Omoda 5 HEV chega ainda em 2025 com preço de T-Cross e faz até 25 km/l
SUV cupê ganhará nova configuração híbrida por cerca de R$ 180.000 para incomodar até os utilitários compactos nas versões mais caras

Lançar o produto certo é fundamental, ainda mais para uma empresa que está começando sua operação no Brasil. A Omoda Jaecoo, do grupo chinês Chery, pretendia vender o SUV cupê Omoda 5 nas versões elétrica e híbrida leve. Esta última foi descartada depois que a empresa descobriu que a demanda por híbridos plenos (HEV) era maior em outros mercados e fazia mais sentido por aqui.
Embora isso tenha atrasado o lançamento da opção híbrida, a decisão parece correta, uma vez que será oferecido um produto melhor.
Dirigimos o Omoda 5 HEV e o Omoda 7 na China. Ao contrário do que costuma acontecer nessas ocasiões, nesse país, quando os carros costumam ser disponibilizados em pistas fechadas ou em estacionamentos, rodamos quase 900 km em condições reais de trânsito chinês, em um roteiro que inclui desde as ruas da movimentada e cosmopolita Xangai até largas estradas, chegando à sede da Chery, em Wuhu.
O SUV quase não muda muito visualmente em relação ao Omoda E5. Por conta do motor a combustão, a frente não é fechada, recebendo uma grade com um estilo pontilhado e que o deixa um pouco mais elegante do que a versão elétrica.

Do lado de dentro, a fabricante aproveitou para padronizar o design em comparação à versão elétrica, retirando a manopla de câmbio no console central para usar uma alavanca atrás do volante. Alguns materiais foram modificados, com uma mistura de imitação de couro e plástico texturizado.
Sua essência está sob o capô. Ainda tem um motor 1.5 turbo, porém menos potente. Ao invés de 157 cv, agora gera 143 cv, enquanto o torque cai de 23,1 kgfm para 21,9 kgfm. O propulsor não precisa mais entregar tanta força, pois a maior parte do movimento é feita pela unidade elétrica de 204 cv e 31,6 kgfm. A forma como os dois funcionam é o que faz a diferença. Até 40 km/h, o Omoda 5 anda como um elétrico, usando somente a energia das baterias. De 40 a 70 km/h, o motor a combustão é ligado, porém servindo exclusivamente de gerador de energia para as baterias, trabalhando em um regime mais eficiente. Acima disso, o motor a combustão é conectado às rodas e trabalha junto com o elétrico.

Ou seja, seu funcionamento é mais parecido com o que a Honda faz com o Civic Hybrid do que o Toyota Corolla Hybrid.
Na prática, o carro acaba se comportando como um elétrico a maior parte do tempo na cidade. E o momento em que o motor a combustão começa a funcionar é quase imperceptível e dá um pouco mais de força em uma ultrapassagem – a O&J afirma que o modelo acelera de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos.

O Omoda 5 promete ser mais econômico do que o Corolla Cross, seu principal concorrente. O consumo médio divulgado pela fábrica é de 19,6 km/l. Ao longo do teste na China, o menor valor mostrado no computador de bordo foi de 17 km/l durante uma tocada mais esportiva. Tentando ser o mais econômico possível, o consumo chegou a 25 km/l.

Alguns pontos ainda precisam ser melhorados para o mercado brasileiro. A suspensão se movimenta muito solta e tem cursos longos, deixando o carro desconfortável e inseguro de dirigir. O pedal do freio precisa de uma atenção especial, pois a maior parte da força de frenagem aparece logo no começo do curso. O motorista leva um tempo para acostumar com a sensibilidade e evitar frenagens bruscas não intencionais. O volante ganhou um modo Sport que adiciona mais peso, resolvendo um problema visto em outros carros da marca.
Como a fabricante tem o Jaecoo 7 como um rival do BYD Song Plus e GWM Haval H6, além de ter um sistema híbrido pleno ao invés de plug-in, o Omoda 5 HEV precisa ser mais barato. Com a versão elétrica custando R$ 209.990, a divisão brasileira fala em algo por volta de R$ 180.000 para esta configuração, um valor bem agressivo ao considerar que o Corolla Cross XRX Hybrid é vendido por R$ 219.890.