Compacto mais importante da Ford, o Fiesta teve sua nova geração apresentada esta tarde em Colônia, na Alemanha. Trata-se da sétima geração do hatch que, apesar da semelhança no design geral com o modelo anterior, tem dimensões maiores – para a alegria de quem reclamava do espaço interno dele – e está mais refinado.
O ponto de partida foi a mesma plataforma B Global do modelo anterior, lançado em 2008. Ainda que a Ford não tenha divulgado dimensões, o Fiesta está discretamente maior, principalmente no entre-eixos e na largura.
Mesmo assim, a dianteira guarda estreita relação com o Fiesta que temos nas concessionárias brasileiras. A grade está um pouco mais larga, enquanto os faróis (agora com linhas de leds internas) ganharam dimensões para cima.
Na versão de luxo Vignale o para-choque tem tomada de ar interligando os faróis de neblina, enquanto nas versões convencionais e esportiva ST os neblinas possuem nichos independentes.
É com a traseira que esta nova geração do Ford Fiesta conquista personalidade. Pela primeira vez desde 2002 o compacto abandona as lanternas traseiras verticais: agora horizontais, elas invadem a tampa do porta-malas e ajudam a reforçar o ganho em largura do modelo.
O interior não surpreende quem viu o Ford EcoSport reestilizado há duas semanas. A central multimídia Sync3 também está em destaque no topo do painel, imediatamente acima das saídas de ar centrais. Comandos do ar-condicionado automático também mudam. O quadro de instrumentos tem tela de LCD maior para o computador de bordo e o volante é o mesmo do Focus.
A Ford fala em melhora do material de acabamento, mas os carros vendidos na Europa, diferentemente dos carros nacionais, têm material emborrachado no painel – como no Fiesta Sedan, que ainda é importado do México. Um dos objetivos da Ford ao deixar o Fiesta mais refinado é distanciá-lo do Ka desenvolvido no Brasil, que acaba de ser lançado na Europa.
Há ainda o inédito Fiesta Active, aventureiro com suspensão mais alta, rack no teto, molduras plásticas nas caixas de roda e saias laterais integradas a elas.
O principal motor do novo Fiesta será o 1.0 EcoBoost, de 3 cilindros, oferecido em versões de 100, 125 (como o que equipa o Fiesta EcoBoost no Brasil) e 140 cavalos. A novidade é que agora ele tem sistema que permite a desativação de um cilindro em situações em que não seja necessária toda a força do motor.
Os processos de ativação e desativação duram apenas 14 milisegundos e quando o cilindro é desativado um contrapeso entra em ação para evitar vibrações indesejadas.
Versões mais em conta do compacto receberão o mesmo 1.2 de 4 cilindros oferecido no Ka europeu, com potências entre 65 cv e 85 cv. Também serão oferecidos aos europeus o 1.5 diesel em versões de 75 e 95 cv.
Com teto preto, saias laterais, para-choques exclusivos e rodas maiores, a versão esportiva ST usa o motor 1.6 EcoBoost em uma configuração capaz de produzir 210 cv.
Carro brasileiro pode ser diferente
O fato deste novo Ford Fiesta ter nascido na mesma plataforma do atual sugere que esta nova geração pode desembarcar por aqui mais cedo. Se tudo correr bem, o teremos no segundo semestre de 2017.
Mas há uma ressalva: a estratégia “One Ford” que estabelecia que todos os seus modelos seriam iguais no mundo inteiro caiu por terra. A ordem agora é criar carros “adaptados às diferentes regiões onde serão comercializados”, de acordo com Moray Callum, chefe de design da Ford.
É uma política que não afeta tanto o design, mas tem influência nos motores e equipamentos que serão oferecidos em cada mercado. Portanto, não espere por equipamentos que serão oferecidos na Europa, como o som premium da Bang & Olufsen.