Ford é sentenciada a pagar 1,7 bi de dólares por picapes com tetos frágeis
Filhos de casal morto em acidente ganharam o processo contra a montadora alegando que o teto de suas picapes é defeituoso; Ford irá recorrer da decisão
A Ford recorrerá a uma sentença bilionária nos EUA. A fabricante foi condenada pela justiça a pagar 1,7 bilhão de dólares, aproximadamente R$ 8,5 bilhões, sob a alegação de que os tetos de suas picapes são muito frágeis.
O caso que levou a essa sentença foi um acidente que ocorreu em abril de 2014, no estado da Georgia. Na ocasião, um dos pneus da F-250 do casal Melvin e Voncile Hills estourou e a caminhonete modelo 2002 capotou.
De acordo com os filhos do casal, Kim e Adam Hill, seus pais teriam sobrevivido se o teto da Ford F-250 não tivesse defeitos em seu projeto, o que levou à sua fragilidade. No último final de semana, o júri decidiu a favor dos filhos, que acusaram a Ford seus engenheiros de agir “deliberadamente e de forma deliberada, com uma indiferença consciente pela segurança das pessoas que andam em seus carros”.
A Ford já avisou que vai recorrer da situação. Paul Malek, um dos advogados de defesa, não concorda com as acusações de que a montadora tenha agido de maneira deliberada. “Simplesmente, não é o acaso”, afirmou ele.
Para provar seu ponto, o advogado da acusação, James Butler Jr., junto de sua equipe reuniram cerca de 80 casos semelhantes, onde os tetos de caminhonetes da Ford não suportaram o impacto dos acidentes e acabaram ferindo ou matando os ocupantes.
“Achei que ninguém venderia um caminhão com teto tão fraco. A maldita coisa é inútil em um acidente. Você também pode dirigir um conversível.”, disse o advogado dos filhos do casal.
Antes do veredito, os filhos já haviam recebidos aproximadamente U$ 24 milhões (R$ 124 milhões) por compensação de danos, que foram divididos entre a Ford (70%) e a empresa Pep Boys, que havia instalado o pneu que estourou (30%). Segundo as leis da Georgia, o estado fica com 75% dos U$ 1,7 bilhões. No total, os filhos do casal devem receber cerca de U$ 450 milhões (R$ 2,3 bilhões) de indenização, se o veredito não for revogado.