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Comparativo: Hyundai Creta x Honda HR-V x Jeep Renegade

Creta chegou e já põe em xeque HR-V e Renegade, os líderes dos SUVs compactos

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 fev 2017, 17h32 - Publicado em 17 fev 2017, 16h47
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  • Hoje você encontra um Honda HR-V e um Jeep Renegade em cada esquina. Eles são os líderes dos SUVs compactos (o Honda com 55.800 unidades emplacadas em 2016 e o Jeep com 51.600) e os queridinhos de quem quer ter visão panorâmica do trânsito das grandes cidades desde que chegaram às lojas, há quase dois anos.

    O Hyundai Creta começou a ser entregue aos clientes na segunda metade de janeiro. Entra tarde no segmento e, mesmo assim, a Hyundai espera vender entre 42.000 e 48.000 carros por ano. É o suficiente para bagunçar o topo do ranking de vendas.

    Sozinho, em um teste com a versão top de linha Prestige, o Hyundai Creta mostrou predicados de quem realmente quer enfrentar carros consolidados. Agora, é a hora de saber se ele realmente é capaz disso.

    O Creta Pulse 2.0, de R$ 92.490, encontra os líderes do segmento em suas versões intermediárias. São o Honda HR-V EX 1.8, de R$ 93.000, e o Jeep Renegade Longitude 1.8, de R$ 90.990 – ainda que nas fotos esteja a nova versão Limited (de R$ 97.990). Ambos ganharam equipamentos na linha 2017 e, no caso do Renegade, até o motor foi atualizado.

    O Hyundai tem linhas mais retas e limpas na traseira
    O Hyundai tem linhas mais retas e limpas na traseira (Christian Castanho)
    HR-V tem o maior porta-malas: são 437 litros
    HR-V tem o maior porta-malas: são 437 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Versão Longitude se difere pelas rodas aro 17
    Versão Longitude se difere pelas rodas aro 17 (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Não crie expectativa: mesmo com o 1.8 E.torQ Evo com coletor de admissão variável, start-stop, alternador inteligente (que entra em ação em desacelerações) e óleo menos viscoso, o Renegade continua lento. Agora são 139 cv (7 cv a mais) e 19,3 mkgf (ante 19,1 mkgf) entregues de forma mais linear, o que bastou para deixá-lo 1 segundo mais rápido no 0 a 100 km/h. Pena que a aceleração ainda dure longos 14,3 segundos.

    No mundo real, o fôlego extra e o câmbio automático de seis marchas reprogramado garantem nítida melhora no trânsito urbano. Além de não segurar as marchas como antes, melhorou as retomadas: o tempo de 80 a 120 km/h caiu de 11,6 para 10,4 segundos.

    Mesmo assim, o desempenho do Renegade ainda deve muito frente à concorrência. Tanto HR-V como o Creta cumpriram a mesma prova de retomada em 7,4 segundos. Na aceleração de 0 a 100 km/h, os tempos do Honda e do Hyundai também foram quase idênticos: 10,9 e 10,8 segundos, respectivamente, ambos bem mais rápidos que o Jeep.

    Nas medições de consumo, sempre com gasolina, o Creta decepcionou: rodou 8,2 km/l em ciclo urbano, contra 9,6 km/l do Renegade e 10,4 km/l do HR-V. Em ciclo rodoviário, o Honda manteve a liderança com 13,1 km/l, seguido pelo Hyundai com 12,7 km/l e o Jeep com 12,0 km/l.

    Motor 2.0 16V do Creta é o mais forte: 166 cv e 20,5 mkgf com etanol
    Motor 2.0 16V do Creta é o mais forte: 166 cv e 20,5 mkgf com etanol (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    HR-V traz um 1.8 16V com até 140 cv e 17,4 mkgf
    HR-V traz um 1.8 16V com até 140 cv e 17,4 mkgf (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Motor 1.8 16V de 139 cv e 19,3 mkgf do Renegade teve mudanças, mas ainda sofre com o peso do carro
    Motor 1.8 16V de 139 cv e 19,3 mkgf do Renegade teve mudanças, mas ainda sofre com o peso do carro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Números à parte, o convívio diário mostra que o Honda tem um dos melhores câmbios CVT do mercado, combinando suavidade e rapidez. Já para quem gosta da dinâmica de um automático convencional, a transmissão de seis marchas do Creta é a que entrega a melhor relação entre conforto e desempenho.

    Por outro lado, o novato é o único da turma sem borboletas para trocas sequenciais – que o Renegade já tinha e o HR-V EX ganhou na linha 2017.

    Conforto estável

    Há mais do que desempenho e consumo em jogo. O Creta tem suspensão mais equilibrada entre o conforto e a estabilidade. O Renegade é o mais apto a enfrentar os obstáculos das vias brasileiras, sempre macio e robusto, mas inclina muito em curvas por isso, enquanto o conjunto mais firme do HR-V sofre em asfalto irregular.

