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Onix RS e Sandero R.S se enfrentam em briga de hatches esportivos

Novo Onix RS reacende disputa entre compactos com apelo esportivo e encara Sandero R.S, com preparação especial e preço parecido

Por Igor Macario
Atualizado em 17 out 2021, 16h06 - Publicado em 16 dez 2020, 08h00
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  • ONIX RS SANDERO RS
    Dupla tem visual bem acertado e chama atenção nas ruas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Embora a sigla RS tenha diferentes traduções no mundo automotivo – em inglês, Racing Sport, Rally Sport; em alemão, RennSport e para a Renault, Renault Sport –, seu uso é sempre o mesmo: identificar versões esportivas. Da mesma forma que o significado não é rígido, cada fabricante emprega o termo como lhe convém, com doses diferentes de esportividade.

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    Aqui, nos deparamos com as duas acepções possíveis para um RS, com produtos um bocado distintos, mas de olho em você (e no seu bolso), que quer um hatch mais esportivo e estiloso que os demais.

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    O recém-lançado Chevrolet Onix RS traz a receita de bolo conhecida, com algumas firulas visuais, ainda que o resultado ao vivo seja muito agradável. A versão chegou depois de muita especulação e flagras que alvoroçaram quem esperava por um Onix verdadeiramente mais esportivo.

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    Os entusiastas, no entanto, levaram um balde de água fria quando o modelo foi lançado como versão intermediária e, principalmente, com o mesmo motor 1.0 turbo de 116 cv que equipa as demais versões.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O que nem chega a ser um grande problema, e evitou que a Chevrolet criasse mais um unicórnio como o VW Polo GTS (ótimo conjunto, mas bem mais caro).

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    A saída que parecia óbvia era instalar o 1.2 turbo de 133 cv do Tracker, mas isso demandaria mudanças mais profundas em suspensão, freios e direção, além da adaptação do cofre do hatch ao motor maior, o que encareceria demais o simpático Onix.

    Já a Renault seguiu mais à risca a cartilha e pediu à divisão francesa Renault Sport (R.S.) que criasse uma versão especial do Sandero. E o resultado não poderia ter saído mais ao gosto de quem procura um autêntico “hot-hatch”, à moda antiga.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    E é aí que mora a grande diferença entre os dois modelos, além dos R$ 3.600 a mais da tabela do Renault (o Sandero R.S. custa R$ 79.190 e o Onix RS sai por R$ 75.590). O Sandero usa um valente 2.0, o mesmo que ainda serve à picape Duster Oroch, mas afinado para 150 cv e 20,2 kgfm. O câmbio é manual de seis marchas.

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    E, ao volante, a dupla não poderia ter comportamentos mais diversos. O Sandero R.S., literalmente, salta à frente do Onix RS com vitalidade. Não se engane pelos modestos 10,1 segundos que o modelo precisou para ir de 0 a 100 km/h em nosso teste.

    No dia a dia, esse Sandero é nervoso e instiga o motorista o tempo todo. Culpa do câmbio de marchas curtas – a 120 km/h, o Renault vai a 3.400 rpm.

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    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Isso significa que, a cada resvalada do pé no acelerador, o 2.0 responde prontamente, o que torna o modelo muito ágil, tanto na cidade  quanto na estrada. É fácil empreender uma manobra rápida no trânsito, embora o R.S. pareça um animalzinho enjaulado na cidade.

    Com mais espaço para esticar as marchas, o 2.0 do Sandero entrega potência progressivamente ao longo das seis marchas e deixa o Sandero um carro propriamente gostoso de dirigir, até porque o pico do torque aparece apenas a 4.000 rpm, e o motor parece gostar mesmo de rodar em giros mais elevados.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Há ainda um botão no painel que afia as respostas do acelerador e deixa os controles de tração e estabilidade mais permissivos. Não é a toa que o R.S. é figurinha conhecida em eventos de track day pelo país.

