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Ka, Etios, HB20 e Up!: os compactos de entrada que andam como esportivos

Comparativo: Ford Ka 1.5, Toyota Etios 1.5, Hyundai HB20 1.6 e VW Up! TSI unem peso baixo e motor potente para andar mais rápido do que você imagina

Por Henrique Rodriguez
Atualizado em 21 fev 2019, 13h47 - Publicado em 21 fev 2019, 11h58
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    Ka 1.5 x Etios 1.5 x HB20 1.6 x Up! TSI (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Deixe a razão nas páginas anteriores. Estes compactos só estão aqui por despertar, de alguma forma, a emoção em quem assumir o volante.

    E eles não precisam de aerofólio diferente, saias laterais encorpadas, rodas maiores, retrovisores pretos ou detalhes vermelhos no interior para isso. Estes são os compactos de entrada mais rápidos que você pode comprar hoje.

    O Volkswagen Up! TSI já tem fama, é verdade – é o único dos quatro com turbocompressor e injeção direta no motor, mas você imaginava que o simplório Toyota Etios 1.5 pode ser tão rápido quanto ele?

    O Hyundai HB20 1.6 também tem fôlego surpreendente e o Ford Ka reestilizado ganhou motor 1.5 de 136 cv, mais potente que muito motor 1.8, também merecem sua atenção.

    O March 1.6, com câmbio curtinho, também foi convocado, mas a Nissan não tinha o modelo disponível para teste.

    Desta vez, potência, torque e os números de desempenho obtidos se sobrepõem a preço, pacote de itens de série e rede de concessionárias.

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    Comportamento dinâmico também vem antes do nível de equipamentos. Mas valores de seguro e revisões não foram esquecidos – não é porque eles são rápidos que não precisam de cuidado.

    Também vale deixar claro que todos eles têm câmbio manual. Não é a escolha mais comum do consumidor que opta por um compacto com motor maior, que espera pelo conforto do câmbio automático.

    Mas esta é a opção mais sensata para quem quer se empolgar um pouco mais com carros comuns.

    4º – Toyota Etios 1.5 X-Plus manual – R$ 56.690

    Versão X-Plus é a mais completa disponível
    Versão X-Plus é a mais completa disponível (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O Etios já foi mais importante para a Toyota. Até o lançamento do Yaris, em maio de 2018, era o único compacto da marca no Brasil. Depois, perdeu versões e equipamentos para dar espaço ao irmão mais caro.

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    Apesar do design pouco empolgante e do interior simplório, o compacto não economiza no conjunto mecânico, que está no mesmo nível de outros Toyota vendidos ao redor do mundo.

    Volante Toyota Etios
    Carro fotografado tem, excepcionalmente, câmbio automático (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Seu motor 1.5 16V tem comando de válvulas variável para admissão e escape desde 2016, quando passou a ser feito no Brasil. Esse sistema o ajuda a ser um dos motores mais elásticos deste comparativo.

    Os 14,7 mkgf vêm a 3.100 rpm, enquanto todos os seus 107 cv estão disponíveis a 5.600 rpm.

    Mas a injeção corta a alimentação a 5.800 rpm – o 1.5 do Ford Ka vai até 6.750 rpm. O 1.5 girador do Ka entrega 29 cv a mais e, mesmo assim, anda junto com o Etios.

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    Houve empate técnico no 0 a 100 km/h (11,05 s contra 11,1 s) e nas retomadas de 40 a 80 km/h em terceira marcha (7,4 s contra 7,5s).

    Painel Toyota Etios
    A versão 1.5 X Plus Manual não tem central multimídia e faróis de neblina (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Mérito do Toyota, que tem relação peso/potência e peso/torque menos favoráveis e, principalmente, de seu câmbio manual de seis marchas, com relações bem escalonadas.

    Além de ter bons engates, consegue tirar o melhor do motor: o Etios é ágil nas saídas e retomadas, enquanto a sexta marcha reduz a rotação do motor em velocidade de cruzeiro. Com cinco marchas, o Ka usa a última para isso.

