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Impressões: vale a pena comprar um Chevrolet Cruze 2023?

As novas versões do Chevrolet Cruze, hatch e sedã, tentam rejuvenescer o projeto que já sente o peso da idade

Por Eduardo Passos
Atualizado em 7 jun 2022, 18h48 - Publicado em 7 jun 2022, 08h28

Fora da América Latina, o Chevrolet Cruze já foi retirado de catálogo há alguns anos. No Brasil, por outro lado, a linha Cruze 2023 não apenas segue firme e forte como ganhando novas versões e mudanças estéticas.

As mais recentes estão nos recém-lançados Chevrolet Cruze Sport6 RS (hatch) e Cruze Midnight (sedã), que repetem a estratégia do Onix e Onix Plus com versão esportivada exclusiva do hatch e a “all-black” só para o sedã.

Fora isso, porém, o que temos é o bom e cada vez mais velho Cruze, com qualidades e defeitos bem conhecidos e pouco alterados.

Chevrolet Cruze RS
Sem mudanças em partes como para-choques (Divulgação/Quatro Rodas)

Os aspectos estéticos são um dos que se tornam mais problemáticos com o tempo, afinal de contas o design atraente muda conforme a moda da vez. Dessa forma, basicamente tudo de renovação no Cruze Midnight, dirigido por QUATRO RODAS, é visual.

Baseado na versão de entrada LT (R$ 139.790), o Cruze Midnight 2023 cobra R$ 2.860 pelo estilo em preto, com grade, gravata e rodas seguindo essa regra de cores. Por dentro é a mesma coisa, com escolha de tons mais escuros na costura dos bancos e estofamento da cabine, que surpreendeu positivamente.

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O preço do pacote opcional da versão que estreia não é à toa: na prática, o Cruze Midnight (R$ 142.650) é mesmo um Cruze LT mais vistoso, criado após a marca observar modificações caseiras que seus clientes faziam ao longo do uso do carro. Longe da imensa ousadia contada pelos publicitários, é simplesmente um pouco a mais de estilo para quem tem um troco a mais à disposição.

Chevrolet Cruze RS
Tecido marrom do Cruze Premier dá lugar a tons escuros e costura vermelha no RS (Divulgação/Quatro Rodas)

De olho na freguesia, a Chevrolet chegou a realizar pesquisas que constataram um fato incomum: ainda que o diferencial da versão Midnight seja o tom mais escuro, os clientes queriam mais opções de cor.

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Seguindo esse desejo, a marca acabou não sendo tão rígida quanto no Onix Plus Midnight, e no Cruze a versão conta com carrocerias também em azul-escuro e cinza. Elementos como maçanetas e grade seguem na cor da meia-noite.

Hatch mais atrevido 

Dado que o comprador que busca algo mais ousado tende quase sempre ao Cruze Sport6 2023, a Chevrolet decidiu concentrar mais atrevimento no compacto. O maior deles está no posicionamento estratégico: como os modelos de entrada tinham vendas residuais, a marca encontrou a justificativa ideal para simplificar a linha de montagem na Argentina.

Chevrolet Cruze RS
(Divulgação/Quatro Rodas)

Assim, o  Sport6 RS se torna a única versão do carro à venda, incorporando tudo que o antigo topo de linha Premier trazia. Por R$ 154.500, um dos últimos hatches médios foca no seu principal cliente: jovens adultos que curtem desempenho esportivo em um carro pequeno.

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Aproveitando a boa fama, o esportivado traz novidades nos emblemas da Chevrolet e máscaras dos faróis em tons escuros, assim como o teto, aerofólio e acabamento interno.

Cruze Rs
Aerofólio e teto foram pintados de preto. Emblema RS aparece junto a lanternas e faróis, que ganharam máscaras negras (Divulgação/Quatro Rodas)

A diferença para o Cruze Midnight está basicamente nos equipamentos de série da finada versão Premier e no uso da cor vermelha nas costuras, insígnias e carroceria, que também inclui opções tradicionais de cor.

Até a última gota

Fazendo parte da extensa linha RS, o Cruze se junta a modelos tão diversos quanto o Onix nacional e o SUV grande Traverse, dos Estados Unidos. E se mesmo no país da Chevrolet esse time está desencantado, aqui no Brasil parece cada vez mais difícil recorrer à maquiagem para ser notado.

Chevrolet Cruze Midnight
Leds só nas DRLs, como na versão básica (Divulgação/Quatro Rodas)

Isso fica ainda mais evidente no caso do sedã Midnight, que, menos equipado, tem poucos meios de esconder a idade. Por mais que as linhas sejam belas, o apelo de outrora se foi e a falta de uma assinatura visual bela, simples e minimalista (como da nova Blazer americana, por exemplo) não é compensada pelo emblema na grade, tapetes e em outros pontos da carroceria.

