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Morre Wilson Fittipaldi Jr., pai da única equipe brasileira de Fórmula 1

Wilsinho estava internado há um mês, e sofreu uma parada cardíaca. Junto ao seu irmão, Emerson, foi um dos brasileiros mais envolvidos na Fórmula 1

Por Redação
23 fev 2024, 12h10
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  • Wilson Fittipaldi Jr., um dos nomes mais importantes do automobilismo brasileiro, morreu nessa sexta-feira (23), em São Paulo (SP), vítima de uma parada cardíaca aos 80 anos. Wilsinho estava internado na UTI desde o Natal, quando também fazia aniversário. Na ocasião, ele se engasgou durante um almoço em família e sofreu uma primeira parada cardíaca, que motivou sua internação desde então.

    Vida nas pistas

    Nascido em 25 de dezembro de 1943, Wilsinho era filho da polonesa Józefa Wojciechowska e de Wilson Fittipaldi, um dos primeiros locutores de corridas do Brasil e que também teve sua carreira como piloto.

    Wilson Fittipaldi, pai, o Barão, entre os filhos Emerson, o Rato, usando macacão e Wilsinho, o Tigrão, durante GP de Monza em 1975. Foto publicada no livro
    Wilson “Barão”, o pai, entre os filhos Emerson (de macacão) e Wilsinho durante o GP de Monza de 1975 (Acervo/Quatro Rodas)

    Wilsinho e Emerson Fittipaldi, seu irmão mais novo, começaram a correr nos anos 1960, em karts que eles mesmos preparavam. Logo, estavam trabalhando em carros de Fórmula Vee, que, à época, formava vários pilotos para a Fórmula 1.

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    Naturalmente, os irmãos atingiram carreira internacional: Wilsinho estreou na Fórmula 3 em 1970, após breves testes alguns anos antes. Em sua primeira temporada, competiu contra James Hunt e Niki Lauda, com desempenho que garantiu sua vaga na F2 já em 1971.

    Fusca Fittipaldi
    Fusca bimotor desenvolvido pelos irmãos em 1967 (Morio/Wikimedia)

    Em 1972, entrou com gala na Fórmula 1: sua estreia não apenas foi no primeiro GP do Brasil, como ainda rendeu um terceiro lugar a Wilsinho, correndo pela Brabham. Nos anos seguintes, porém, o irmão mais velho obteve resultados medianos e decidiu apostar tudo na criação de sua própria equipe.

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    Pai do Copersucar

    Durante todo o ano de 1974, Wilson trabalhou na criação Fittipaldi Automotive, que se tornou a única equipe brasileira a disputar a Fórmula 1. A estreia ocorreu em 75, no GP da Argentina, com ele mesmo ao volante de um dos carros, acompanhado por Arturo Merzario no outro. O patrocínio master veio da Copersucar, e o nome da cooperativa de álcool e etanol acabou se tornando sinônimo do time.

    Wilson Fittipaldi Júnior pilotando o Copersucar-Fittipaldi FD01, após processo de restauração
    Wilson Fittipaldi Júnior pilotando o Copersucar-Fittipaldi FD01, após processo de restauração (Ricardo Rollo/Quatro Rodas)

    No ano seguinte, a equipe desistiu da ousada ideia de manter base em São Paulo, mudando suas operações para a Inglaterra. Ao mesmo tempo, Emerson, já bicampeão de F1, assumiu o volante e Wilson se dedicou somente à gestão.

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    Émerson Fittipaldi, com Wilsinho e integrantes da escuderia Copersucar-Fittipaldi, na década de 70

    Até 1982, foram 103 largadas, três pódios e 44 pontos da equipe, que também teve patrocínio da Skol e correu sob nome dos próprios irmãos. Ao volante, houve pilotos como Keke Rosberg, Ingo Hoffmann e Chico Serra. 

    Wilson Fittipaldi Júnior, piloto e um dos idealizadores do projeto do carro de corrida na categoria F1 Copersucar-Fittipaldi FD01, testando exemplar restaurado pela empresa Dana fabricante de autopeças, fotografado para matéria da revista Quatro Rodas.
    Copersucar-Fittipaldi FD01 se destacava pela pintura colorida (Ricardo Rollo/Quatro Rodas)
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    As dificuldades de gestão e resultados não muito impressionantes, porém, fizeram com que não houvesse dinheiro para a temporada de 1983, quando o sonho foi interrompido.

    Wilson Fittipaldi Júnior, piloto e um dos idealizadores do projeto do carro de c_3
    Wilson Fittipaldi Júnior (Ricardo Rollo/Quatro Rodas)

    Nos anos 1980, Wilson correu na Stock Car. Na década seguinte, ganhou as Mil Milhas de Interlagos e fez mais corridas na Stock, antes de participar da Copa Truck europeia em 2000. Ao mesmo tempo, acompanhou de perto a carreira do filho Christian, que esteve na F1 entre 1992 e 1994.

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