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Lincoln Continental: um monumento em nome do filho

Resgatado por Lee Iacocca, o Lincoln Continental manteve a tradição de luxo e exclusividade da família Ford por exatos 30 anos

Por Felipe Bitu
Atualizado em 19 abr 2017, 19h27 - Publicado em 19 abr 2017, 19h21
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  • Lanternas eram escamoteáveis por capa acionada eletricamente
    Lanternas eram escamoteáveis por capa acionada eletricamente (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Único filho do casal Henry e Clara Ford, o jovem Edsel imprimiu seu espírito criativo aos automóveis da empresa da família. Ele teve papel decisivo na aquisição da Lincoln Motor Company e no desenvolvimento de dois de seus mais famosos produtos: o Continental e o Zephyr. Apresentado em 1940, o Continental era oferecido como cupê ou conversível, ambos de duas portas, e dono de um possante V12.

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    O primeiro modelo durou apenas oito anos, mas ressurgiu independente da Lincoln em 1956. O cupê Mark II trocou o V12 por um V8 de 6 litros e 300 cv, com luxo e requinte para conquistar Nelson Rockefeller, Frank Sinatra e até Elvis Presley, um dos mais notórios clientes da rival Cadillac. A produção foi encerrada em 1957, em virtude do elevado custo de fabricação e da delicada situação financeira da Ford na segunda metade da década de 1950.

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    Os sucessores Mark III, IV e V voltaram a ser espalhafatosos Lincoln de duas ou quatro portas, diferenciando-se apenas pela linha do teto. O Continental abandonou a denominação Mark em 1961, adotando um desenho limpo e minimalista de quatro portas, nas versões sedã e conversível. De volta em 1966, o Continental de duas portas não agradou o vice- presidente Lee Iacocca, que buscava recuperar o prestígio e o requinte idealizados por Edsel Ford.

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    Na linha 1973, estepe moldava a tampa traseira
    Na linha 1973, estepe moldava a tampa traseira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Baseado no Ford Thunderbird, um novo Mark III deu as caras em abril de 1968: o cupê reafirmava a sofisticação dos Continental, afastando a atmosfera formal dos sedãs executivos da marca. Tal qual o Cadillac Eldorado, o Lincoln estava mais vinculado ao status do que ao luxo: os proprietários do Mark III ostentavam a condição de usufruir o automóvel mais caro e exclusivo do fabricante de Dearborn.

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    A distinção começava no estilo. Inspirada nos Rolls-Royce, a proeminente grade dianteira era ladeada por um conjunto de quatro faróis circulares, cobertos por capas escamoteáveis na cor da carroceria. A saliência na tampa traseira evocava o tradicional estepe continental que se popularizou na década de 1940.

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    Capô compunha quase 1/3 do comprimento total: rival do Eldorado e do New Yorker
    Capô compunha quase 1/3 do comprimento total: rival do Eldorado e do New Yorker (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sob o capô estava um V8 big block, com 7,5 litros e 365 cv: era o mínimo necessário para embalar as mais de 2 toneladas de 0 a 100 km/h em pouco mais de 8 segundos. Vinha com câmbio automático, direção hidráulica, ar-condicionado e vidros elétricos. Entre os opcionais, piloto automático e o avô dos freios ABS: o sistema Sure-track, que impedia o travamento das rodas traseiras.

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    Painel quase vertical, repleto de madeira
    Painel quase vertical, repleto de madeira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Considerado seu ápice, o Mark IV chegou em 1972. Mantinha os elementos de estilo do Mark III, inovando pelas janelas Opera nas colunas traseiras. Nas fotos, um modelo 1973, cuidado pela PJS Restaurações Especiais. A despedida do Mark IV (em 1976) foi marcada pelas séries especiais Designer Editions, batizadas pelos estilistas Bill Blass, Givenchy, Emilio Pucci e pela joalheria Cartier.

    Relógio analógico Cartier traz sofisticação para o painel
    Relógio analógico Cartier traz sofisticação para o painel (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ciente de que a clientela abastada também sentira os efeitos da crise energética de 1973, a Lincoln deu início a uma reformulação que culminou com a chegada do Mark V em 1977. Foi o último grande Lincoln.

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    Em 1980, o racionalizado Mark VI desvirtuou o trabalho de Edsel Ford. Era o primeiro quatro portas em 20 anos e abria mão do V8 7.5 – usava um V8 Windsor 5.0 ou 5.7, com injeção eletrônica e câmbio automático de quatro velocidades. Foi um fiasco.

    Controles elétricos dos vidros, portas e espelhos retrovisores
    Controles elétricos dos vidros, portas e espelhos retrovisores (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Extremamente luxuoso, assento traseiro era quase um sofá
    Extremamente luxuoso, assento traseiro era quase um sofá (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A redenção veio em 1984, com o Mark VII. Tinha poucas referências ao passado e vinha com suspensão a ar e freios a disco nas quatro rodas. A versão esportiva LSC o deixava em paridade com Oldsmobile, Buick, Cadillac, Mercedes-Benz e BMW.

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    A opulência do estilo parecia muito à frente do já distante ano de 1993: para-choques pintados, maçanetas embutidas nas portas, faróis afilados e lanternas envolventes. O interior era ainda mais ousado, com o painel integrado às laterais de porta.

    O Mark VIII era impulsionado por um motor menor: o V8 4.6 rendia 280 cv. Mas o VIII encerrou a carreira do modelo. As últimas unidades saíram da fábrica de Wixom em junho de 1998, deixando o Cadillac Eldorado como o último remanescente dos cupês norte-americanos de alto luxo.

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    Janelas Opera são ícones de estilo dos anos 70
    Janelas Opera são ícones de estilo dos anos 70 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Ficha técnica – Lincoln Continental Mark IV 1973

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