Desconto de até 39% OFF na assinatura digital
Continua após publicidade

Qualidades e defeitos do BMW Série 3, carro de luxo mais vendido do Brasil

Design consagrado e alto nível de acabamento ajudam a explicar o sucesso do Série 3, mas a falta de espaço e de potência pode surpreender desatentos

Por Eduardo Passos
1 ago 2023, 17h00
BMW 320i M Sport
BMW 320i M Sport (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Continua após publicidade

Enquanto adota estilo ousado em seus novos carros elétricos, a BMW sabe bem a importância de valorizar seu legado, reservando a modéstia, principalmente, para os carros a combustão. É o caso do novo BMW Série 3, que vende como nenhum outro modelo da marca alemã no Brasil e, mais do que isso, é o carro de luxo mais vendido do país. E é fabricado no Brasil.

O sedã consagrado ganhou reestilização no ano passado com retoques pontuais, além de acréscimos tecnológicos que tendem a mantê-lo um sucesso de público. Mas nem tudo é perfeito e, por isso, citamos cinco pontos positivos e outros cinco, negativos, do 320i M Sport, seu topo de linha.

BMW 320i
Visual foi levemente renovado em 2022 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ponto positivo: estilo

Em time que está ganhando não se mexe. Se o ditado segue valendo, faz sentido que a BMW seja elogiada por manter o design-base da atual geração do 320i, lançada em 2019. As mudanças externas do facelift se destacam nos faróis, que ganharam linhas mais retas e perderam a saliência que identificava o modelo anterior.

Também foram alterados levemente os para-choques, que ganharam estilo mais quadrado que, inclusive, é a receita aplicada em outros BMW a combustão, como o M2 e sua carroceria bem angulada. O Série 3 segue facilmente reconhecível, não havendo motivos para que alguém mude de ideia quanto a achá-lo bonito. Quem não gosta tende a ser exceção.

Ponto negativo: potência

O enorme capô do sedã esconde motor 2.0 turbo que, tanto pelas especificações quanto pela “grife” da fabricante, logo dão ideia de farta performance — mas não é bem assim. Ainda que vá de 0 a 100 km/h em 7,4 s (ajudado pela tração traseira), o 320i é menos potente que um Jeep Renegade básico, e isso fica evidente em altas velocidades.

Continua após a publicidade
BMW 320
2.0 turbo tem mais imponência do que performance de fato (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Enquanto o SUV fabricado em Pernambuco conta com 185 cv e 27,5 kgfm com motor 1.3 turbinado, o sedã catarinense não passa dos 184 cv, levando vantagem no torque: 30,6 kgfm. Passa longe de ser lerdo, mas pode enganar quem espera algo a mais.

Ponto negativo: ausência de eletrificação

É cada vez mais raro modelos de luxo que não tragam opções eletrificadas aos seus clientes. No caso do BMW Série 3, ela até existe: o 330e une o mesmo 2.0 turbo ao conjunto elétrico, totalizando fartos 292 cv e 42,8 kgfm, mas seu preço supera os R$ 400.000.

Apesar da fábrica no Brasil, esta versão veio importada da Alemanha
Única opção híbrida do Série 3 custa R$ 409.950 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Topo de linha do 320i, a versão M Sport e seus R$ 361.950 passam longe de serem baratos, e tanto o custo quanto a performance criticável justificam a necessidade de um incremento. Esse reforço poderia ser feito por um motor elétrico.

 

Ponto positivo: tecnologia

Recursos como controle de cruzeiro adaptativo não passam de obrigação em um carro que custa R$ 361.950. A atualização do Série 3, por outro lado, se destaca da média ao trazer as telas curvadas estreadas pelo BMW iX e que vêm ganhando quase todos os lançamentos da alemã.

Telas curvas roubam a cena na cabine do sedã
Telas curvadas roubam a cena na cabine do sedã (Fernando Pires/Quatro Rodas)

São 27,2” de displays, e é até difícil encontrar tantas funções para essa amplidão. Sempre com interfaces futuristas, dá para personalizar quais informações são mostradas em cada lugar. Também é possível controlar a central via comando de voz ou comandos físicos no console. Ainda há um head-up display que consegue juntar mais de uma informação.

Continua após a publicidade
Alavanca de câmbio deu lugar a um discreto seletor de marcha
Alavanca de câmbio deu lugar a um discreto seletor de marcha (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No fim das contas, o display é competente a ponto de que se precise apenas de um terço das telas disponíveis para ter o conteúdo necessário.

Ponto positivo: acabamento

A unidade testada traz bancos e paineis revestidos por uma elegante tonalidade vinho de couro. Quem prefere outros tons tem quatro opções extas, sempre no couro Vernasca de alta qualidade e evidente sensação de luxo.

Bancos dianteiros têm ajuste de apoio da costelaTúnel central não permite três pessoas atrás
Bancos dianteiros têm ajuste de apoio da costela (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O requinte se repete em toda a montagem do carro: há detalhes em alumínio, ótima qualidade na montagem dos painéis, ausência de rangidos e comodidades como bancos elétricos que ajustam até a pressão nas costelas do condutor. Em termos de acabamento, não há reclamações.

