Veja o que a Índia achou do Nissan Magnite, que irá substituir o March
Projeto nacional deverá ser ligeiramente diferente, com plataforma dos novos Sandero e Logan, para se distanciar do Renault Kwid
A Nissan tirou o March de linha no Brasil recentemente, mas isso não significa que a marca ficará fora do segmento de compactos de entrada por aqui. Não será agora que teremos o March europeu no país, e a Nissan deverá mudar a abordagem ao segmento com um inédito SUV compacto. E o Nissan Magnite é cotado para ser a inspiração desse novo carro.
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O que deve mudar, basicamente, é a plataforma. O modelo que está sendo lançado agora na Índia é feito sobre a plataforma CMF-A, a mesma do Renault Kwid, com quem guarda diversas semelhanças. O brasileiro usará a CMF-B, mesma plataforma da nova geração do Renault Sandero.
Mas o Magnite vendido na Índia também tem suas particularidades, a começar pelo tamanho. Ele não será tão compacto como o Kwid, e mede quase 4 m de comprimento, 16 cm mais curto que um Chevrolet Onix.
E, ao menos na configuração indiana, o modelo promete ter qualidades para enfrentar a concorrência pesada de Chevrolet Onix e Hyundai HB20 por aqui. O visual chama atenção sem ser exagerado, e chegou a ser descrito pelos colegas do jornal Hindustan Times como “o Nissan mais bonito à venda e um dos melhores do segmento”, apesar do assunto ser pra lá de subjetivo.
Só que o Magnite brasileiro será talhado especificamente para o nosso mercado, tanto que vai até usar outra plataforma. Por isso, será maior e mais incorpado do que o indiano, e deixará os laços com o Kwid mais distantes.
Na frente, há luzes de LED nos faróis e em dois “bumerangues” que formam as luzes diurnas. As rodas de 16 polegadas também têm desenho moderno e combinam com o conjunto. Atrás, o nome do carro vem estampado na tampa do bagageiro, tendência global de posicionamento dos emblemas. O porta-malas, aliás, leva 335 litros no Magnite indiano.
A cabine é bem equipada, com as versões mais caras exibindo partida por botão e uma vistosa central multimídia. Embora seja novidade no mercado indiano, ela é a mesma usada no novo Renautl Duster. Destaque no Magnite é o painel virtual, que tomara que seja mantido no modelo brasileiro. O porém é que o painel pode parecer colorido e “animado” demais para algo permanentemente no campo de visão do motorista.
E mesmo sendo pequeno, os passageiros viajam elevados em relação ao chão, que de fato dá ao modelo ares de SUV. A imprensa indiana vem elogiando também as soluções internas, bem como os enormes porta-objetos. A cabine é bem pensada, e muito simples de usar, com comandos fáceis e claros.
O maior problema apontado, no entanto, foi o acabamento. O Magnite indiano abusa dos plásticos rígidos e não há revestimento em tecido ou minimamente acolchoado em nenhuma parte das portas ou painel. Para os indianos, o Magnite fica atrás da concorrência nesse quesito.
Ao menos, as versões mais caras compensam com uma longa lista de equipamentos. Há partida por botão, painel virtual, ar-condicionado automático e sistema de câmeras 360°, o mesmo usado pela Renault no Duster. Há até um retrovisor câmera, inédito no segmento, que melhora a visão traseira.
Por aqui, não seria surpresa se a Nissan mantiver o bom nível de equipamentos, e que melhore o acabamento do modelo, melhorando, inclusive, em relação ao antigo March.
Na Índia, o Magnite tem duas opções de motor, um 1.0 de aspiração natural, o mesmo do Kwid com 71 cv, e um turbinado com 100 cv. O mais forte pode ter câmbio CVT, também fonte de elogios da imprensa local.
Por aqui, o Magnite deverá ser maior e mais pesado, o que mudará seu comportamento dinâmico. Por ser um carro previsto para daqui a pelo menos três anos, seu motor será o 1.0 turbo flex com cerca de 110 cv que é aventado para as novas gerações de Sandero e Logan.
Em movimento, o Magnite turbo CVT mostrou agilidade no truncado trânsito indiano. A direção é precisa e rápida, e o 1.0 quase não se faz notar em velocidade de cruzeiro. Mas é o câmbio que chama atenção pelo ótimo casamento com o motor e pela suavidade no funcionamento.
Já o modelo com câmbio manual não surpreende, nem positiva nem negativamente. Ultrapassagens pedem algumas reduções de marcha e o câmbio têm engates precisos, embora não sejam referência no segmento.
No geral, o conjunto parece agradar os indianos. Por lá, o modelo terá preços entre R$ 40.000 e R$ 70.000, um espectro amplo que compreende desde versões bem básicas até as unidades mais completas, como a testada pela imprensa local neste primeiro momento.
Por aqui, o Magnite será maior e tem chance de se destacar entre os hatches compactos principalmente pelo jeitão de SUV, caso a Nissan mantenha os bancos elevados do modelo indiano. A ver.
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