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    Sabemos que freios a disco são mais eficientes e menos suscetíveis a redução de desempenho em uso contínuo. Com tambor nas rodas traseiras e peso 130 kg maior, o Creta mostrou que não há milagres: precisou de alguns metros a mais que o HR-V, que tem disco nas quatro rodas, para parar. Para a sorte do coreano, o Renegade (também com disco nas quatro, mas ainda mais pesado) conseguiu ser ainda pior, com uma diferença de mais de dez metros na frenagem de 120 km/h a 0.

    No conjunto, o Hyundai está muito mais próximo do Honda. Sim, isso quer dizer que o Jeep continua em um mundo à parte – para o bem e o mal. Tem espaço para pernas reduzido no banco traseiro e porta-malas com apenas 273 litros de capacidade, mas está um patamar acima em estilo, pacote de equipamentos e, principalmente, acabamento.

    O Renegade é o único com painel todo emborrachado, quando o HR-V traz uma faixa com toque macio no painel e o Creta só dispõe de plásticos duros. Vale uma ressalva: a Honda trocou o tecido áspero das portas – que sujavam muito fácil – pelo mesmo couro sintético de toque suave do console central, e isso melhorou a percepção de qualidade para todos os ocupantes.

    Creta e HR-V possuem praticamente o mesmo tamanho, com direito a porta-malas tecnicamente empatados quanto à capacidade: são 437 litros no HR-V e 431 no Creta. A diferença é que no Creta sobra menos espaço interno para as pernas dos passageiros do banco de trás e não é possível colocar bolsas e mochilas sob o assento para aliviar o porta-malas em uma viagem, por exemplo.

    A versão 1.6 traz painel preto, bancos em tecido, rádio simples com Bluetooth, ar-condicionado manual e quadro de instrumentos mais simples
    Rádio simples é pecado do Creta, que é o único sem couro no volante (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    Console alto do HR-V dá a impressão de uma posição de dirigir mais baixa
    Console alto do HR-V dá a impressão de uma posição de dirigir mais baixa (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Tela multimídia do Renegade é menor que um smartphone, mas tem GPS. Acabamento é o melhor
    Tela multimídia do Renegade é menor que um smartphone, mas tem GPS. Acabamento é o melhor (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ilusão de ótica

    Para o motorista, o Creta é o carro mais convencional dos três. No Renegade, o motorista fica distante do para-brisas, quase em uma bolha, enquanto o HR-V, com seu console central elevado, te engana: você não percebe tanto a posição de dirigir mais alta.

    O Hyundai não tem nenhuma particularidade nesse sentido, mas tem tudo ao alcance do motorista e seus ajustes de volante e assento são tão amplos quanto os do Renegade. Agrada aos que gostam de dirigir acima de todos e os que preferem ficar mais próximos do assoalho.

    O Renegade Longitude continua bem servido de equipamentos. Ganhou apenas um porta-óculos na linha 2017, mas é o único com ar-condicionado automático de duas zonas, central multimídia com GPS e câmera de ré. O HR-V EX acaba de ganhar ar digital de uma zona e seu sistema de som, embora simples, exibe as imagens da câmera de ré.

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    O Creta Pulse tem simples aparelho de som com Bluetooth e ar-condicionado manual. Ter saídas de ar para o banco de trás é muito bom, mas não se compara ao conforto de fixar temperatura interna. O Hyundai também não tem freio de estacionamento eletrônico nem volante revestido de couro, como os concorrentes.

    Seria o raro caso de um carro que consegue ter menos equi­pamentos que um Honda que custa o mesmo preço, mas o HR-V tem suas faltas perante o Creta. É o caso do monitor de pressão dos pneus, das luzes diurnas de leds e das Cornering Lights, que acendem os neblinas no lado para onde se faz a curva abaixo de 40 km/h. O Honda também é o único sem sensor de estacionamento e sistema start-stop.

    Em segurança, empate: todos têm dois airbags dianteiros, freios ABS e controles de estabilidade e tração, além do assistente de partida em rampa e Isofix para fixação de cadeirinhas infantis. No Renegade, airbags laterais, de cortina e para o joelho do motorista são opcionais de R$ 3.250.

    No pós-venda, o Hyundai chega com fortes atrativos. Oferece cinco anos de garantia, contra três do HR-V e do Renegade. A rede da Honda é reconhecida pelo bom serviço, mas a da Hyundai não fica tão atrás – a ponto de ter recebido a melhor nota na pesquisa Os Eleitos de QUATRO RODAS. Suas revisões (com mão de obra inclusa) têm preço fixo até os 60.000 km e totalizam R$ 3.114. Para o SUV da Honda, são R$ 4.217, contra R$ 3.772 do Jeep.

     

    Avaliação do editor

    Motor e Câmbio – Mesmo com características distintas, HR-V e Creta andam juntos e agradam. O Renegade continua muito lento, apesar do câmbio estar mais esperto.

    Dirigibilidade – Há extremos: o Creta traz pegada de hatch médio e o Renegade é mais robusto e pesado. O HR-V é o meio-termo, bom para uso urbano e rodoviário.

    Segurança – A oferta de itens é igual entre eles: todos deveriam ter mais do que dois airbags. Mas o Renegade freia mal.

    Seu bolso – Creta tem dois anos a mais de garantia, a maior rede e os menores custos de revisão. Renegade é o mais barato na compra. E o HR-V tem a fama da rede e a liquidez no mercado de usados.

