Grand Siena (oitavo) e J3 Turin (nono e único do terceiro grupo a conquistar um primeiro lugar numa das análises, frenagem).

Aqui, o Cobalt repete o péssimo desempenho registrado no pilar Equipamentos: última colocação absoluta. Foi o pior do grupo nos testes de aceleração e consumo (urbano e rodoviário) e o penúltimo nas retomadas. Em outras palavras, o grandalhão Cobalt bebe muito pelo que anda.

O pilar Dimensões, assim como o anterior, foi apoiado também na percepção, além dos números. Somado aos itens que compõem a tabela acima, levamos em conta o nível de facilidade de acesso ao porta-malas (altura do solo e tamanho da abertura) e habitabilidade (ergonomia para motorista e passageiros, em especial os do banco traseiro).

Último colocado nas análises de equipamentos e desempenho, aqui o Cobalt se vinga e deixa a concorrência comendo poeira. Grandalhão, oferece o maior espaço na altura dos ombros na dianteira e na traseira e está sempre entre os primeiros nas demais medições da cabine.

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No porta-malas, então, o Cobalt não dá chance nem para o antigo rei do pedaço: transporta até 563 litros de bagagem, 1 a mais que os 562 do Grand Siena, segundo colocado na classificação geral, com ligeira vantagem sobre o Logan.

Depois da trinca de gigantes, Fiesta, Prisma, HB20S, Etios e Versa travam uma dura batalha. Se você e sua família são altos, atenção ao representante da Ford, dono do maior espaço para a cabeça e intermediário na área para as pernas. O Fiesta também faz bonito no porta-malas (510 litros), com dobradiça pantográfica, que não invade a área de bagagem. O HB20S, por outro lado, decepciona na hora de levar bagagem (apenas 450 litros), mas tem ótima ergonomia e bom espaço para pernas e cabeça na dianteira. Etios e Versa jogam um na fraqueza do outro: o Toyota tem a cabine larga, o Nissan tem bom espaço para as pernas.

Com 4,22 e 4,16 metros de comprimento, Voyage e J3 Turin ficam nas últimas posições do ranking de Espaço. Menores do que os rivais, eles até que se defendem bem na capacidade do porta-malas, mas têm a cabine mais apertada.

VEREDICTO

Apesar de o Etios ter se dado melhor em dois dos quatro itens analisados, isso não quer dizer que ele seja o campeão dos campeões. Mesmo modelos que ocuparam posições intermediárias nos quatro rankings apresentados podem se revelar o ideal para o seu perfil. Para aproveitar melhor este grande comparativo, o primeiro (e mais importante passo) é definir qual ou quais pontos você prioriza como motorista e consumidor.

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