    Nas provas de retomada de velocidade, o Sandero foi mais lento que o Onix, por ser equipado com câmbio manual, enquanto o rival tem câmbio automático (as medições são feitas sem intervenção do motorista, ou seja, sem troca de marchas, no caso do câmbio manual, enquanto o automático faz as reduções para acelerar com mais disposição).

    ONIX RS SANDERO RS

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    O principal efeito colateral do pacote esportivo do Renault é o fato de que seu comportamento esportivo exige a interação do motorista em tempo integral, o que se torna cansativo no dia a dia. Todos os seus comandos são mais firmes que os do Onix. Sua direção e, principalmente, a suspensão são duras.

    As rodas maiores (aro 17), com pneus de perfil baixo, deixam o rodar quase desconfortável, e os bancos forçam a uma postura mais alerta, ou pouco relaxada, em outras palavras.

    O Onix RS chega com o seu motor 1.0 turbo sempre aliado ao câmbio automático – que poderia ser ao menos manual nesta variante com apelo esportivo. E, em sendo automático, a versão também merecia trocas manuais no volante, dispensando o pouco prático comando no topo da alavanca. A única diferença técnica são as rodas maiores, de 16 polegadas e exclusivas do Onix RS.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Isso significa um conjunto competente, mas bem mais manso que o Sandero R.S. O 1.0 tem boas respostas e foi apenas 1 segundo mais devagar na aceleração de 0 a 100 km/h na nossa pista, isso ainda sendo mais lento do que outras versões do modelo testadas anteriormente.

    Assim como o Sandero, o Onix RS acerta no visual e chama a atenção por onde passa. Só não espere impressionar a audiência com um desempenho arrebatador. Ainda assim, o Onix compensa a pegada mais “normal” com um comportamento bem mais dócil no uso diário.

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    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Além do câmbio automático, o Chevrolet tem interior mais bem-acabado, uma central multimídia com mais recursos, bem como airbags de cortina (além dos frontais e dos laterais que o Sandero também oferece).

    A direção elétrica do Onix é bem mais leve que a do rival, assim como todos os demais comandos. A cabine do Chevrolet oferece visual mais moderno e com melhor ergonomia.

    Se a General Motors não tivesse enxugado a lista de equipamentos de toda a gama do Onix e o RS tivesse itens como carregador de celulares sem fio, Wi-Fi a bordo ou o sistema Onstar de monitoramento remoto oferecidos por quase todas as versões do modelo até a linha 2020, o Onix abriria ainda mais distância do Renault quando olhado de dentro da cabine.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Chevrolet também é superior ao Renault no rendimento, cravando bons 15,4 km/l na cidade e 17,1 km/l na estrada (com gasolina). O Sandero não passou dos 8,8 km/l em ciclo urbano e 12,8 km/l no rodoviário.

    Ainda assim, o Sandero leva a melhor por ser mais sincero com seu público-alvo. O hatch da Renault não apenas parece ser esportivo como de fato entrega um conjunto pra lá de interessante, tanto que o R.S. feito aqui chegou a ser cobiçado pela Renault europeia para venda no Velho Continente, segundo a fábrica.

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    Já o Onix, por mais que seja um conjunto competente, parece entregar apenas parte da promessa, ao ter principalmente o mesmo conjunto mecânico de outras versões da linha.

    ONIX RS SANDERO RS
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Sandero R.S. definitivamente é um carro mais diferenciado que o Onix RS, feito com carinho pela montadora. O hatch tem a mão da mesma divisão que faz os excelentes Clio e Mégane (lembra desses nomes?) esportivos para o mercado europeu.

    As origens mais simples do Sandero ajudam a justificar a diferença relativamente pequena de preço entre os dois modelos, mas nem de longe isso é um demérito do modelo. Pelo contrário, ele ainda prova que é possível lançar modelos propriamente especiais no Brasil.

