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Potência variável

Cresce o número de modelos em que é possível variar a entrega de torque e potência eletronicamente

Por Eduardo Viotti
Atualizado em 9 nov 2016, 11h56 - Publicado em 27 mar 2012, 17h49
Potência variável

A , B ou C? As múltiplas escolhas chegaram às motos através da eletrônica digital. A possibilidade de escolher várias modalidades de desempenho em um mesmo motor, atendendo às normas antipoluição em todas e adaptando o desempenho da moto a sua inspiração para tocar ou às condições do clima, é uma ideia genial. A partir da pioneira Suzuki GSX-R 750, um número crescente de motocicletas oferece uma tecla com as opções. Elas estão em outros modelos Suzuki, como a Hayabusa e a B-King. Também na Honda VFR 1200F e em diversas BMW e Ducati, entre muitos outros modelos de todas as principais marcas, especialmente os superesportivos.

A proposta é simples: em uma moto agressiva, uma acelerada mais brusca sobre piso resvaladiço pode ser perigosa. Com o botão no punho, você pode ajustar o sistema de injeção e ignição do motor para uma condução calma e econômica, com respostas e entrega de potência mais progressivas, usada para quando está chovendo ou há areia no piso. Pode alterar para uma tocada intermediária, quando você está apenas mais relaxado, por exemplo. E, finalmente, para uma pilotagem que exige atenção, nervos à flor da pele e doses de adrenalina em níveis de dependência física.

Há uma vantagem suplementar, a de treinar o piloto que vem de uma moto menos impulsiva (ou de menor cilindrada) à pilotagem de uma esportiva agressiva, oferecendo-lhe estágios que lhe facilitem atingir o completo domínio da cavalaria com segurança.

Além de simular o comportamento de motores diferentes, as opções de gerenciamento reduzem a atração dos chips de performance nas motos que as aplicam. O ajuste mais esportivo tira do motor praticamente tudo o que pode oferecer, com a vantagem de saber que os níveis de segurança mecânica e de poluição ambiental estão mantidos em qualquer das opções.

A coisa funciona como se houvesse três diferentes chips de software comandando a ECU. Através de um botão no punho, o motociclista escolhe a opção. Os nomes variam (alguns modelos usam apenas A, B e C, ou 1, 2 e 3), mas em geral incluem opções para chuva, uso econômico e esporte. A recém-lançada Ducati Panigale usa Wet (molhado), Sport e Race.

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As fábricas já faziam essas variações ao aplicar um mesmo motor em diversos modelos, às vezes com diferentes propostas. O caso das recém-lançadas Honda NC 700 em três versões (uma delas é um scooter) é emblemático. Elas adotam o mesmo motor de 700 cc, mas com potências diferentes, em faixas de giro deslocadas em cada versão. Com o torque máximo, ocorre o mesmo.

A verdade é que para ir ao trabalho ou à escola, ou para sair com a namorada a passeio, você não precisa de uma moto com 200 cv. Ela pode até mesmo ser traiçoeira se a garota distrair sua atenção da pilotagem – o que também pode ser interessante.

626_tecno_tx2.jpg COLINAS E VALES

Os sistemas de injeção de combustível começaram a substituir os carburadores ainda nos anos 50, mas aposentaram de vez os carburadores há cerca de 20 anos, com o aumento das preocupações com a contaminação ambiental.

O gerenciamento eletrônico de motor faz ignição e injeção atuarem em perfeita sincronia e proporciona melhor aproveitamento do combustível, além de funcionamento mais preciso e desempenho constante ao motor. Ele também protege a natureza, reduzindo a emissão de poluentes no ar, e até mesmo o próprio motor, impedindo que um motociclista doidão faça-o trabalhar em um regime de rotação tão elevado a ponto de danificá-lo.

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Longe de ser novidade, o sistema equipa automóveis desde os anos 90. Mesmo assim, não custa lembrar a imagem de mapeamento tridimensional que descreve o software da central de processamento que gerencia o motor.

A ideia de mapa vem do gráfico 3D em wireframe que a representação do esquema de ignição de motor lembra, com direito a colinas e vales em relevo, de acordo com as faixas de rotação.

A central de processamento atua alimentada por uma série de sensores distribuídos pela motocicleta. Os principais são o sensor de posição do acelerador, de rotação, de posição do virabrequim e de temperatura. Há motos que utilizam sensores de fluxo de ar admitido e de pressão absoluta no coletor. Um sensor dos mais importantes é o que capta a presença de oxigênio nos gases de escape, conhecido como sonda lambda. Quando ele está presente, o sistema é chamado de closed loop (volta completa), pois o resultado da queima do combustível atomizado pelos bicos injetores é aferido e pode ser infinitamente ajustado. Algumas motos mais econômicas e de menor cilindrada não o têm.

Os sistemas de múltiplas opções são uma evolução técnica quase exclusiva das motocicletas de alto desempenho. Ao contrário do que seu orgulho de piloto possa indicar, não são úteis apenas para motociclistas inexperientes ou neófitos. As opções de desempenho variável são um excelente recurso de que mesmo o mais audaz piloto pode lançar mão para as situações em que não se deve, ou simplesmente não se quer, andar com o gás máximo.

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