O BMW iX1, o novo carro elétrico mais barato da marca, chega ao Brasil menos de um ano após ser apresentado ao mundo. Por aqui, ele estreia em configuração única, a topo de linha xDrive30 M Sport, que adota um pacote visual esportivo e sai por R$ 421.950.
O valor é apenas 20% maior do que o da versão mais cara com motor a gasolina, a sDrive20i M Sport, de R$ 350.950, que tem potência e desempenho bem mais conservadores. Coloque na conta ainda o fato de a variante elétrica ser a única importada da Alemanha, enquanto as demais, a combustão, são nacionais, feitas em Araquari (SC).
Na aparência, o iX1 é praticamente idêntico ao X1 a combustão, com o mesmo pacote visual M Sport. Para-choques, saias laterais, apliques e rodas (de 20 polegadas) são os mesmos. Três detalhes pontuais diferenciam as configurações, mas precisam de atenção para serem notados: os logotipos da BMW ganham borda azul (como em todos os elétricos da marca), a grade dianteira é fechada e há uma letra “i” estampada na grade. Isso sem considerar o nome “iX1” na traseira.
Essa discrição faz parte de um posicionamento da BMW, que não vê mais sentido em promover grandes diferenciações entre seus carros térmicos e elétricos, já que os elétricos estão cada vez mais presentes no mercado global.
O mesmo acontece no interior, onde as exclusividades do elétrico estão no logotipo do volante e em informações do quadro de instrumentos (10,25”) e da multimídia (10,7”), estes formados por um conjunto curvo de telas, como em quase todos os BMW.
A cabine do iX1 mantém ainda o alto padrão de montagem e acabamento das demais versões, com uma boa proporção de materiais emborrachados, grande variação de texturas e um volume significativo de porta-objetos. Entre os equipamentos, há faróis full-led com facho alto ajustável, piloto automático adaptativo, frenagem automática de emergência, sistema de som Harman Kardon, massagem no banco do motorista e teto solar panorâmico. Foi sentida a ausência, porém, de um alerta de pontos cegos.
No espaço interno, o iX1 leva bem quatro pessoas, já que, na traseira, o túnel central atrapalha um eventual quinto passageiro central. O porta-malas é bom, com seus 420 litros, mas o estepe temporário é um estorvo, já que não há compartimento próprio para acomodá-lo.
Anda como esportivo
É possível que, em breve, o também inédito X1 M35i chegue ao Brasil. Enquanto isso não acontece, o elétrico iX1 ocupa o posto de X1 com maior potência, melhor desempenho e o único com tração integral à venda por aqui. Seu conjunto mecânico é formado por dois motores elétricos, um em cada eixo, configurando a tração integral, que somam 313 cv de potência e 50,4 kgfm de torque.
Os números são superiores aos 204 cv e 32,6 kgfm da versão a gasolina mais potente, a sDrive20i, que tem um motor 2.0 turbo. Nos nossos testes, o iX1 foi de 0 a 100 km/h em 5,5 segundos, aceleração digna de um esportivo e mais rápida que os 7,9 s da versão sDrive20i.
Mesmo que o modelo seja bastante amigável para o dia a dia, ele oferece agilidade e acelerações fortes, caso sejam necessárias. Seu comportamento pode ser administrado pelos modos de condução (Efficiency, Personal e Sport), mas, no modo mais esportivo, quando o pedal do acelerador é pressionado até o fim, o SUV entrega a totalidade do torque como uma pancada. Para ter toda a força disponível, há ainda uma aleta atrás do volante com o modo Boost, que permite o máximo desempenho do modelo por 10 segundos. Quando acionado, uma contagem regressiva aparece no quadro de instrumentos.
A dirigibilidade do iX1 acompanha o desempenho e foca na esportividade, com a direção direta e de bom peso, além da suspensão, com ajuste mais rígido e que se aproxima do acerto visto nos sedãs da BMW, e não nos SUVs maiores da linha. Tal ajuste dá mais estabilidade ao modelo em velocidades mais altas, especialmente em curvas. Nas cidades, porém, os ocupantes sentirão mais as imperfeições do solo.
O principal problema do iX1 está em seu alcance, já que sua bateria de 66,5 kWh é pequena (semelhante à de um Chevrolet Bolt, que tem 66 kWh) diante de números tão robustos de potência e torque. Segundo nossos testes, sua autonomia (considerando um ciclo misto de consumos urbano e rodoviário) é de 366 km.
O iX1 reúne os melhores predicados do X1 a combustão, como espaço, dirigibilidade, acabamento e tecnologia, com a vantagem de ter um conjunto mecânico mais poderoso, que oferece desempenho de esportivo e tração integral. Porém, se limita na pequena autonomia.
Teste Quatro Rodas – BMW iX1
Aceleração
0 a 100 km/h: 5,5 s
0 a 1.000 m: 25,9 s – 180,4 km/h
Velocidade máxima 180 km/h (limitada)
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,1 s
D 60 a 100 km/h: 2,7 s
D 80 a 120 km/h: 3,5 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 14,1/25,1/56,6 m
Consumo
Urbano (carga completa): 5,5 km/kWh
Rodoviário (carga completa): 5,4 km/kWh
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: -/- dBA
80/120 km/h: 59,5 / 67,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
Rotação do motor a 100 km/h: –
Volante: 2,5 voltas
Seu Bolso
Preço básico: R$ 421.950
Garantia: 3 anos
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 26 °C; umid. relat., 47%; press., 766,5 kPa. Realizado na Pista de Testes ZF