Toyota terá motores híbridos flex e baterias nacionais a partir de 2026
Dos R$ 11 bi que a montadora, R$ 5 bi serão utilizados para expandir e iniciar a produção de híbridos e baterias na fábrica de Sorocaba (SP)
Em março, a Toyota anunciou um investimento de R$ 11 bilhões no Brasil dizendo que ele seria usado para o lançamento de novos modelos no Brasil. Agora, cerca de dois meses depois, temos mais informções de como esse montante será usado.
De acordo com a montadora, R$ 5 bilhões serão destinados para a construção de uma nova fábrica de veículos em Sorocaba, no interior de São Paulo, dentro do complexo já existente onde são produzidos os modelos Corolla Cross e o Yaris hatch. Com o investimento, a Toyota afirma que irá aumentar a capacidade de produção, que atualmente é de 170 mil carros por ano, em até 50%.
“O projeto Sorocaba 2 termina em 2026. Vamos praticamente espelhar a planta”, disse o presidente da Toyota no Brasil, Evandro Maggio, em entrevista aos jornalistas.
A expansão tem como um dos objetivos a transferência da produção do Corolla sedan, que atualmente é montado em Indaiatuba, a cerca de 50 km de distância de Sorocaba, e que tem capacidade de produção anual de 76.000 veículos. Durante o processo de mudança, que deve durar até 2026, o modelo será produzido nas duas plantas simultaneamente.
Com o projeto Sorocaba 2, a fábrica paulista também será capaz de produzir motores híbridos flex e montar suas próprias baterias. Com isso, está quase certo que a montadora colocará em prática alguns de seus projetos, como a picape híbrida flex feita baseada na plataforma Corolla Cross e o trem de força híbrido plug-in, que já está em testes no Brasil.
Vale ressaltar que, atualmente, as mecânicas híbridas da dupla Corolla chegam por importação e são apenas montadas nos carros fabricados no Brasil. Apenas os motores 1.5 e 2.0 flex são, de fato, fabricados no Brasil, em Porto Feliz (SP).
Sobre novos lançamentos, a Toyota ainda não dá nomes, mas afirma que o próximo híbrido chegará já no ano que vem. “Uma parte vai para nosso compacto híbrido. Estamos com ele no ‘pipeline’ para o ano que vem. Tem outro veículo também que está em desenvolvimento, exclusivo para a região (da América Latina)”, disse Maggio.
Para os R$ 6 bilhões restantes, a Toyota estuda usá-los para lançar uma nova gama de modelos, que devem ser lançados a partir de 2026, após o fim do projeto Sorocaba 2. Segundo o presidente, essa nova leva de lançamentos colocará a montadora em segmentos que ela ainda não atua no mercado nacional.
Sobre a desativação da fábrica de Indaiatuba, o presidente foi questionado se existe a possibilidade dela ser vendida para alguma montadora chinesa. Maggio respondeu dizendo que, por enquanto, esse não é o foco, mas a possibilidade de vender a unidade não está descartada.