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Reino Unido também terá etanol misturado na gasolina

Em busca de reduzir emissões de gases do efeito estufa, Reino Unido torna obrigatória prática pioneira do Brasil

Por Eduardo Passos
9 ago 2021, 16h25
Norma valerá para todos os postos britânicos a partir de setembro. Irlanda do Norte adotará regra em 2022
Norma valerá para todos os postos britânicos a partir de setembro. Irlanda do Norte adotará regra em 2022 (Ph B/Unsplash)

Velha conhecida dos brasileiros, a adição de etanol à gasolina também será adotada pelo Reino Unido a partir de setembro. Mais do que uma medida experimental, a ideia do governo local é contribuir para esforços ambientais enquanto veículos elétricos não ampliam sua parcela de mercado e vigorará em definitivo.

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Atualmente já existem misturas de etanol com gasolina à venda na Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, mas nenhuma dessas com mais de 5% de álcool na composição. Com a nova medida, entretanto, a gasolina comum britânica passa a ter 10% do biocombustível adicionados obrigatoriamente.

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A chamada gasolina E10 é parte do esforço britânico em cumprir a meta de neutralidade de carbono até 2050. Além da cana de açúcar, serão utilizadas grãos de baixo valor nutricional e dejetos de madeira — um esforço que reduzirá poluentes em equivalente às emissões de 350 mil carros por ano (cerca de 750 mil toneladas), acredita Londres.

Mini Sky 1989
Modelos antigos terão que recorrer às gasolinas premium — o que gerou reclamação de antigomobilistas (Zack's Motor Photos/Reprodução)

A introdução da E10 ocorrerá a partir de 1º de setembro, quando postos de toda a ilha britânica passarão a vendê-la nas bombas de gasolina comum. 

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Essa é a mistura usada em testes de emissões há anos e todos os veículos britânicos de 2011 em diante são compatíveis. Para atender às exceções, a gasolina premium britânica será mantida com apenas 5% de álcool, o que permite sua adoção universal. A título de comparação, a gasolina brasileira leva 27% de etanol em sua composição. Na Argentina, são 12%.

Dá para encarar alagamentos (leves) com um elétrico sem medo
Cerca de 95% dos carros em circulação no Reino Unido já estão prontos para a mudança (Divulgação/Jaguar)

“Ainda que mais e mais motoristas estejam dirigindo carros elétricos, há pequenos passos que podemos dar para reduzir a emissão dos milhões de veículos que já estão em nossas estradas”, disse o secretário de Transportes local, Grant Shapps.

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Ainda que a medida provoque quase nenhum impacto na mecânica dos carros e que o consumo médio deva diminuir em aproximadamente 1%, foi necessária uma campanha do governo para que não houvesse pânico ou protestos. Um aplicativo também foi criado para checar a compatibilidade dos veículos locais à mistura, que parte de 95% e aumentará ao longo dos próximos anos.

Também foi necessário explicar que caso um veículo incompatível abasteça com E10 indevidamente, basta enchê-lo com E5 em uma próxima ida ao posto. “Ao contrário de abastecer um carro a gasolina com diesel, não é necessário esvaziar o tanque imediatamente”, explica o site oficial da mudança, que também gerou resistência em quem, erroneamente, acredita que haverá maior emissão de gases do efeito estufa e danos a veículos modernos.

Usina da Vivergo em Hull, leste da Inglaterra, foi reaberta para suprir a demanda por etanol
Usina da Vivergo em Hull, leste da Inglaterra, foi reaberta para suprir a demanda por etanol (Vivergo/Divulgação)
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Para suprir a demanda por álcool houve reinauguração de usinas alcooleiras locais, que farão parte da cadeia bioeconômica do Reino Unido.

“Há muito tempo dizemos que a introdução de E10 é um dos mais rápidos, fáceis e economicamente viáveis jeitos do Reino Unido reduzir suas emissões de carbono enquanto provê um avanço econômico que sustente a indústria de biocombustíveis britânicas e a economia nacional e local”, completou o executivo do ramo, Mark Carr.

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