Detalhes que passariam despercebidos também já incomodam quem espera uma nave estilosa, como a antena um pouco grande e os faróis de neblina com lâmpadas redondas, que no Onix RS felizmente dão lugar a barras de led.

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Chevrolet Cruze Midnight
Padrão do acabamento é acima da média
para um carro com o preço do Cruze (Divulgação/Quatro Rodas)

Mas a GM sabe o que tem nas mãos, e consegue compensar o viço estético enfraquecido ao oferecer o mesmo conjunto mecânico em todas as versões do Cruze sedã.

Ótima sacada, pois, em termos de rodagem, o Cruze Midnight se comporta como o Cruze Premier (R$ 167.650), que já desbancou rivais como Toyota Corolla e Honda Civic em comparativo, na pista de testes.

O destaque vai para o eficiente isolamento acústico, que é favorecido pela suspensão bem dimensionada para as ruas brasileiras e que permite um rodar suave até em vias das mais esburacadas.

Chevrolet Cruze Midnight
(Divulgação/Quatro Rodas)

A estrutura do tipo eixo de torção não permite ousadias ao volante e talvez o motorista do sedã nem seja afeito a isso, mas o rival Toyota Corolla é mais bem resolvido nesse aspecto, com suspensão independente, do tipo multibraços na traseira. A direção elétrica progressiva do Chevrolet, entretanto, é bem leve e torna a tarefa de dirigir mais fácil e segura.

Com 153 cv, o motor 1.4 turbo torna a viagem na estrada muito agradável e econômica. Em nossa pista, o Cruze sedã fez 15 km/l no ciclo rodoviário e 11,8 km/l no urbano, a gasolina. Ele também é bom de retomadas, indo de 0 a 100 km/h em 9 s.

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Um hábito irritante, porém, está na operação do câmbio automático de seis marchas, que parece gostar de reduções desnecessárias e faz com que seja comum chegar às 3.000 rpm em situações cotidianas.

Cruze Midnight
Cruze Midnight aposta no estilo all-black, mas lâmpadas halógenas quebram o clima. Rodas de aro 17 e grade são exclusivas (Divulgação/Quatro Rodas)

Com materiais agradáveis e poucos plásticos duros, o interior do Cruze Midnight 2023 está entre os melhores nessa faixa de preço. Mas hoje em dia luxo e tecnologia andam juntos, tornando difícil que sua cabine esconda a crescente obsolescência.

Ainda que o quadro de instrumentos seja elegante, o computador de bordo é limitado e nem sequer há funções como a baliza automática do Onix Plus. A central multimídia embutida no painel atrapalha a visibilidade, que é piorada pela falta de ajuste do brilho.

E o freio de estacionamento manual tem a alavanca que ocupa o espaço que poderia ser do pequeno baú no console.

Notando que o sistema de internet a bordo é anunciado até nos vidros do carro, é fácil ver que a inovação é um ponto valorizado pela marca.Mas esse é só um recurso para quem compra um carro hoje, e o cliente do Cruze terá que pesar a mecânica elogiável e o gradual descompasso tecnológico.

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Versões são variações de um modelo. E, apesar de ter ficado mais interessante com as novidades, o Cruze ainda é o mesmo carro.

Preços do Chevrolet Cruze 2023:

  • Chevrolet Cruze LT – R$ 139.790
  • Chevrolet Cruze Midnight – R$ 142.650
  • Chevrolet Cruze LTZ – R$ 154.850
  • Chevrolet Cruze Premier – R$ 167.650
  • Chevrolet Cruze Sport6 RS – R$ 158.150

Ficha Técnica – Chevrolet Cruze Sport6 RS

Preço: R$ 158.150
Motor: flex, diant., transv., 4. cil., 16V, turbo, 1.399 cm3; 153 cv a 5.200 rpm, 24,5 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: autom., 6 marchas, tração traseira
Direção: elétrica progressiva
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Rodas: liga leve, aro 17 (diant. e tras.)
Pneus: 215/50 R17 (diant. e tras.)
Dimensões: comprimento, 444,8 cm; largura, 204,2 cm; altura, 148,4 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.336 kg; porta-malas, 300 l; tanque, 52 l

Ficha Técnica Chevrolet Cruze Midnight

Preço: R$ 139.790
Motor: flex, diant., transv., 4. cil, 16V, turbo, 1.399 cm3; 153 cv a 5.200 rpm, 24,5 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: autom., 6 marchas, tração traseira
Direção: elétrica progressiva
Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Rodas: liga leve, aro 17 (diant. e tras.)
Pneus: 215/50 R17 (diant. e tras.)
Dimensões: comprimento, 466,5 cm; largura, 204,2 cm; altura, 148,4 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.321 kg; porta-malas, 440 l; tanque, 52 l

Veredicto Quatro Rodas

Tão bom quanto já era, mas cada vez mais datado em termos de estilo e tecnologia.

 

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