Se a Shelby é conhecida por criar versões envenenadas do Mustang e a Ford tem uma versão elétrica do carro, não assusta a chegada do novo Shelby Mustang Mach-E GT. O esportivo elétrico de grife estreia na Europa para comemorar o centenário do fundador Caroll Shelby, que, antes de morrer, já havia previsto o futuro eletrificado de sua preparadora.
O Shelby Mach-E GT é baseado na versão homônima da Ford. Há um motor elétrico em cada eixo, proporcionando tração integral e entregando os mesmos 487 cv e 82,9 kgfm da versão convencional. Mas não quer dizer que a performance é a mesma: o Shelby elétrico entrou numa “dieta” e pesa menos do que as 2,2 toneladas originais do carro.
Méritos da fibra de carbono — usada no capô, retrovisores, portas e difusores de ar — e das rodas extraleves. Com essa economia de peso, espera-se tempo no teste de 0 a 100 km/h ainda menores que os cerca de 3,7 s gastos pela versão de fábrica.
A Shelby não divulgou quanto peso foi economizado, mas também anunciou que sua versão tem vão livre cerca de 2,5 cm mais baixo, favorecendo a dinâmica veicular com centro de gravidade mais baixo. “Reduzidos a massa suspensa para aumentar a estabilidade e melhoramos a aerodinâmica”, completou o vice-presidente Vince LaViolette.
Ronco de verdade
LaViolette explicou que, em suas pesquisas de mercado, constatou que os fãs da Shelby estão abertos aos carros elétricos, mas nada parece capaz de compensar a falta de um motor que ronca alto. A marca, então, seguiu caminho parecido aos da Dodge e Abarth, criando um barulho artifical para o Mach-E.
O sistema é fornecido pela Borla, que inclusive o vende pela internet. Nele, há uma caixa de som que é alimentada em tempo real pelo computador do carro e, com base na potência, torque e rotação, cria um barulho correspondente. Afinal de contas, “audição, visão e tato são os três sentidos que usamos na pilotagem esportiva”, explica David Borla, vice-presidente da empresa de mesmo nome.
Curiosamente, o Shelby Mach-E GT será limitado à Europa, com apenas 100 unidades inicialmente disponíveis. Para tanto, é necessário adquirir o carro elétrico antes e aí pagar mais 24.900 euros pela conversão.