Alguns modelos são atemporais, seja pelo desenho, pela mecânica ou por itens inovadores que marcaram suas respectivas épocas. Assim é o Audi TT. Apresentado ao mundo em 1998, o modelo se mantém como um clássico na linha da marca, preservando seus traços característicos ano após ano. No entanto, nada é tão bom que não possa ficar melhor. Prova disso é o novo TTS, que acaba de desembarcar no Brasil por iniciais R$ 299.990.
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O visual dispensa grandes apresentações. As linhas gerais são as mesmas do TT de 1998 com a repaginação de 2015, que já era vendida no Brasil em suas configurações “convencionais” Attraction e Ambition. A versão S acrescenta grade com acabamento diferenciado, rodas de 19 polegadas calçadas com pneus 245/35 R19, para-choques redesenhados e quatro saídas de escape nada discretas. O aerofólio pode ser erguido por meio de um botão no painel, mas entra em ação automaticamente quando o veículo ultrapassa os 120 km/h.
Por dentro, o TTS é tão chamativo quanto por fora. Os bancos em formato de concha podem ganhar revestimento em couro vermelho, enquanto o painel tem detalhes em alumínio e utiliza materiais de boa aparência e qualidade. Diversos pontos de luz são vistos por toda a cabine. Mais do que isso, o alemão guarda no interior seu principal destaque: o quadro de instrumentos digital batizado pela Audi de “Virtual Cockpit” concentra todas as informações do veículo, como computador de bordo, velocímetro, conta-giros, além da central multimídia MMI com GPS, eliminando a tela central retrátil presente em outros modelos da marca.
A tela de 12,3 polegadas do painel de instrumentos tem alta definição, reproduz imagens do GPS em 3D e pode ser personalizada para apresentar as informações desejadas pelo motorista. Integrada aos abrangentes comandos do volante, o resultado é uma interface bastante prática e intuitiva: em poucos minutos, o motorista já não precisa tirar os olhos do conjunto volante-painel em nenhum momento, deixando completamente de lado os comandos do MMI no console central. Outro diferencial é o ar-condicionado, com comandos e visores digitais alocados nas próprias saídas de ar centrais.
O Audi Drive Select permite que o motorista escolha o carro que quer dirigir. Com modos esportivo, econômico, conforto, automático e individual, o sistema ajusta os parâmetros de motor, transmissão, direção e suspensão. No modo esportivo, por exemplo, o TTS fica mais agressivo, com suspensão mais rígida, respostas mais rápidas e ronco mais alto. Já no econômico o modelo parece até um sedã de luxo: silencioso, com direção leve e respostas mais lentas — e o melhor, com menor consumo de combustível. Há ainda piloto automático, sensores de estacionamento, câmera de ré, faróis full-led e sistema start-stop.
Ruim para o dia-a-dia, ótimo para viajar
Ao volante, o TTS não poderia honrar melhor a sigla S. Mesmo em velocidades mais altas, o cupê passa grande segurança pela direção precisa e firme. A suspensão também faz seu papel de esportividade, mas se mostra incômoda na cidade pela rigidez, reforçada pelo pequeno curso dos amortecedores e o baixo perfil dos pneus, revelando até mesmo as menores imperfeições do solo. Na cabine, fica a dúvida: para que servem os bancos traseiros, que mal comportam crianças?
A mecânica casa o versátil motor 2.0 TFSI (turbo de injeção direta), com 286 cv de potência e 38,7 mkgf de torque a apenas 1.800 rpm, e o câmbio S Tronic de seis velocidades com modo Sport e opção de trocas manuais por aletas atrás do volante. A união é um sucesso: o TTS oferece acelerações fortes e trocas eficientes, sempre acompanhadas de belos estampidos saídos dos quatro escapamentos. Mesmo com o câmbio no modo Drive, cada redução de marcha gera um sorriso para quem está dentro e fora do carro. Segundo a Audi, o cupê vai de 0 a 100 km/h em apenas 4,7 segundos, enquanto a velocidade máxima é limitada eletronicamente a 250 km/h. A tração é integral quattro.
VEREDICTO
Se você tem dinheiro sobrando na conta e não tem a preocupação de carregar a família para todos os cantos, o TTS oferece doses de diversão, tecnologia e estilo difíceis de serem encontradas em sua faixa de preço, e com uma interface entre carro e motorista que serve de referência para todos os concorrentes. Mas atenção, pense bem onde vai usar o carro. Além de raspar facilmente em valetas, a suspensão dura faz com que os ocupantes (principalmente os passageiros que não estão ao volante) se sintam incomodados. E convenhamos: está cada vez mais raro um asfalto de qualidade no Brasil.
Motor | gasol., diant., 4 cil., turbo, injeção direta, 1.984 cm³, 286 cv a 5.300 rpm, 38,7 mkgf a 1.800 rpm |
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Câmbio | automático de seis velocidades, tração integral |
Direção | elétrica |
Suspensão | McPherson (diant.) e multilink (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.) e discos sólidos (tras.) |
Pneus | 245/35 R19 |
Peso | 1.365 kg |
Dimensões | comprimento, 419,1 cm; largura, 183,2 cm; altura, 134,3 cm; entre-eixos, 250,5 cm; tanque do combustível, 55 litros; porta-malas, 305 litros |
Equipamentos de série | quadro de instrumentos digital, ar digital, piloto automático, faróis full-led automáticos, seletor de modos de condução e chave presencial, som Bang & Olufsen |
Preço | R$ 299.990 (cupê) e R$ 319.990 (conversível) |