    Motor Toyota Etios
    Motor 1.5 Dual-VVT surpreende (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Outro destaque do Etios é a suspensão, equilibrada. Ainda que tenha nascido sem pretensão esportiva, entrega dirigibilidade acima da média sem ser desconfortável.

    O mesmo não acontece com sua direção elétrica, leve e desmultiplicada, suficiente para anestesiar boa parte do prazer que poderia proporcionar.

    Como desempenho e comportamento foram muito semelhantes aos do Ka, sua direção sem graça foi o suficiente para deixá-lo em quarto lugar.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica

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    Custos

    3º – Ford KA FREESTYLE 1.5 Mt – R$ 64.690

    Ford KA
    Ford Ka Freestyle é novidade da linha 2019 e tem adereços e suspensão mais alta (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Havia expectativa de nossa equipe pelo teste do Ford Ka 1.5 com câmbio manual. É o menor carro da Ford com o novo motor Dragon, de três cilindros como o do EcoSport.

    Mas a Ford só sanou nossa curiosidade com a versão Freestyle, com barras no teto, molduras nas caixas de roda e suspensão 1,9 cm mais alta (são 18,8 cm no total).

    Se os R$ 64.690 pedidos não convencem, vale saber que a versão SE com o mesmo conjunto mecânico custa R$ 52.990.

    Volante Ford KA
    Volante tem boa empunhadura e direção é bem direta (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O motor em questão é o 1.5 12V, que gera 136cv a 6.500 rpm e 16,2 mkgf a 4.750 rpm, bons números tendo em vista que o 1.5 16V Sigma que ele substitui tinha 110 cv e 14,9 mkgf.

    Com a troca, o câmbio manual de cinco marchas passou a ter sincronizadores duplos nas três primeiras e simples na ré. Se por um lado os engates ficaram mais precisos e suaves, por outro a alavanca de câmbio tem curso longo entre as marchas.

    cambio
    Câmbio manual do Ford KA 1.5 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O espaçamento entre as marchas também é maior, principalmente para quarta e quinta marchas, a fim de melhorar o consumo – que só não é melhor que o do Up!.

    A 100 km/h em quinta marcha o motor trabalha a 2.750 rpm, mesma rotação que Etios e HB20 conseguem manter em sexta marcha.

    O Ka vai muito bem até os 80 km/h. Por ter três cilindros e duplo comando de válvulas variável, o motor 1.5 entrega bastante torque desde cedo, mesmo que os 16,1 mkgf só apareçam a 4.750 rpm.

    Depois, seu desempenho fica mais próximo do normal. Mesmo assim, foi 0,8 s mais rápido que o Freestyle automático, que precisou de 11,9 s para chegar aos 100 km/h.

    Motor Ford KA
    Motor 1.5 é vigoroso, mas preza pelo consumo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A suspensão da versão Freestyle só peca pelo curso maior, mas é tolerante a uma tocada mais agressiva – as outras versões (mais baixas) são ainda melhores.

    O Ka fica na frente do Etios só pela direção, a mais direta e com maior variação de peso entre os quatro modelos aqui reunidos.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica

    Custos

    2º – Hyundai HB20 COMF. PLUS 1.6 MT – R$ 55.590

    Ka, Etios, HB20 e Up!: os compactos de entrada que andam como esportivos
    HB20 passará por reestilização profunda ainda em 2019. Na foto acima, a versão Premium do compacto (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Hoje, as versões mais vendidas do HB20 são as 1.0 e as 1.6 com câmbio automático. Não há nada de errado nisso: o câmbio automático nunca esteve tão acessível para o brasileiro como agora.

    Mas verdade seja dita: neste caso, o que se ganha em conforto, perde–se em diversão.

    A única mudança sofrida pelo motor 1.6 16V da Hyundai desde o lançamento do HB20 no Brasil, em 2012, foi a adoção de sistema de partida a frio sem tanquinho. Dos quatro concorrentes, é o único com variação apenas no comando das válvulas de admissão.

    Volante Hyundai HB20
    Painel da versão Comfort Plus não muda muito das anteriores (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    E a Hyundai não pretende mudar isso na segunda reestilização do modelo, prevista para chegar às lojas em setembro.

