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Toyota Corolla: a primeira geração do japonês que conquistou o mundo

De estilo europeu e mecânica japonesa, o sedã era a síntese da eficiência, robustez e praticidade há 56 anos

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 3 ago 2024, 19h06 - Publicado em 3 ago 2024, 17h00
Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS
Primeira geração do Toyota Coeolla trazia rodas de apenas 12 polegadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS
Primeira geração trazia rodas de apenas 12 polegadas. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Toyota Corolla surgiu em 1966 para ocupar a lacuna entre o compacto Publica e o médio Corona. O pequeno sedã de duas portas concebido pela equipe do engenheiro Tatsuo Hasegawa tinha concepção tradicional, com motor dianteiro de 1,1 litro, tração traseira e linhas harmoniosas.

O Corolla era a síntese da eficiência, robustez e praticidade: o interior era simples, com espaço para cinco ocupantes. O câmbio de quatro marchas extraía o máximo dos 8,5 kgfm de torque e 60 cv do pequeno motor.

O sedã de quatro portas, a perua de três e o câmbio automático Toyoglide de duas marchas eram as novidades para 1967. A Austrália foi o primeiro país a importar o Corolla: a produção local teve início em 1968, mesmo ano em que o pequeno Toyota invadiu o mercado norte-americano.

Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS
Estilo tipicamente europeu: colunas finas e ampla área envidraçada. (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em 1969 surgia o motor 3K de 1,2 litro, com opção de dois carburadores de 9,6 kgfm e 77 cv, muito apreciado no cupê fastback Corolla Sprinter. A segunda geração foi apresentada em 1970: estava maior e mais potente, com freios dianteiros a disco e cinco portas para a perua. O Corolla atingia o primeiro milhão de unidades.

Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS
Acabamento externo de alto nível. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A versão esportiva Levin chegou em 1972 com motor de 1,6 litro com duplo comando de válvulas no cabeçote e 113 cv. O câmbio manual de cinco marchas foi adotado em 1973, no momento mais adequado para enfrentar a primeira grande crise do petróleo.

A gasolina cara manteve o crescimento do Corolla no mercado: a injeção eletrônica foi uma das inovações da terceira geração, que em 1974 consolidou a Toyota como o quarto maior fabricante mundial. A carroceria Liftback com terceira porta foi essencial para enfrentar o recém-lançado Honda Accord.

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Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS.
Alavanca no assoalho era rara nos carros japoneses. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Três anos depois, chegava a quarta geração, com predomínio de linhas retas e ênfase no espaço interno e eficiência aerodinâmica. Foi a primeira a oferecer direção hidráulica e suspensão traseira com molas helicoidais.

Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS
O emblema central faz alusão a uma coroa de flores, significado do nome Corolla em latim. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em 1982, o Corolla totalizou 10 milhões de unidades, superando rivais como Ford Escort, Renault 12 e Opel Kadett. A tração dianteira foi adotada na quinta geração, em 1983, essencial para que o Corolla fizesse frente ao Honda Civic. Serviu de base para o Chevrolet Nova de sexta geração e começou a ser produzido na Venezuela e na África do Sul.

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Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS.
Instrumentos circulares Denso e rádio… (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Com linhas arredondadas, a sexta geração foi apresentada em 1987 e marcou o fim da tração traseira e o início da produção canadense. Inspirada no Lexus LS400, a sétima geração ficou 21 cm maior e já trazia equipamentos como piloto automático, CD player, airbags e freios ABS: foi nela que o Corolla chegou à marca de 20 milhões de unidades produzidas.

Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS.
… com ventilação forçada e ar quente (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A oitava geração deu as caras em 1995 e dois anos depois dava ao Corolla o título de automóvel mais vendido da história. Começou a ser produzida no Reino Unido, na Turquia e no Brasil em 1998, conquistando o Campeonato Mundial de Rali no ano seguinte. Sozinho, o Corolla respondia por cerca de 1/5 de toda a produção da Toyota.

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Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS.
Havia pouco espaço para as pernas no banco traseiro. (Fernando Pires)

De lá para cá, a história do Corolla é bem conhecida dos brasileiros: a nona geração chegou aqui em 2003. A entrada no mercado chinês foi decisiva para que o modelo alcançasse a marca dos 30 milhões já em 2005. Em 2008, tivemos acesso à décima geração, sucedida pela décima primeira (2013) e pela atual (2020).

Toyota Corolla 1968 - clássicos QUATRO RODAS.
Motor K tinha cabeçote de alumínio e comando de válvulas no bloco. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Corolla contabiliza mais de 46 milhões de unidades produzidas nos últimos 55 anos graças a sua eficiência, robustez e praticidade. Cerca de quatro Corollas foram comercializados no intervalo de tempo necessário para ler esta reportagem: a única dúvida que paira é saber se a popularidade do lendário sedã japonês resistirá ao avanço mundial dos utilitários esportivos.

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Ficha técnica – Toyota Corolla 1968

  • Motor: 4 cilindros em linha de 1,1 litro; 8,5 kgfm a 3.800 rpm; 60 cv a 6000 rpm.
  • Câmbio: manual de 4 velocidades, tração traseira.
  • Carroceria: fechada, 2 portas, 5 lugares.
  • Dimensões: comprimento, 384 cm; largura, 149 cm; altura, 138 cm; entre-eixos, 229 cm; peso, 701 kg.
  • Desempenho: aceleração de 0 a 96 km/h: 20,2 segundos; velocidade máxima de 137 km/h.
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