Toyota Hilux e SW4 têm vendas suspensas por irregularidade em motor diesel
Auditoria independente constatou que testes no 2.8 turbodiesel motores alteraram dados de potência e torque, motivando suspensão de vendas pela Toyota
![Irregularidades afetam unidades vendidas para diferentes países do mundo](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2022/01/Hilux-eu-capa-e1641235740114-1-e1641302824254.jpg?quality=70&strip=info&w=1280&h=720&crop=1)
Ano novo e velhos problemas para a Toyota: pela segunda vez em dois meses, a montadora está envolvida em acusações de fraudes nos testes de veículos. Agora, a questão envolve a Hilux e o SUV SW4, bem conhecidos no Brasil.
Tanto a picape média quanto o SUV tiveram seus motores adulterados durante ensaios de certificação. Segundo a Reuters, a curva de potência do propulsor 2.8 turbodiesel foi maquiada para aparentar maior suavidade do que o de fato. Já o periódico Kyodo News informa que a adulteração ocorreu na curva de torque. Outros dois propulsores a diesel também estariam envolvidos na questão.
Fato é que a irregularidade fez a Toyota suspender as vendas e exportações de 10 modelos, que, além de Hilux e SW4, incluem Land Cruiser 300, Hiace, Inova e o Lexus 500D. A fabricante calculou que cerca de 84.000 veículos com o motor irregular foram vendidos no último ano fiscal. Em outra declaração, o CEO estimou que esse número pudesse ser cinco vezes a maior. A previsão é que as vendas retornem quando os esclarecimentos e ações corretivas forem suficientes para tal.
![Toyota Hilux Challenge 14 Motor 2.8 turbodiesel entrega 177 cv a 3.400 rpm](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2017/11/toyota-hilux-challenge-14.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Correção de conduta
O problema dos motores não foi encontrado por agências governamentais, mas por uma auditoria independente contratada pela própria Toyota. A empresa vem fazendo um pente fino em suas atividades após o escândalo que envolveu a subsidiária Daihatsu.
No final do ano passado, descobriu-se que testes de colisão (crash tests) correspondentes a mais de 88.000 veículos teriam sido fraudados, a fim de melhorar suas notas. O achado gerou repercussão negativa na sociedade japonesa e a empresa viu-se obrigada a apresentar reparações pelo descaminho perante o governo local.
![toyota-fortuner-gr-sport-indonesia (1) Visão traseira SW4 GR SPORT](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2021/08/toyota-fortuner-gr-sport-indonesia-1.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Ainda não está claro porque os problemas no motor 2.8 ocorreram, mas alterações assim já foram usadas, no passado, para que propulsores poluentes demais passassem em testes de emissões. O caso mais conhecido, claro, é o Dieselgate, da Volkswagen.
No comunicado, a Toyota explicou que não se trata de coisa do tipo, mas de detalhes técnicos como o software utilizado nas medições. A auditoria destacou falhas importantes na cultura da empresa, que acabaram contribuindo para que o problema persistisse.
“Nos sentimos profundamente responsáveis pela má-conduta que persistiu por tanto tempo e pela falha em descobri-la e retificá-la. Faremos o melhor para reconstruir a companhia tendo o cumprimento das leis como nossa prioridade máxima”, disse o presidente da Toyota Industries, Koichi Ito.
![Hilux Hilux](https://quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2023/09/1FLP6571-Enhanced-NR.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Brasil ileso
Segundo a investigação, os modelos afetados foram exportados para países como a Austrália, o próprio Japão e nações do Oriente Médio. Dessa forma, as unidades vendidas no Brasil — fabricadas na Argentina — seguem sua vida normalmente.
Em nota à imprensa, a Toyota do Brasil confirmou que não há impacto nas vendas nacionais. A marca também reforçou que o problema não afeta questões como a performance e segurança dos carros afetados no exterior.