Ponto negativo: espaço traseiro e do porta-malas

Com 4,7 m de comprimento, o BMW 320i faz jus a sedãs clássicos, que tinham a pequenez das dimensões como preocupação marginal. Isso, porém, não se traduz em espaço aos ocupantes traseiros.

BMW 320
Túnel central não permite três pessoas atrás com conforto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A distância entre joelhos e bancos da frente é adequada, mas comprimento e inclinação do assento não são dos melhores, prejudicando o conforto. O túnel central tem altura bem elevada e rouba, quase totalmente, o espaço de quem vai no meio, tornando o carro, na prática, um de quatro lugares.

Continua após a publicidade

Piorando as coisas, o porta-malas tem apenas 365 litros de capacidade. Menos que um Fiat Pulse.

BMW 320
Porta-malas é menor que o de SUVs compactos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ponto positivo: tração traseira

Ainda que seja responsável pela perda de potência em relação ao BMW X1 (com 204 cv) e por roubar espaço interno, a tração traseira é cada vez mais rara e, por isso, merece celebração no caso do 320i.

A opção por tracionar o eixo de trás equilibra o sedã, ao mesmo tempo que favorece suas arrancadas que ocorrem sem giro em falso das rodas — sequer residual. O feeling é diferente e um tipo “em extinção”. Para melhorar…

Ponto positivo: dinâmica veicular

…o centro de gravidade próximo ao solo diminui a rolagem, e a elevada rigidez da carroceria permite controle mais preciso do “quase esportivo”.

bmw
Em estradas com muitas curvas a diversão é garantida (Divulgação/BMW)

Ao selecionarmos o modo Sport, as trocas de marcha ficam próximas ao redline, o volante ganha precisão e o ronco do motor agrada aos ouvidos. Em estrada sinuosas, por exemplo, o 320i mostra seu potencial ao encarar curvas de alta velocidade sem susto. A posição de dirigir completa a experiência, dando ao condutor um gostinho de piloto.

Continua após a publicidade

Ponto negativo: visibilidade

Mas tudo tem um preço, e a visibilidade externa do Série 3 é ruim, de modo que necessita-se cuidado para não esbarrá-lo em obstáculo da cidade.

Novo BMW 320i M Sport
Capô saliente é armadilhas das balizas (Divulgação/BMW)

Ainda que haja câmera de ré e sensores de estacionamento, a falta de referência do capô extenso e da traseira atrapalham as balizas. Os retrovisores externos, ainda que não atrapalhem, também não amenizam a situação.

Uma boa solução vem dos chineses: o uso de câmeras ao redor da carroceria que geram visão 360º e não seriam nenhum absurdo em um modelo dessa faixa de preço.

Ponto negativo: sensibilidade a vias ruins

Seria injustiça (e loucura) avaliar as habilidades off-road de um sedã de luxo projetado na Alemanha. Mas estamos no Brasil, onde apenas 13% das estradas são pavimentadas, e o comprador de um Série 3 eventualmente encarará vias de má qualidade, ainda que por pouco tempo.

BMW 320
Pneus de perfil baixo sofrem com pouco (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Nesse caso, haverá dor de cabeça. Mais do que o vão livre de 13,6 cm, o 320i M Sport não tem sensibilidade adequada para rodar em trechos de terra batida, por exemplo. Os pneus tendem à esportividade e patinam mesmo em pavimentos levemente molhados.

Continua após a publicidade

Se pretende adquirir o carro de luxo mais vendido do Brasil, é bom ter um veículo reserva em casa. Caso contrário, as chances de ficar pelo caminho em algum lugar do nosso país são consideráveis.

Ficha Técnica – BMW 320i M Sport

Motor: flex, diant., long., 4 cil., 16V, turbo, 1.998 cm³, 184 cv a 5.000 rpm, 30,6 kgfm a 1.350 rpm
Câmbio: aut., 8 marchas, tração traseira
Suspensão: ind. McPherson (diant.), ind. multilink (tras.)
Direção: eletro-hidráulica, 11,4 m (diâmetro de giro)
Freios: disco ventilado (diant. e tras.)
Pneus: 225/40 R19 (diant.), 255/35 R19 (tras.)
Dimensões: compr., 470,9 cm; larg., 182,7 cm; alt., 143,5 cm; entre-eixos, 285,1 cm; vão livre do solo, 13,6 cm; porta-malas, 365 l; tanque de combustível, 59 l; peso, 1.460 kg

Teste – BMW 320i M Sport

Aceleração
0 a 100 km/h: 7,4 s
0 a 1.000 m: 28,1 s – 189,9 km/h
Velocidade máxima : 235 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 3,4 s
D 60 a 100 km/h: 4,6 s
D 80 a 120 km/h: 5,0 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,5/24,2/54,9 m
Consumo
Urbano: 10,8 km/l
Rodoviário: 15,8 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 38,5/62,6 dBA
80/120 km/h: 62,1/65,4 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 96 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: 1.400 rpm
Volante: 2 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 361.950
Garantia: 2 anos

Condições do teste:  alt. 660 m; temp., 24,5 °C; umid. relat., 55%; press., 1.012 kPa. Realizado no ZF Campo de Provas

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 6,00/mês

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 14,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.