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Novo BMW M2 chega ao Brasil com promessa de ser mais divertido que o M3

Com pegada clássica e condução bem desafiadora, cupê da BMW é um dos últimos suspiros antes que a marca se renda totalmente aos eletrificados

Por Eduardo Passos, de Munique (Alemanha)
Atualizado em 3 abr 2024, 18h07 - Publicado em 4 jul 2023, 21h28

Em termos de design, a BMW vem trabalhando em duas pontas. Carros elétricos como o iX e híbridos como o XM apostam em visual ousado, que causaram polêmicas entre os puristas. Já os modelos a combustão mais tradicionais, como os esportivos da linha Motorsport, seguem caminho mais prudente. Sem serem conservadores.

Aspecto "quadradão" predomina pela carroceria
Aspecto “quadradão” predomina pela carroceria (Divulgação/BMW)

Esse é o caso do BMW M2, o último M puramente a gasolina, que recebeu mudanças estéticas profundas em sua nova geração e será lançado no Brasil em breve (as primeiras unidades, inclusive, já chegaram). O pequeno cupê de duas portas adota estilo único e, mesmo comparado ao M3, por exemplo, tem pouco a ver e é bem mais tradicional. Ao volante, também há lembranças do passado.

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Comparada à geração anterior do M2, lançada em 2015, a novidade se destaca pela preferências por formas retas, frente às curvas de antes. A icônica grade dianteira nada se compara às entradas gigantes de outros lançamentos da alemã; na verdade, há ângulos retos que remetem aos BMW da virada do milênio.

Tamanho e forma do duplo rim remete a modelos mais antigos
Tamanho e forma do duplo rim remete a modelos mais antigos (Divulgação/BMW)

As entradas de ar inferiores também são retangulares, lembrando uma época que, por conta de capacidades do processo fabril, os veículos evitavam linhas muito esbeltas e eram mais angulados.

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BMW M2
(Divulgação/BMW)

Antes de conhecer o esportivo pessoalmente, o design causou estranhamento. Ao vivo, porém, a escolha pareceu bem mais harmônica. O que chama atenção mesmo é o aspecto compacto: ainda que tenha 4,58 m de comprimento, grande parte desse espaço é ocupado pelo capô farto. Assim, tem-se uma leve ilusão de ótica de que o BMW M2 é menor do que é, causado pela ausência de portas traseiras e porta-malas de apenas 390 l. Na seção de trás, inclusive, repete-se a fórmula de para-choque “quadradão” e se destacam os escapes quádruplos, grandes e intencionalmente barulhentos.

Painel do novo BMW M2
Painel do novo BMW M2 (Divulgação/BMW)

Interior

Por dentro, o aperto não é ilusão. O foco aqui é a esportividade, então não espere posição de dirigir elevada ou visibilidade ampla. O “piloto” senta em banco em concha baixo e revestido em couro de alta qualidade que combina preto e azul. Há amplo uso de fibra de carbono, principalmente na parte de trás do encosto.

A segunda fileira tem apenas dois assentos, já que o túnel central que envolve o cardã (estamos falando de um carro com tração traseira) é alto e rouba todo o espaço de quem iria no meio. Mesmo os dois bancos que existem, porém, são apertados e mal cabem ocupantes adultos.

Bancos prendem bem o motorista em curvas rápidas
Bancos seguram bem o motorista em curvas rápidas (Divulgação/BMW)

A combinação tricolor da divisão Motorsport retoca painéis de porta e outras partes do interior, mas daí em diante é sobriedade: os revestimentos predominantes são mesmo a fibra de carbono e couro, encontrando um balanço importante em um carro que é intencionalmente rústico mas, ainda assim, superará com folga o preço de meio milhão de reais.

Atrás vão duas pessoas com bastante aperto
Atrás vão duas pessoas com bastante aperto (Divulgação/BMW)

Mesmo assim deve existir equilíbrio entre a parte artística e funcional da manufatura de um automóvel. Talvez por isso a BMW tenha cedido à praticidade e colocado o cada vez mais onipresente par de telas curvas na função de quadro de instrumentos e central multimídia: são, ao todo, 27,2” que exibem todas as informações com ótima qualidade de imagem, mas não têm o mesmo protagonismo que em modelos com apelo tecnológico e futurista, como o iX.

