O Audi A4 já teve dias melhores em nosso mercado. Em 2020, foram 176 unidades comercializadas, contra 5.170 unidades do rival BMW Série 3, que é o líder da categoria. A razão para essa participação tão discreta está relacionada a diversos fatores, como tudo o que acontece no mercado de automóveis.
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Mas um motivo relevante é o fato de o A4 estar defasado diante de concorrentes como o Série 3 e o próprio Mercedes Classe C, que está perto de ganhar uma nova geração, mas recebeu atualizações recentes e teve 2.164 unidades vendidas em 2020. A atual geração do A4 é de 2015.
Agora, o Audi está chegando reestilizado e com novos equipamentos. As mudanças não foram profundas, mas precisas e são alterações que lhe dão um respiro até a chegada de uma nova geração.
O visual dianteiro foi o que mais rejuvenesceu, recebeu novos faróis e a assinatura de led. Para completar o design externo, as linhas de toda a carroceria seguem o DNA da marca – com grade hexagonal maior e mais proeminente.
O para-choque também cresceu e foi redesenhado para abrigar entradas de ar maiores, que agora têm a função de acolher os radares dos assistentes de condução.
A traseira traz alterações mais sutis, pois as lanternas mantêm o mesmo formato retangular, apenas ganharam novas lentes e lâmpadas full-led com luzes de apresentação. E, para finalizar, as saídas de escapamento ficaram retangulares e foram incorporadas ao para-choque.
A versão mostrada aqui é a topo de linha Performance Black (substituta da Ambiente), que traz de série o kit S-Line, que inclui para-choques mais esportivos, detalhes em preto na grade e rodas aro 18 (com o mesmo desenho da versão anterior), na parte externa, e frisos e assentos esportivos, no interior.
Todas as três versões (Prestige, Prestige Plus e Performance Black) são equipadas com o motor 2.0 turbo e câmbio automatizado de dupla embreagem S Tronic de sete marchas.
Porém, nas de entrada o propulsor rende 190 cv de potência e 32,6 kgfm de torque, enquanto na topo de linha gera 249 cv e 37,7 kgfm graças à assistência de um motor elétrico auxiliar (sistema híbrido leve).
Essa tecnologia alivia a carga do motor térmico em razão da substituição do alternador por um motor elétrico mais robusto (mas incapaz de movimentar as rodas como em um híbrido pleno).
O objetivo desse sistema híbrido leve não é melhorar o desempenho. Sua função está em ajudar no consumo e nas emissões, principalmente. Embora isso não tenha ficado claro em nossa pista de testes, comparando o modelo atual com o anterior (que tinha motor 2.0 de 252 cv e 37,7 kgfm).
Os números de aceleração foram praticamente os mesmos, com o tempo de 6,1 s para ir 0 a 100 km/h. E o consumo teve uma ligeira piora de 11 km/l para 10 km/l, na cidade, e de 14,9 km/l para 13,4 km/l, na estrada.
Além do motor mais potente, a versão Performance Black oferece a conhecida tração integral quattro da Audi, que identifica a falta de aderência das rodas dianteiras e ativa a tração do eixo traseiro como forma de compensar a tração.
Essa característica torna a condução mais confiante e agradável, somando-se a isso a elevada rigidez torcional da carroceria e a suspensão equilibrada (McPherson na frente e multilink atrás), que filtra bem as imperfeições do piso ao mesmo tempo que segura a carroceria nas curvas.
A atualização contemplou melhorias no que diz respeito à conectividade. Ao contrário do SUV Q3, por exemplo, o sedã não conta com duas telas touch para a central multimídia. No lugar, há apenas uma tela de 10,1” flutuante.
Mas esta é de fácil operação, que está bem mais intuitiva e facilitada – principalmente pelo fato de que deixou de ser comandada pelo botão seletor que ficava em frente ao câmbio. Há conexão com Android Auto e Apple CarPlay.
O painel de instrumentos digital perdeu os mostradores de nível de combustível e temperatura, que foram para dentro das funções do computador de bordo – mudança que deixou o visual mais limpo. Há três estilos de mostradores que podem ser configurados.
A versão Performance Black traz um pacote de equipamentos completo, que inclui ar-condicionado de três zonas, bancos dianteiros elétricos com memória para o motorista, piloto automático adaptativo, alerta de saída de faixa e teto solar.
Destaque também para o volante de base reta com boa empunhadura, os bancos esportivos revestidos de Alcantara, que apoiam bem o corpo, e para o carregador de celular por indução.
O preço é R$ 304.990 – isso sem os opcionais que seriam bem-vindos, como head-up display (R$ 7.500), sistema de som Bang & Olufsen (R$ 8.000), pacote Assistance City (pre sense traseiro e alerta de ponto cego, R$ 8.000) e os faróis full-led Matrix (R$ 12.000) – chegando a R$ 332.490.
Fotos do Audi A4 Performance Black 2021
Nessa faixa de preço, ele briga com modelos como o Volvo S60 T8 Polestar (R$ 336.950) e o BMW 330e M Sport (R$ 319.950), e é aí que mora o perigo. Dois rivais que são híbridos e têm projetos mais modernos. Portanto, talvez apenas uma renovação não seja o suficiente para reconquistar o público brasileiro.
VEREDICTO
A atualização lhe fez bem, mas o A4 ainda precisa evoluir em alguns aspectos para enfrentar os rivais.
Teste – Audi A4 Performance Black
Aceleração
- 0 a 100 km/h: 6,1 s
- 0 a 1.000 m: 26,2 s – 203,2 km/h
- Velocidade máxima: 250 km/h*
Retomadas
- D 40 a 80 km/h: 2,6 s
- D 60 a 100 km/h: 3,4 s
- D 80 a 120 km/h: 4,1 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 16,6/24,3/56,3 m
Consumo
- Urbano: 10 km/l
- Rodoviário: 13,4 km/l
Preço
R$ 304.990
Ficha técnica
Motor: gasolina, dianteiro, transversal, 16V, turbo, 1.984 cm3; 249 cv a 5.000 rpm, 37,7 kgfm a 1.600 rpm
Câmbio: 7 marchas, tração integral (quattro)
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (dianteira) / multilink (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteiro e traseiro)
Pneus: 245/40 R18
Peso: 1.660 kg
Dimensões: comprimento, 477 cm; largura, 184,7 cm; altura, 142,9 cm; entre-eixos, 282,2 cm; tanque, 58 l; porta–malas, 460 l
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