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Motos naked

As naked agora têm alguma "roupa" - ou carenagem. E estão ainda mais sensuais...

Por Eduardo Viotti
Atualizado em 9 nov 2016, 11h54 - Publicado em 25 out 2011, 14h13
Motos naked

Elas já não andam mais assim, inteiramente despidas, à vontade, como vieram ao mundo… Isso até poderia soar como uma constatação um tanto melancólica, mas a verdade é que as motos naked (nuas, em inglês) estão cada vez mais repletas de pequenos apêndices aerodinâmicos – o que as torna ainda mais eficientes, sexy e velozes!

A ideia é melhorar a relação das máquinas com o ar, que elas têm de romper a velocidades cada vez mais elevadas. Uma parte da preocupação dos projetistas encarregados da aerodinâmica é esta: diminuir o atrito com o ar. Outra, tão importante quanto a primeira, é a de otimizar o fluxo do vento para evitar turbulências que desaceleram a moto, sujam e sacodem o piloto e também aumentam barulho e desconforto. Forçar a frente da moto, por exemplo, de encontro ao solo em altas velocidades também pode ser um bom acréscimo de segurança, evitando oscilações pendulares ao estilo shimmy, que podem ter resultados trágicos.

Além disso, que tal valer-se do vento e aproveitá-lo para melhorar o desempenho do motor, sua eficiência térmica e sua durabilidade? Parece boa ideia, não é? Até porque o vento está passando por ali mesmo, e é de graça.

A coisa começou com o fim dos faróis redondos e dos agora antigos instrumentos de painel em dois copinhos cilíndricos nas motos de maior prestígio e cilindrada. Hoje, só aplicam essa fórmula os modelos que pretendem despertar velhas recordações, adotando o estilo vintage ou retrô. Além, é claro, das motos básicas, utilitárias de pequena cilindrada – nelas, a simplicidade visa reduzir o custo.

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Quase todas as naked modernas adotam agora uma pequena carenagem de farol, umas vezes encimada por um arremedo de para-brisa, outras vezes por uma segunda carenagem que serve de anteparo aerodinâmico aos instrumentos de painel. Os mais conservadores e saudosistas reclamam, acusando essa recente preocupação aerodinâmica de padronizar o design das motos despidas, adaptando-as ao visual nipônico “jaspion” ou “power ranger”, como gostam de dizer. Mesmo as motos europeias, como as BMW, Aprilia e Ducati, para ficar em três ícones, rendem- se aos faróis em forma de escudo.

A ditadura do túnel de vento, que há tempos indica o visual dos automóveis, também impõe sua marca nas motos naked: aqui e ali, surgem pequenos defletores, tampinhas e aletas quase imperceptíveis aos olhos mais desatentos. Os tanques de combustível tornamse mais largos e os radiadores ganham fluxo de vento direcional.

A Yamaha XJ6, média já bastante conhecida dos brasileiros, por sua vez, é toda cheia de pequenas tampas e aletas, que não servem somente para ocultar da vista porcas, cabeças de parafuso, fios e tubos, mas também para reduzir turbulências na passagem do ar.

Nela, como em outras motos, as carenagens também chegam às partes baixas, servindo de spoiler sob o motor, refrigerando escape e aumentando a pressão aerodinâmica para baixo, com efeito na estabilidade em alta.

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Para-lamas, tanto dianteiro quanto traseiro, também somam, às suas tradicionais funções de impedir que qualquer respingo levantado pelas rodas suje a moto e o piloto, a função aerodinâmica de pressionar as rodas contra o solo e evitar que partículas de areia e poeira danifiquem os amortecedores dianteiros, discos e pinças de freio, desviando- as desses componentes.

A Honda CB 1000R também serve de referência. Apesar de naked, é toda fechadinha, tampada: mal se entrevê o belo quatro-em-linha de 1 litro refrigerado a água. A nova linha Z da Kawasaki também é quase toda carenada: tem spoiler sob o motor, defletores junto às bengalas dianteiras e um vasto para-brisa na carenagem de farol.

Os exemplos são muitos em todas as faixas de cilindrada. A tendência é de que a aerodinâmica vire preocupação também para os projetistas das motos naked, que antes nem se preocupavam se o vento levantasse a saia.

Sem ser um avanço de tecnologia embarcada, os ganhos na luta contra o atrito do ar resultam da eletrônica aplicada ao processo de design, do projeto em programas de computador cada vez mais complexos. Esses softwares são agora capazes de simular diferentes situações de arrasto aerodinâmico, turbulências etc. Quando chegam aos túneis de vento para os testes de comportamento dinâmico, os modelos já estão quase inteiramente acertados aerodinamicamente em formas e volumes, diminuindo etapas, ganhando tempo e reduzindo custos no desenvolvimento de uma motocicleta.

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Uma hora se despindo, outra hora se cobrindo para aumentar a segurança sem com isso se esconder, a moto, essa máquina que concentra tanto engenho e arte, evolui tão rápido quanto se desloca. Ainda bem!

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