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Telas gigantescas são o ponto de desarmonia do interior
Telas gigantescas são o ponto de desarmonia do interior (Divulgação/BMW)

Ao volante

Todas as versões do BMW M2 trazem o motor 3.0 biturbo, há um bom tempo usado pela fabricante. O seis cilindros rende 467 cv e 56,1 kgf e vem junto a câmbio manual de seis marchas ou automático de oito velocidades; foi essa segunda configuração que dirigimos e que está começando a chegar ao Brasil.

BMW M2
(Divulgação/BMW)

A transmissão automática, entretanto, não compromete a experiência esportiva. O volante tem borboletas bem chamativas e dois botões vermelhos, escritos “M1” e “M2”, que dão início à diversão. Eles servem para armazenar dois modos de condução personalizados, alterando individualmente elementos como direção, trocas de marchas, resposta do acelerador e suspensão.

BMW M2
(Divulgação/BMW)

Como o teste foi feito em ruas públicas na Alemanha, o “M2” nem sequer pôde ser usado, uma vez que tornava o cupê quase desprovido de assistência. Há dez níveis diferentes de controle de tração e, no caso do “M1”, chegamos a um meio termo. Mesmo assim, volante e pedais (incluindo o freio) ficaram configurados no modo mais “raiz” possível, causando o desconforto mais confortável que existe.

Com pouca distância entre eixos, tração traseira e apenas 12,3 cm de vão livre, o BMW M2 é mais parecido com um carro de corrida do que outros esportivos de seu nível. A resposta aos comandos é bem direta e as trocas de marcha câmbio M Steptronic acontecem mais rapidamente do que em boas transmissões de dupla embreagem.

Brasil terá apenas câmbio automático
Brasil terá apenas câmbio automático (Divulgação/BMW)

Entrando em uma Autobahn foi possível ter um gostinho da sua aceleração de 0 a 100 km/h (4,1 s, oficialmente). Além disso, o ronco intencionalmente alto na cabine torna uma besteira se preocupar com o som Hi-Fi — no modo mais manso, porém, o barulho gerado por aletas eletrônicas diminui.

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Ainda que não haja aerofólios ou outras fontes de downforce, a ausência de rolagem do carro chama bastante atenção. Isso tem a ver com o baixo centro de gravidade e, ainda mais, com a suspensão adaptativa M, que utiliza válvulas eletromagnéticas para controlar o fluxo de óleo em cada amortecedor, individualmente e em tempo real.

Com opcionais, velocidade máxima chega a 285 km/h
Com opcionais, velocidade máxima chega a 285 km/h (Divulgação/BMW)

O efeito é notável: no modo mais confortável, o conjunto sequer chama atenção. No modo esportivo, tem-se uma rigidez interessante, com firmeza sem respostas agressivas e, apesar do curso pequeno, não há baques secos. O reforço estrutural também contribui para a boa sensação, como um todo, do comportamento dinâmico.

Mas é claro que as ruas brasileiras serão desafio bem maior que o asfalto alemão, praticamente perfeito. Compradores do cupê também precisam aceitar que, em vias públicas, o carro sempre terá seu potencial represado e, quando o intuito for o conforto, não impressionará.

BMW M2
BMW M2 não faz questão de ser confortável; foco é a esportividade (Divulgação/BMW)

Naturalmente, o lugar do BMW M2 é na pista. É aí que o modelo se sente em casa e se torna um brinquedo altamente divertido; provavelmente nunca mais o mercado nacional terá o lançamento de um BMW tão atrevido. Aproveite quem pode.

Ficha técnica do BMW M2 2024

  • Motor: gas., diant., long., 6 cil. em linha, 24 V, biturbo, intercooler, injeção direta, 2.993 cm³, 467 cv a 6.250 rpm, 56,1 kgfm a 2.650 rpm
  • Câmbio: automático, 8 marchas, tração traseira
  • Suspensão: duplo A (diant.), multilink (tras.)
  • Freios: discos ventilados (diant. e tras.)
  • Direção: elétrica, 11,9 (diâmetro de giro)
  • Pneus: 275/35 ZR19 (diant.), 285/30 ZR20 (tras.)
  • Dimensões: comprimento, 458,0 cm; largura, 188,7 cm; altura, 140,3 cm; entre-eixos, 274,7 cm; porta-malas, 390 l; tanque de combustível, 52 l
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