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Fiat Strada Turbo é mais lenta e mais econômica que Chevrolet Montana

Para estender hegemonia nas vendas, Fiat Strada ganha novo visual, motor turbo de 130 cv e versão Ultra. Consumo mudou pouco, mas agilidade cresceu

Por Eduardo Passos
11 out 2023, 06h00
fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
A Fiat Strada foi o carro mais vendido do brasil em 2023 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Quando a atual geração da Fiat Strada foi lançada, em 2020, a picape compacta já era sucesso de vendas, mas passava longe de almejar a liderança no mercado. O êxito, entretanto, se tornou absoluto e, desde então, ela é rotineiramente o veículo mais vendido do Brasil.

É claro que isso influenciaria a concorrência, que, a exemplo da nova Chevrolet Montana, respondeu com opções mais espaçosas e com motor turbo. Em tréplica, a Fiat Strada 2024 chega às lojas com uma solução para a questão mecânica, enquanto compensa o espaço inalterado com mais estilo e conforto.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Na traseira, são apenas os emblemas que identificam a motorização (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Motor turbo 

A grande novidade da linha 2024 é a introdução do motor 1.0 turbo flex, que havia sido adiantada por QUATRO RODAS no ano passado. Ele estreou no Fiat Pulse e, atualmente, já equipa também o Fiat Fastback e o Peugeot 208.

Sua produção em larga escala em Betim (MG) reduz custos. Já o fato de esse ser o 1.0 mais potente do Brasil agrada a quase todos, afinal de contas, uma Strada com 130 cv e 20,4 kgfm cobre tranquilamente as faixas de operação nas quais o 1.3 aspirado deixa a desejar e atende a ideia de esportividade que as picapes vêm ganhando.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Espaço interno é apertado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Isso fica claro nos números: a Strada turbinada é bem mais rápida que as versões 1.3 CVT, consumindo mais gasolina na estrada e menos na cidade. A Chevrolet Montana é mais rápida que ambas, mas também bebe mais

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fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Atrás, ainda mais (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas o impacto financeiro do consumo não parece prioridade aqui. Afinal, o motor 1.0 turbo é exclusivo das duas versões topo de linha: Ranch e Ultra, ambas vendidas por R$ 132.990 (preço estrategicamente posicionado entre as versões manuais e automáticas da Montana).

Estilo renovado 

Só essas duas versões trazem a dianteira renovada. A Strada Ultra é uma adição à família da picape compacta, repetindo a versão que já existia na Fiat Toro. Não à toa, vem da caminhonete maior o hexagonal da grade dianteira, que destaca mais as novas entradas de ar, ligeiramente ampliadas. O para-choque da frente e suas linhas anguladas destacam o volume do capô. Os novos nichos dos faróis de neblina são semelhantes aos do SUV Fiat Pulse. 

A Strada Ranch já tinha assumido o topo de linha no final de 2021, estreando o CVT e trazendo acabamento com leve estética off-road. Agora ela ganha o mesmo visual externo da Ultra, com mudança perceptível só na faixa colorida na base da grade e nas rodas de aro 16, com um design exclusivo para cada versão.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Principal novidade na cabine é o volante, que veio do Fiat Pulse (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Lateral e traseira da picape seguem idênticas e, atrás, só é possível notar as credenciais do modelo turbinado pelos emblemas que identificam a versão e a presença do novo propulsor T200.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Ranch e Ultra têm ar-condicionado digital (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Interior incrementado 

A picape da Fiat também evoluiu por dentro, mas ainda desagrada pelo excesso de plásticos duros e de acabamento pouco refinado. As portas da Strada Ultra, por exemplo, apenas atenuam essa questão com revestimento parcial em material que imita couro e costuras vermelhas.

A mesma estratégia é adotada nos bancos, que estão mais confortáveis e, principalmente, mais largos na região dos ombros, além de contarem com apoio de braço para o motorista – presente na Ranch desde seu lançamento, em 2021.

O volante é o mesmo de Pulse e companhia, com empunhadura mais confortável e que realça a direção elétrica recalibrada, com comandos mais precisos e diretos. Ele também traz borboletas para trocas sequenciais além do botão Sport, que faz a transmissão priorizar rotações mais altas e deixa o carro ligeiramente empolgante em termos de aceleração.

