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Você teria coragem de cortar um Porsche? Ele tem e ficou famoso por isso!

Akira Nakai é cultuado no mundo inteiro pelas suas customizações únicas nos Porsche 911 clássicos

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 24 abr 2021, 12h15 - Publicado em 24 abr 2021, 08h00
Porsche RWB
Akira Nakai no Brasil cortando um dos três Porsche que produziu por aqui (Fernando Mucci/Divulgação)

Se você já ouviu falar de Akira Nakai, com certeza é um amante da customização e preparação automotiva ou mesmo um apreciador dos Porsche clássicos.

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O customizador japonês é cultuado no mundo todo pelo seu estilo de modificar os Porsche 911, em especial os das décadas de 80 e 90. Sua marca, RWB (Rauh-Welt Begriff, Conceito de um Mundo Bruto, segundo ele, em alemão), tem uma legião de fãs.

E a fila de espera para contratar o artesão é longa e sem previsão de melhora, muito pelo contrário. E é exatamente aí que está a graça para os contemplados com a vez.

Qualquer 911 modificado, para ser considerado um legítimo RWB, tem que passar pelas mãos do próprio Akira Nakai. Não existe terceirização. E a ideia é que cada carro seja uma tela em branco para o artista criar.

Porsche RWB
Os cortes na carroceria são realizados com precisão (Fernando Mucci/Divulgação)

O envolvimento de Nakai com a customização começa nos anos 1980, quando ele dirigia um Toyota AE86 e integrava um grupo de drift de rua no Japão.

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Para participar das competições com seu estilo, Nakai rebaixou o Toyota, pintou de preto fosco e criou para-lamas alargados, que emolduravam pneus de tala estreita para ficarem ainda mais chamativos. Nessa época, ele nem imaginava que, ao customizar seu próprio carro, se tornaria um precursor da cultura automotiva de rua.

No início dos anos 1990, porém, quando trabalhava em uma funilaria, Nakai viu pela primeira vez um Porsche 911 e ficou fascinado pelos formatos arredondados da carroceria. E foi aí que ele vislumbrou a possibilidade de desenvolver esse seu talento para a customização.

Porsche RWB
As ferramentas ulizadas são simples e transportadas em apenas uma caixa (Fernando Mucci/Divulgação)

Nakai comprou um 930 (a primeira geração do 911 Turbo) e, sem receio algum ou pudor, cortou os para-lamas e os alargou, rebaixou a suspensão, instalou rodas de aros e talas bem maiores e tratou de deixar o interior da cabine espartano – como nos carros de competição.

Em 1997, ele abriu sua própria oficina de personalização, a RWB, que ganhou exposição mundial quando participou de um dos track days mais famosos do Japão, chamado de Idlers Games.

A partir daí, os Porsche RWB começaram a ser cultuados em todo o mundo. Hoje, a RWB modifica modelos Porsche em diversos países, como EUA, China e Tailândia, mas sua oficina principal continua sendo na cidade japonesa de Chiba.

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Um ambiente simples com peças e dezenas de Porsche espalhados pelo grande galpão. É neste lugar que Akira trabalha dia e noite com os esportivos, tanto que ele mesmo revela que muitas vezes dorme na oficina e isso faz parte do seu processo criativo, pois prefere estar perto do carro quando a inspiração acontece.

Porsche RWB
(Fernando Mucci/Divulgação)

Apesar de os projetos lhe renderem fama e dinheiro, pois cada um parte de cerca de US$ 20.000, por princípio Nakai não faz mais de um carro para um mesmo cliente. Ele diz que não liga para dinheiro e uma pessoa não precisa ter mais um de seus Porsche.

E claro que, com toda essa excentricidade, formou-se também aqui no Brasil uma legião de fãs. E já que para ter um RWB é preciso que o próprio Akira Nakai o faça, o empresário Artur Ramos colocou na cabeça que iria trazer o Nakai para o Brasil. “Eu sempre fui fã de Porsche e quando soube da existência dos RWB, em 2017, fiquei fascinado tanto pelos desenhos quanto pela exclusividade dos modelos”, conta Ramos.

