Race Taxi FB1: uma Kombi com motor Porsche biturbo de 540 cv
Van tem motor boxer 3,6 litros biturbo com 77,2 mkgf de torque e preparação pesada para também fazer curvas
A Kombi pode ser tudo: versátil, robusta, carismática, econômica, eterna – menos esportiva. Mas sempre tem algum maluco querendo transformá-la em foguete.
É o caso de Fred Bernhard, um suíço que levou quatro anos (entre 2002 e 2006) para criar uma Kombi com um motor 3.6 boxer de um Porsche 911 Turbo da geração 993.
Apelidada de “Race Taxi FB1”, a van com o simpático formato de pão de forma traz a carroceria daa primeira geração (T1) adaptada sobre uma plataforma mais moderna, derivada da Transporter T3 — a terceira geração na Europa, produzida a partir de 1979.
Com a nova base, a casca teve que passar por inúmeras modificações, como o aumento da largura em 21 centímetros. Para isso, foi preciso cortar o teto, colocando uma peça de fibra de carbono no lugar (demandando meses de trabalho para sua confecção).
Outras alterações são as janelas em policarbonato (para alívio de peso) e as caixas de rodas redesenhadas, com direito a painéis removíveis nos traseiros para facilitar a troca de pneus — de medidas maiores.
Por dentro, há santantônio completo e uma série de reforços estruturais. Para completar o espírito de corrida, foram instalados quatro bancos concha, com os da frente em posição mais recuada, além de um painel de Porsche 911 GT3 da geração 996.
A atenção aos detalhes fez com que as proporções ficaram fiéis às medidas do veículo original. Isso inclui a pintura em dois tons (uma das principais características da van) nas cores branca e cinza, com a divisão entre elas sendo feita na cor laranja. Para compor o visual race, há rodas BBS de 18 polegadas calçadas com pneus slick Pirelli PZero. Os freios a disco são do Porsche 993.
Para melhorar sua dirigibilidade (e ficar menos indomável em track days), a Kombi recebeu a suspensão da Transporter T3, mas com modificações para melhorar seu comportamento dinâmico, como amortecedores ajustáveis feito sob encomenda pela Bilstein, molas Eibach e barra estabilizadora do Porsche 993 na traseira.
A cereja do bolo é o motor seis cilindros boxer 3.6 biturbo que veio de um Porsche 911 Turbo batido (da geração 993 do ano de 1995), a última considerada fiel às raízes da marca por ter refrigeração a ar.
Esse propulsor gera originalmente 408 cv e fazia o 911 Turbo acelerar de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e atingir a velocidade máxima de 290 km/h. O conjunto ainda recebeu dois intercoolers, que refrigeram o motor através do ar recebido pelos dois dutos ligados nas aberturas das janelas traseiras.
Já o câmbio manual de seis marchas veio de um 911 (996), da geração seguinte, enquanto o trambulador e o diferencial vieram de um Porsche 911 Cup. O resultado de toda a preparação são os estimados 540 cv de potência e 77,2 mkgf de torque. Um pão de forma para ninguém botar defeito.