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Essas oficinas trabalham de portas fechadas e só atendem por indicação

Conheça as mecânicas de preparação que funcionam de portas fechadas e atendem apenas conhecidos de quem já for cliente

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 28 mar 2024, 08h08 - Publicado em 23 mar 2018, 18h05

Quem passa pela frente não imagina que atrás da casa antiga de muro baixo ou do galpão industrial sejam preparados Corvette, Porsche e Mustang pelas mãos dos melhores (e mais discretos) profissionais do mercado.

Melhor assim. Essas oficinas secretas fazem questão de continuar no anonimato. Aqui não tem essa de fanpage no Facebook, perfil no Instagram ou até cartões de visita.

A propaganda é feita da maneira mais antiga do mundo: na base do boca a boca, com a indicação dos clientes mais devotos.

“Essa forma de divulgação é, na minha opinião, a que mais fideliza o cliente. É por isso que os mais fiéis acabam virando grandes amigos”, conta Rodrigo Corbisier, dono da preparadora G&R, localizada no bairro do Brooklin, em São Paulo.

Oficinas secretas
Por fora ninguém imagina que ali há uma oficina (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Corbisier já atua nesse mercado há 20 anos e sempre fez questão de trabalhar de portas fechadas. “Faço qualquer tipo de preparação, mas não preciso deixar a porta aberta para isso. Meu público é específico e nesse ramo todo mundo se conhece. Não é difícil me encontrar”, brinca Corbisier.

Como ele gosta de participar de corridas, prepara muitos veículos para competições. “São vários tipos de modelos, que vão do track day até o Campeonato Paulista de Endurance, fazendo desde uma simples reprogramação de ECU até a troca de coletor de escape e comando de válvulas, o que pode aumentar em até 1.000 cv a potência original.”

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O trabalho de Corbisier não é barato. Ele justifica explicando que todas as peças que usa são importadas dos Estados Unidos e que sua mão de obra é qualificada – o custo médio é de R$ 200 a hora.

Suas preparações costumam ser complexas e extensas (levam mais de 30 dias) e o preço médio dos serviços pode variar de R$ 100.000 a R$ 600.000.

Entre os modelos habitués do local, que ocupa 300 m², estão BMW M3, Nissan GT-R, Corvette e Porsche 911.

O artesão dos motores

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Caliendo em sua oficina especializada em customização, principalmente de Fusca (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Não pense, porém, que o mundo das preparações personalizadas vive só do glamour de equipamentos high-tech importados. Há espaço para oficinas igualmente escondidas, mas cujas peças são feitas à mão.

Foi esse o caminho seguido por Teco Caliendo, 46 anos, que trabalha numa rua tranquila no bairro do Brooklin, em São Paulo.

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É comum sua freguesia se queixar que não achou sua mecânica. Pudera: trata-se de uma residência antiga, datada dos anos 50, que preserva a mesma fachada da época, com murinho baixo e um pequeno jardim.

“Fiz questão de preservar a casa original. Só fiz modificações na garagem da casa, nos fundos.” Ele diz que é comum os clientes novos estranharem em um primeiro momento. “Mas depois gostam muito do clima caseiro e aconchegante que o local oferece.”

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Na fachada, parece ser apenas uma casa de bairro (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Há cinco anos, Teco está nesse endereço, onde faz projetos especiais de customização. “Foi a realização de um sonho poder trabalhar só com o que eu gosto”, conta.

Seu primeiro emprego foi como office boy, mas sua paixão por carros acabou levando-o a se tornar piloto de testes na pista da GM em Indaiatuba (SP). A partir daí não saiu mais do meio automotivo.

“Fiz um curso de mecânica no Senai para saciar minha veneração pelos motores e foi a partir daí que entrei de cabeça na preparação.”

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Se precisar, Caliendo também reconstrói as peças do motor (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Teco trabalhou por dez anos em uma preparadora que funcionava aberta ao público. “Confesso que aprendi muito nesse período, mas me incomodava o fato de trabalhar de portas abertas. Muitos curiosos entravam para ver o que estávamos fazendo e chegavam até a atrapalhar.”

Foi então que o mecânico decidiu abrir sua própria oficina, começando apenas com os clientes fiéis que conquistou no emprego anterior. Acabou se especializando na customização de Fusca, Mustang e Lotus.

“Fui um dos primeiros a trocar o pedal da embreagem e os bancos dianteiros do Fusca por versões mais modernas e confortáveis. “Isso torna o dia a dia com um automóvel clássico muito mais agradável”, explica.

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Vale até pôr um motor de 911 no VW (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Teco também ficou conhecido pelo cuidado no embelezamento dos motores. “Todos são jateados para garantir uma apresentação mais bonita. Eu me preocupo com todos os detalhes. Se precisar, troco até os parafusos.”

Paixão italiana

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Kfoure reforma Fiat e Alfa de rua e de corrida (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Outro que faz milagres em uma mecânica escondida dos olhos do público é Fernando Kfoure, capaz de transformar um Fiat Mille de 80 cv em uma fera de 600 cv.

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“Eu me especializei na linha Fiat e Alfa Romeo por ser um apaixonado pelas duas marcas”, diz.

Apesar desse foco, ele não recusa pedidos dos mais chegados.

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Este Uno foi preparado para track day, com direito a nitro e um kit de competição que elevou a potência a 310 cv (Paulo Vitale/Quatro Rodas)
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O uno preparado por Kfoure com o capô aberto (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

Por isso entre seus projetos há um Mitsubishi Lancer e Mercedes E 63 AMG. “Este carro já marcou 800 cv no dinamômetro e atualmente é o Mercedes mais rápido do Brasil”, orgulha-se.

Há 15 anos Kfoure faz questão de trabalhar de portas fechadas numa casa da Vila Maria, também na capital paulista. Hoje possui 300 clientes frequentes.

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O local que ocorre esses trabalhos nem tem cara de oficina (Paulo Vitale/Quatro Rodas)

“Meu ramo não precisa de um local aberto ao público. A divulgação acontece naturalmente, por meio de indicações”, conta.

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Pelo jeito, ele tem toda razão: sentimos na pele como seria o dia a dia de Kfoure se funcionasse de portas abertas.

Para a produção das fotos acima, deixamos aberto o portão da sua oficina secreta: em menos de 20 minutos, dezenas de pessoas entraram para ver os automóveis. “Já imaginou como seria se eu não trabalhasse de portas fechadas?”

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