    Conteúdo – Renegade tem o melhor custo-benefício, com fartura de equipamentos. Creta e HR-V devem itens bobos, mas o Creta está mais próximo do Renegade.

    Vida a bordo – HR-V é pouco maior que o Creta, mas possui o interior mais versátil. Renegade sofre com falta de espaço no banco traseiro e no porta-malas.

    Qualidade – Renegade traz painel emborrachado, enquanto o Creta mostra plásticos duros e deve couro no volante. O HR-V, mais uma vez, fica entre os dois.

     

    Veredicto

    Os desapontadores números de desempenho, consumo e frenagem e o espaço interno reduzido colocam o Renegade em terceiro, mesmo com o melhor acabamento e a lista de equipamentos mais completa. O Creta tem performance bem parecida com a do HR-V, mas na versão intermediária fica devendo mais refinamento. Já o Honda acaba levando o comparativo por uma mínima margem, graças ao equilíbrio de qualidades: ele ainda é o mais versátil, econômico e espaçoso dos três, mesmo sem empolgar em quesitos individuais.

     

    Teste de pista (com gasolina)

    Creta Pulse 2.0 HR-V EX 1.8 Renegade Longitude 1.8
    ACELERAÇÃO
    de 0 a 100 km/h: 10,8 s 10,9 s 14,3 s
    de 0 a 1.000 m: 32,1 s – 162,2 km/h 32,3 s – 165,3 km/h 35,4 s – 148,4 km/h
    RETOMADAS
    de 40 a 80 km/h: 4,4 s 5,1 s 6,1 s
    de 60 a 100 km/h: 5,8 s 5,8 s 8,1 s
    de 80 a 120 km/h: 7,4 s 7,4 s 10,4 s
    FRENAGENS
    de 60 / 80 / 120 km/h a 0: 16,7/28,3/64,3 m 15,6/25,9/60,9 m 18,2/31,7/75 m
    CONSUMO
    Urbano: 8,2 km/l 10,4 km/l 9,6 km/l
    Rodoviário: 12,7 km/l 13,1 km/l 12 km/l
    RUÍDO INTERNO
    Neutro / RPM máximo: 34,4/69,7 dBA 42,5/64,2 dBA 42/70,4 dBA
    80 / 120 km/h: 63,6/69,2 dBA 62,8/67,2 dBA 62,4/67,6 dBA
    AFERIÇÃO
    Velocidade real a 100 km/h: 98,7 km/h 96,7 km/h 94,5 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h em 5ª marcha: 2.100 rpm 1.700 rpm 2.000 rpm
    SEU BOLSO
    Preço básico: R$ 92.490 R$ 93.000 R$ 90.990
    Garantia: 5 anos 3 anos 3 anos
    Concessionárias: 298 225 190

    Ficha Técnica

     
      Creta Pulse 2.0 HR-V EX 1.8 Renegade Longitude 1.8
    Motor: flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16 V, aspirado, 1.999 cm³, 166/156 cv a 6.200 rpm, 20,5/19,1 mkgf a 4.700 rpm flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, aspirado, 1.747 cm³, 139/140 cv a 6.300 rpm, 17,4/17,3 mkgf a 5.000 rpm flex, dianteiro, transversal, 4 cil., 16V, aspirado, 1.747 cm³, 139/135 cv a 5.750 rpm, 19,3/18,8 mkgf a 3.750 rpm
    Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira CVT, 7 marchas, tração dianteira automático, 6 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica elétrica, 10,6 (diâmetro de giro) elétrica, 10,8 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.) ind. McPherson (diant.), eixo de torção (tras.) ind. McPherson (diant. e tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.) disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.) disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 215/60 R17 215/55 R17 215/60 R17
    Peso: 1.399 kg 1.270 kg 1.440 kg
    Peso/potência: 8,4 kg/cv 9,14 kg/cv 10,4 kg/cv
    Peso/torque: 68,2 kg/mkgf 72,9 kg/mkgf 74,6 kg/mkgf
    Dimensões: comprimento, 427 cm; largura, 178 cm; altura, 163,5 cm; entre-eixos, 259 cm; porta-malas, 431 l; tanque de combustível, 55 l comprimento, 429,4 cm; largura, 177,2 cm; altura, 158,6 cm; entre-eixos, 261 cm; porta-malas, 437 l; tanque de combustível, 51 l comprimento, 423,2 cm; largura, 179,8 cm; altura, 170,5 cm; entre-eixos, 257 cm; porta-malas 273 l; tanque de combustível, 60 l
    Equipamentos de série: ar manual, saídas de ar traseiras dois airbags, assistente de partida em rampa, controle de tração, ESP, piloto automático, sensor de estacionamento traseiro, start-stop. ar-digital, 2 airbags, câmera de ré, controle de tração, ESP, piloto automático, volante multifuncional, freio de estacionamento elétrico. ar digital bizona, 2 airbags, GPS, central multimídia, controle de tração, ESP, piloto automático, rodas aro 17, start-stop, modo sport, volante multifuncional.
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