    Pode ser questão de sorte, mas o motor sul-coreano tem números mais equilibrados. Com 128 cv a 6.000 rpm e 16,5 mkgf de torque a 5.000 rpm, perde em potência apenas para o Ka e em torque para o Up!.

    O resultado disso apareceu em nossa pista de testes. O compacto fabricado em Piracicaba (SP) chegou aos 100 km/h em 10,6 s, superando o Up! TSI em 1,1 s.

    Nas retomadas, nenhum carro foi tão parelho com o Volkswagen como o HB20 – a diferença de tempo entre os dois ficou ao redor de 1 segundo em todas as passagens.

    Motor Hyundai HB20
    Versão Comfort Plus é a única com motor 1.6 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Joga a favor do Hyundai seu câmbio manual de seis marchas com as primeiras relações bem curtinhas, que dá agilidade no trânsito e em circuitos.

    Se o Up! precisa voltar à primeira marcha ao passar por lombadas, por exemplo, o HB20 encara o obstáculo de segunda. A direção é hidráulica, mas consegue ser leve em manobras e ter bom peso em velocidade.

    Painel Hyundai HB20
    Câmbio manual e tem central multimídia de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O HB20 1.6 acelera mais rápido e fica próximo do Up! em retomadas, mas o consumo é o pior dos quatro, assim como o seguro. Só o HB20 de corrida (leia na pág. 44) não tem esse problema. E ainda ganha novo visual este ano.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica

    Custos

    1º – Volkswagen UP! move 1.0 tsi – R$ 58.800

    VW UP!
    Tampa do porta-malas pintada de preto é a marca registrada do Up! TSI. Roda de liga aro 14” é de série (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Se você escolher uma cor metálica, seu Up! TSI custará R$ 60.370. O pequeno carro criado para ser econômico acabou sendo visto como esportivo e ficou caro. Bem caro.

    É um carro de extremos. Por exemplo, seja com gasolina, seja com etanol, seu motor três cilindros 1.0 tem duplo comando de válvulas variável, turbo e injeção direta.

    É dele, ao mesmo tempo, a menor potência (105/101 cv a 5.000 rpm) e o maior torque (16,8 mkgf a 1.500 rpm) entre os concorrentes aqui reunidos.

    Volante VW Up
    Interior do Up! revela limitações, como falta de vidros elétricos traseiros e de central multimídia (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Quer mais? Nem o novíssimo motor 1.5 do Ka, também de três cilindros, conseguiu alcançar seus números de consumo e retomada. E a diferença é grande: 0,9 s de 40 a 80 km/h e 1,4 s entre 60 e 100 km/h.

    É a mágica do turbo e da injeção direta que, contudo, não apareceu na aceleração: todos os rivais chegam aos 100 km/h mais rápido que o Up!, que precisou de 11,7 segundos.

    Ka, Etios, HB20 e Up!: os compactos de entrada que andam como esportivos
    Câmbio manual do Up! TSI (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Vale lembrar que QUATRO RODAS testa sempre com gasolina e que o Up! TSI tem controle de tração (M-ABS) que corta a central do motor ao detectar destracionamento de uma das rodas, menos sensível que o sistema de Etios e Ka, que também têm controle de estabilidade.

    Mas as sensações superam os números. Toda aceleração é vigorosa, mesmo que as relações de marcha sejam as mais longas (lembre-se: o Up! TSI foi criado para ser econômico), o motorista tem todo o torque disponível a 1.500 rpm.

    Painel VW Up
    Painel do Up! TSI (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A direção pesadinha (embora não tão direta quanto a do Ka e sem retorno após manobras) e a suspensão firme, a ponto de ser desconfortável em vias mais irregulares, certamente têm relação com a imagem que o modelo construiu.

    O Up! não acelera tão rápido quanto o HB20, mas sua força em retomadas passa mais daquela sensação prazerosa de velocidade – e gasta pouco para isso: tem de longe o melhor consumo, e o seguro é o mais baixo.

    Teste de pista (com gasolina)

    Ficha técnica

    Custos

    Veredicto

    Não fosse pelo preço mais elevado, o VW Up! teria vitória menos apertada sobre o Hyundai HB20, que é ágil, mas tende a doer no bolso.

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