    Teste – Chevrolet Onix RS

    Aceleração:
    0 a 100 km/h: 11,2s
    0 a 1.000 m: 33,1 s – 157,6 km/h
    VeloCidade máxima

    Retomadas
    D/3a 40 a 80 km/h: 4,7s
    D/4a 60 a 100 km/h: 5,7s
    D/5a 80 a 120 km/h: 8,1s

    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 14,3/25,9/58m

    Consumo
    Urbano: 15,4 km/l
    Rodoviário: 17,1 km/l

    Ruído interno
    Neutro/RPM max.: 45/65,1 dBA
    80/120 km/h: 63,8/71,1 dBA

    Aferição
    Velocímetro real a 100 km/h: 98 km/h

    Rotação a 100 km/h em 6a: 2.100 rpm

    Volante: 3 voltas

    Seu bolso
    Preço: R$ 75.590
    Garantia: 3 anos
    Concessionárias: 540
    Revisões até 60.000 km: R$ 3.248
    Seguro: R$ 2.786

    Ficha técnica – Chevrolet Onix RS

    Teste – Sandero R.S.

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 10,1s
    0 a 1.000 m: 31,8s – 163,7 km/h
    VeloCidade máxima*: 202 km/h

    Retomadas
    3a 40 a 80 km/h: 5,1s
    D/4a 60 a 100 km/h: 6,4s
    D/5a 80 a 120 km/h: 9,1s

    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 12,9/23,1/54,7m

    Consumo
    Urbano: 8,8 km/l
    Rodoviário: 12,8 km/l

    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 44,3/69,3 dBA
    80/120 km/h: 68,4/72,3 dBA

    Aferição
    Velocímetro real a 100 km/h: 97 km/h
    Rotação a 100 km/h em 6a marcha: 3.000 rpm

    Volante: 3 voltas

    Seu bolso
    Preço: R$ 79.190
    Garantia: 3 anos
    Concessionárias: 295
    Revisões até 60.000 km: R$ 7.011
    Seguro**: R$ 3.476

    Ficha técnica – Sandero R.S.

    Avaliação do editor
    Motor e Câmbio
    O três-cilindros do Onix é mais moderno e quase Alcança o 2.0 do Sandero nas acelerações e é muito Mais econômico, mas o motor da Renault ainda é mais suave e entrega mais prazer ao dirigir que o 1.0 do Onix. Câmbio de seis marchas do Renault tem bons engates e relações curtas, que deixam o conjunto ágil na cidade e na estrada. Automático do Onix merecia ser menos indeciso nas trocas.

    Dirigibilidade
    Sandero dá um baile no Onix com um conjunto bem mais na mão, graças à suspensão mais firme, ajustada para condução esportiva. Rodas maiores e pneus de perfil baixo ajudam no excelente comportamento dinâmico do Sandero. Onix não é ruim, mas mais macio e bem mais orientado ao conforto.

    Segurança
    Ambos possuem ESP e controle de tração, mas o Onix tem seis airbags e o Sandero fica nos quatro.

    Seu bolso
    Por ter perfil esportivo, o Sandero tem seguro mais caro que o do Onix. Já a manutenção surpreendeu, com o 2.0 da Renault sendo também bem mais caro de manter do que o 1.0 turbo da Chevrolet.

    Conteúdo
    Lista de itens de série é semelhante, mas Onix tem airbags a mais, e Sandero tem ar automático e rodas maiores.

    Vida a bordo
    Ambos são compactos, mas o Renault acomoda melhor ocupantes no banco de trás. Sandero também tem interior ligeiramente mais incrementado.

    Qualidade
    O acabamento do Sandero é pobre mesmo na versão esportiva. Onix não é luxuoso, mas é melhor.

    Veredicto QUATRO RODAS

    O Onix RS é um hatch competente para o dia a dia, mas se você procura um modelo verdadeiramente esportivo, o Sandero R.S. é a melhor pedida, e ainda custa quase o mesmo que o Chevrolet.

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    Capa 739
    (Arte/Quatro Rodas)
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