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Moradores do Rio de Janeiro (quase) não conseguem fazer seguro

Moradores de áreas de risco têm apólice até quatro vezes mais cara – isso se seu carro for aceito pelas seguradoras

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 9 jan 2018, 16h57 - Publicado em 8 dez 2017, 21h20
carro roubado
Complexo da Pedreira fica próximo a Honório Gurgel, onde o seguro de carros é quase inviável (Reprodução/Internet)

A rigor, o valor de seguro de um carro varia de acordo com o modelo, perfil do segurado e local onde o veículo transita. Na cidade do Rio de Janeiro, porém, estas variáveis podem implicar em total recusa por parte das seguradoras.

Dependendo do endereço do segurado, até mesmo carros pouco visados pelos bandidos podem ser rejeitados.

QUATRO RODAS levantou o valor de seguro de três modelos em três diferentes endereços, de acordo com o índice de roubos e a sinistralidade do local.

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Chevrolet Cruze no Maracanã: seguro do sedã médio pode passar de R$ 8 mil no Rio de Janeiro (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

As cotações foram feitas respeitando o perfil QUATRO RODAS (homem, 35 anos, com garagem em casa e no trabalho, casado e sem filhos) pela corretora Bidu. As cotações foram feitas nas seguradoras Allianz, Cardif, Tokio Marine, Porto Seguro, Itaú, Bradesco, HDI, Ituran e Azul.

Quem mora em Honório Gurgel, na Zona Norte da cidade, não conseguiria uma apólice para o Hyundai HB20, nem para o Chevrolet Cruze.

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Contudo, uma corretora aceitou fazer seguro para o Renault Sandero. Mas por um valor indecoroso: R$ 6.142 – o equivalente a 14% dos R$ 43.990 da versão de entrada Authentique 1.0.

Esse valor é quatro vezes mais alto que a mais barata das quatro cotações recebidas para um endereço em Ipanema, na Zona Sul. A Bidu optou por não informar qual foi esta seguradora.

Apenas o Sandero seria segurado em Honório Gurgel, mas valor da apólice é proibitivo (Marcos Camargo/Quatro Rodas)

19º batalhão de Polícia Militar, de Ipanema, teve apenas 11 ocorrências de roubo de veículos entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Já o 9° BPM, de Honório, teve 1.688 ocorrências no mesmo período — o terceiro maior número do estado –, de acordo com o Instituto de Segurança Pública do Governo do Rio de Janeiro (ISP-RJ). 

O batalhão do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, teve 337 registros de roubo de veículos. Mesmo assim, a disparidade de valores com os badalados endereços de Ipanema é grande.

Enquanto as quatro cotações do HB20 variaram entre R$ 1.607 e R$ 3.211 no endereço da Zona Sul, no Recreio os cinco valores retornados ficaram entre R$ 2.719 e R$ 4.810.

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Para o Chevrolet Cruze não foi muito diferente. As três cotações variaram entre R$ 2.857 e R$ 5.619 em Ipanema e entre R$ 4.870 e R$ 8.217 nos quatro valores retornados para o endereço na Zona Oeste.

Performance e pós-venda são os pontos fortes do hatch da Hyundai
Hyundai HB20 foi o carro mais roubado do Rio de Janeiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Hyundai HB20 foi o carro mais roubado na Região Metropolitana do Rio em 2016, de acordo com a o Índice de Veículos Roubados (IVR), organizado pela Superintendência de Seguros Privados. Também consideramos o Chevrolet Cruze, 7°, e o Renault Sandero, 18° da lista. 

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O menor índice de ocorrências do Sandero reflete nos preços das apólices nos bairros mais seguros. As quatro cotações para Ipanema variaram entre R$ 1.502 e R$ 2.050, enquanto os cinco valores retornados para o Recreio ficaram entre R$ 2.480 e R$ 4.069.

Apesar do alto índice de criminalidade, as seguradoras ainda fazem apólices para o Rio de Janeiro. Mas esta proteção nunca custou tão caro para os cariocas.

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