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fiat Strada turbo ultra 1.0 AT

Caçamba leva 650 kgEm termos tecnológicos, faltou evolução na central multimídia de 7” – com imagem e tamanho medianos –, no quadro de instrumentos analógico (que pelo menos traz computador de bordo útil) e na oferta do controle de cruzeiro. Em contraponto, o ar-condicionado passa a ser digital – melhoria mais estética do que prática.

Jogo de cintura

Em movimento, é notável o trabalho no conjunto de suspensão, com nova geometria e amortecedores para lidar com potência e torque extras, além do maior peso do motor 1.0. O que logo faz diferença são os batentes hidráulicos dos amortecedores dianteiros, que impedem os baques secos como ao se cruzar uma lombada em alta velocidade.

O fato de termos a Strada em Longa Duração também dá margem para ver a evolução da traseira, que mantém os feixes de mola, mas está menos solta, com comportamento mais parecido ao de um carro de passeio.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Motor gera 130 cv com etanol (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Os 650 kg de capacidade de carga na caçamba mantêm a vocação ao trabalho. Mas há deficiências que são inerentes à atual geração, e aí não existe trabalho de engenharia que resolva.

Nada é tão incômodo na Strada quanto o espaço interno, pequeno a ponto de um ocupante com mais de 1,80 m raspar os joelhos no porta-luvas ao andar na carona dianteira.

Na segunda fileira a situação é ainda mais crítica, sendo quase impossível levar três adultos com conforto mínimo. Mesmo se houver apenas dois passageiros, as pernas irão apertadas e o apoio de braço atrapalhará o acesso à segunda entrada USB do veículo.

fiat Strada turbo ultra 1.0 AT
Rodas de liga leve são de aro 16 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Se a questão espacial é vital ao comprador, as opções incluem pular o muro e recorrer à Montana ou inteirar mais R$ 14.000 e adquirir a Fiat Toro Endurance, de entrada. Fora isso, em termos de equipamento e performance, o veículo mais vendido do Brasil está bem parelho ao “SUV com caçamba” da Chevrolet.

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Considerando o índice de acerto das leituras de mercado da Stellantis, é provável que a Fiat Strada 2024 siga como um best-seller, inclusive reforçando a migração de consumidores que nunca pensaram ter, numa caminhonete, a escolha ideal.

Veredicto Quatro Rodas

A Fiat Strada evoluiu bem em performance e levemente em equipamentos. O pouco espaço interno, só em uma nova geração.

Um Perfeito Meio-termo

Nova Strada ganha agilidade sem piorar o consumo, mas Chevrolet Montana acelera mais

Aceleração Strada 1.3 CVT Strada 1.0 Turbo CVT Montana 1.2 Turbo AT
0 a 100 km/h 14,8 s 11 s 9,9 s
Consumo
Urbano 12,1 km/l 12,5 km/l 11,3 km/l
Rodoviário 17,0 km/l 15,9 km/l 14,9 km/l

Ficha Técnica – Fiat Strada Ultra T200

Motor: flex, dianteiro, transversal, 3 cilindros, 12V, 999 cm³, 125/130 cv a 5.750 rpm (gasolina/etanol), 20,4 kgfm a 1.750 rpm (G/E)
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas, tração dianteira
Direção: elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo rígido com feixe de molas (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 205/55 R16 ATR
Peso: 1.253 kg
Dimensões: comprimento, 444,8 cm; largura, 178,1 cm; altura, 160,1 cm; entre-eixos, 273,7 cm; caçamba, 844 l; capacidade de carga, 650 kg

Teste – Fiat Strada Ultra T200

Aceleração
0 a 100 km/h 11,0 s
0 a 1.000 m 32,0 s – 156,2 km/h
Velocidade máxima 180 km/h*
Retomadas
D 40 a 80 km/h 4,9 s
D 60 a 100 km/h 6,3 s
D 80 a 120 km/h 8,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 13,9/23,7/55,5 m
Consumo
Urbano 12,5 km/l
Rodoviário 15,9 km/l
Ruído interno
Neutro/rpm máx. 45,8 / 67,4 dBA
80/120 km/h 66,5/73,8 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h 2.000 rpm
Volante 2,7 voltas
SEU Bolso
Preço básico R$132.990
Garantia 3 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 23 °C; umid. relat., 50%; press., 763,70 mmHg

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