Greve de motoristas da Uber e 99 não causa grandes transtornos em SP
Colaboradores reclamam dos repasses, da falta de segurança e dos banimentos que consideram injustos. Reportagem constatou operação normal dos aplicativos
Anunciada há cerca de uma semana, motoristas de aplicativos iniciaram, nesta segunda-feira (15) uma greve na cidade de São Paulo, após tentativas frustradas de negociação com as plataformas. Segundo a Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo), o ato tem a participação de influenciadores digitais como Marlon Luz, que se intitula líder do movimento e foi eleito vereador após ganhar notoriedade com um canal no YouTube voltado à sua rotina como motorista de apps.
“As reivindicações são inúmeras, desde reajustes e repasses melhores nas tarifas, quanto a segurança, banimentos injustos, melhoria da plataforma no quesito ferramentas, mais dignidade, melhores condições de trabalho, dentre outros pontos”, disse a associação em nota assinada pelo presidente Eduardo Lima de Souza.
A nota da Amasp diz que as plataformas ficam com até 60% dos valores pagos pelos passageiros e, assim, “motoristas têm grandes dificuldades para obter um lucro no final do dia”.
A paralisação também foi convocada no Rio de Janeiro, onde líderes da categoria marcaram uma manifestação partindo do aeroporto Santos Dumont em direção à sede da Uber. Na capital paulista, alguns trabalhadores realizaram uma carreata com destino à sede da Uber. À tarde devem ocorrer manifestações no estádio do Pacaembu e no aeroporto de Congonhas.
Nas redes sociais, motoristas também sinalizaram adesão em outras capitais, como Salvador e Recife. Outros motoristas, no entanto comemoraram a greve para aproveitar as tarifas dinâmicas, que é quando o preço sobe por falta de oferta de motoristas.
Aparentemente, nem isso aconteceu em São Paulo. Durante a manhã, a reportagem de QUATRO RODAS conseguiu corridas que partiam da região da avenida Paulista e iam até a Zona Oeste da cidade por cerca de R$ 35; valor baixo até para situações normais. O tempo de espera também foi abaixo do esperado, com aceitação quase imediata de motoristas.
Procuradas, as maiores empresas do setor, Uber e 99, não se pronunciaram até a conclusão desta reportagem.