O empresário conseguiu um encontro com Akira na Califórnia (EUA) em outubro de 2018. “Expliquei a importância dele no Brasil e na hora ele topou vir”, diz o empresário. “Só teríamos que negociar a agenda.”

Porsche RWB
O próprio Akira é quem faz todo o processo da customização (Fernando Mucci/Divulgação)

Até a visita se concretizar, Ramos teve de se encontrar mais duas vezes com o artesão, mas o esforço valeu a pena: Akira Nakai desembarcou em São Paulo no fim de agosto de 2019 para fazer três Porsche que já estavam no cronograma.

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“Até chegar o dia da vinda do Akira, tivemos bastante trabalho, a começar por quem estaria interessado em fechar um projeto RWB, até porque ele só viria se já tivesse clientes fechados e não apenas para uma demonstração”, afirma Ramos.

OS PRIMEIROS RWB DO BRASIL

Os três projetos foram definidos e a partir daí os clientes tiveram de passar por uma série de entrevistas com o customizador antes de se tornarem os felizes proprietários de um dos três primeiros RWB brasileiros.

Para Nakai cada projeto representa o desafio de criar um carro que combine com a personalidade e o gosto do proprietário, por isso, antes de iniciar seu processo criativo, ele faz questão de conversar com os clientes e só depois começa a trabalhar.

Porsche RWB
Soares e seu Porsche RWB: “Parar em um posto é muito divertido, pois todos vêm olhar e fotografar, é gratifcante” (Fernando Pires/Quatro Rodas)

“Passei por essas entrevistas e inclusive decidi junto com o Nakai qual seria o modelo ideal paraser modificado e optamos pelo 911 Carrera G-Series 1979”, afirma o empresário Clayton Soares, proprietário de um dos três RWB.

Soares junto com seu sócio Daniel Tesser têm uma coleção de Porsche, mas ele admite que depois de passar pelas mãos de Akira, o Carrera 1979 se tornou um dos xodós.

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Porsche RWB
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em sua oficina no Japão, Nakai leva poucos dias para terminar um Porsche RWB e aqui no Brasil não foi diferente, ele levou cerca de dois dias em cada carro. “Ele só tinha uma semana na agenda disponível e havia três projetos fechados, neste caso deixamos os carros prontos e ele montou todo o pacote RWB, que inclui o body kit, suspensão e rodas”, diz Ramos.

Porsche RWB
A asa traseira arrebitada é criação do artista (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mal chegou na oficina FR Tech Center, especializada em Porsche, Nakai colocou a mão na massa e os presentes ficaram impressionados com a precisão dos cortes – no olho – na lataria e a rapidez com que o artista realizou todos os processos. É o próprio Nakai que corta a lata, modela a fibra e dá o acabamento.

“Achei que não ia dar tempo, mas o Akira é uma máquina de trabalhar e fiquei impressionado como faz tudo com precisão e maestria”,conta Soares. “Ele parava apenas de duas em duas horas para tomar uma Coca-Cola e fumar um cigarro”, diz Ramos.

Porsche RWB
O RWB “Naomi” traz o seu interior mais “racing”, com bancos concha, pedais esportivos e revestimento de Alcantara (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Porsche RWB
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

No fim dos seis dias de trabalho, Nakai, como faz com todos os RWB, batizou os três exemplares brasileiros: RWB “Carrera” 993, RWB “Bulbasaur” 964 speedster e o mostrado aqui, o RWB “Naomi” 911 G-series backdate. Cada nome tem um significado para o artista. Naomi, por exemplo, é o nome de sua mãe.

Porsche RWB
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os três carros feitos no Brasil continuam sendo os únicos e, por isso, ainda mais raros. O dono de um deles chegou a receber uma proposta de R$ 1 milhão, mas não quis vender. Até onde se sabe, Nakai não tem planos de voltar ao Brasil tão cedo.

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