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BYD Song Plus é SUV híbrido plug-in que faz mais de 1.000 km por tanque

BYD expande presença no Brasil com SUV híbrido plug-in luxuoso que promete mais de 1.000 km de autonomia e que custa menos que um Jeep Commander

Por Eduardo Passos I Fotos Fernando Pires
Atualizado em 11 Maio 2024, 16h51 - Publicado em 8 nov 2022, 16h45
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  • A BYD, que é a maior fabricante de automóveis da China, demorou para entrar no mercado de automóveis do Brasil. Agora, porém, quer recuperar o tempo perdido, a julgar pelos lançamentos que estão em curso. Este mês estreia o primeiro SUV híbrido plug-in da marca, o Song Plus DM-i.

    E já chega sem pedir licença: se anunciando como o SUV híbrido plug-in mais barato do Brasil: ele custa R$ 239.990.

    SONG PLUS DM-I
    Tampa do porta-malas esconde câmera e botões para manter o visual limpo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A unidade mostrada aqui foi uma das primeiras a desembarcar no país e, por isso, segundo a fábrica, ainda sem os ajustes finais das versões que vão chegar ao mercado a partir de dezembro.

    À primeira vista, o Song Plus impressiona pelo visual, com destaque para os faróis full-led com projetores. A traseira segue bem o visual refinado do SUV elétrico BYD Tan: as lanternas são unidas por uma régua horizontal e, além da seta progressiva de led, as luzes de freio destacam elementos tridimensionais internos.

    SONG PLUS DM-I
    Cabine do Song Plus tem nível de acabamento de boa qualidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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    SONG PLUS DM-I
    Ao todo são 25,1’’ de telas em alta resolução. Falta de nacionalização do software, entretanto, limita potencial tecnológico do SUV (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Esse belo cartão de visitas ainda inclui peças de aço escovado sobre a grade frontal, ao redor dos vidros e sobre a lanterna traseira. Tais elementos se juntam ao porte de SUV grande (como o Jeep Commander) para dar ares de sofisticação a um modelo que custa “só” R$ 22.700 a mais do que um Jeep Compass Limited turbo diesel.

    Também vale a comparação com o Caoa Chery Tiggo 8 Pro, que é híbrido plug-in (mas com 317 cv) como o Song Plus e tem sete lugares, como o Commander. Ele custa R$ 279.990, R$ 10.000 mais caro que o BYD.

    SONG PLUS DM-I
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O padrão estético do exterior se repete na cabine, onde há pouco plástico duro e muito material que imita couro. A combinação de preto e branco com costuras laranja está alinhada ao gosto do consumidor chinês, e será interessante notar a recepção do brasileiro a essas cores.

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    O que não deve provocar reclamações, por outro lado, é o estofamento macio e o formato do assento que abraça os ocupantes.

    SONG PLUS DM-I
    Refrigeração dos bancos é bem-vinda nos dias quentes do Brasil (FErnando Pires/Quatro Rodas)

    Quem vai atrás também não fica desamparado: o Song Plus tem dimensões parelhas às de SUVs com sete lugares, mas leva apenas cinco ocupantes, o que significa farto espaço para as pernas.

    Com cada vez mais modelos eletrificados à venda e leis ambientais cada vez mais restritas, é provável que quem busque variantes mais econômicas e confortáveis ao volante comece a optar pelos híbridos em vez de modelos movidos a diesel.

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    SONG PLUS DM-I
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Song Plus traz o conjunto mecânico DM-i, que une um motor 1.5 aspirado (110 cv/13,8 kgfm) ao elétrico (179 cv/32,2 kgfm). A BYD não revela dados de potência e torque combinados, e o carregamento da pequena bateria de 8,3 kWh tem potência máxima de 3,3 kW; ná prática, são 2h30 na tomada para uma autonomia de 51 km em regime 100% elétrico.

    O SUV registrou 22,2 km/l (cidade) e 19,6 km/l (estrada); números muito bons, que renderiam mais de 1.000 km sem reabastecer. O que não agradou tanto foi a aceleração de 0 a 100 km/h, com 9,7 s.

    SONG PLUS DM-I
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    A combinação do motor elétrico com transmissão CVT, no entanto, gera resultado interessante, no qual o modelo não tem arrancada de esportivo, mas há torque constante a até velocidades mais altas, permitindo ao motorista conduzir com agilidade semelhante na cidade e na estrada, sem “buracos”.

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    O volante esterça precisamente e o nível de ajuda da direção elétrica pode ser alterado, assim como a dureza do pedal de freio. A suspensão bem ajustada faz, a todo instante, com que o SUV tenha um rodar de carro de segmento superior, mais confortável. Com mecânica, estilo e interior apurados, a tecnologia embarcada não fica atrás. Em teoria.

    Há um conjunto de câmeras com boa resolução e sistemas como piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa e outros também funcionam sem ressalvas.

    SONG PLUS DM-I f
    Linha de cintura elevada ajuda a “bombar” o porte do Song Plus (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Durante nossa avaliação, porém, a unidade apresentou problemas. Enfrentamos dificuldades com o motor 1.5, que não ligava. Foi necessário desconectar a bateria de 12V duas vezes para que voltasse a funcionar.

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    Sendo uma unidade pré-série, é um imprevisto no qual a BYD merece o benefício da dúvida e, portanto, foi desconsiderado na avaliação do carro. O que chamou a atenção, todavia, foi a dificuldade de entender o que acontecia com base nas informações dadas ao motorista.

    A multimídia de 12,8” tem excelente resolução e até a capacidade de ser girada em 90o. Não há, entretanto, suporte a Android Auto e Apple CarPlay e, pior ainda, a interface é mal traduzida.

    SONG PLUS DM-I v

    Quando o motor deu problema, isso ficou claro: ainda que todos os menus estivessem em português, a mensagem de erro surgiu em inglês, com informações vagas (uma espécie de “check-up” na multimídia dizia que o Song Plus estava 100% saudável, ainda que a pane fosse evidente). Também há erros de tradução que podem até impossibilitar o ajuste de parâmetros do sistema híbrido, de tão confusa a interface.

    Por meio de sua assessoria de imprensa, a BYD informou que “O veículo utilizado para a matéria se trata de uma unidade de desenvolvimento, onde algumas modificações ainda contemplam uma calibração de ECU/VCU definitiva. Neste caso, alguns erros de comunicação entre módulos são considerados aceitáveis. O erro encontrado no veículo foi a versão de software da ECU do motor, que era incompatível com o módulo de controle do sistema de combustível (PCM) que foi concebida para o mercado brasileiro”.

    SONG PLUS DM-I
    Motor 1.5 fica escondido sob tampa de plástico com isolamento acústico pesado (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto – No segmento, o Song Plus tem luxo e conforto incomparáveis. Falta à BYD nacionalizar plenamente seu produto.

    Teste Quatro Rodas – BYD Song Plus DM-i

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 9,7 s
    0 a 1.000 m: 32 s – 161,4 km/h
    Velocidade máxima: 186 km/h
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 4,2 s
    D 60 a 100 km/h: 5,7 s
    D 80 a 120 km/h: 8,2 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 14,8/26,4/59,4 m
    Consumo
    Urbano: 22,2 km/l
    Rodoviário: 19,6 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 42/-dBA
    80/120 km/h: 61,7/68,7 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h: –
    Volante: 2,7 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico: R$ 239.990
    Garantia: 5 anos

    Condições de teste: alt. 660 m; temp., 29 °C; umid. relat., 49,5%; press., 1.010 kPa. Realizado na Pista de Testes ZF

    Ficha Técnica – BYD Song Plus DM-i

    Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.497 cm³, 110 cv, 13,8 kgfm. Elétrico, dianteiro, 179 cv, 32,2 kgfm
    Câmbio: CVT, tração dianteira
    Direção: elétrica progressiva com ajuste de dureza, 11,1 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 235/50 R19
    Dimensões: compr., 470,5 cm; larg., 189 cm; altura, 168 cm; entre-eixos, 276,5 cm; peso, 1.700 kg; porta-malas, 574 litros; tanque, 52 litros

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