A compra e revenda de carros é natural, principalmente no Brasil, onde o mercado de carros seminovos é tão aquecido. Acontece que certas marcas de luxo não gostam (ou realmente proíbem) os seus clientes quando o assunto é revenda.
A Rolls-Royce, por exemplo, criou uma lista proibindo a venda de seus caros para certos ex-clientes que revenderam seus carros. E algo semelhante ocorreu com uma Ferrari Purosangue no Texas, nos Estados Unidos.
A Ferrari de Houston está processando judicialmente um dos seus clientes, chamado Todd Carlson, por revender o seu SUV (que não é SUV) avaliado em mais de US$ 429.000 (ou R$ 2,5 milhões). Segundo a empresa, Carlson assinou um “Acordo de Oportunidade” com regras bem rígidas sobre a revenda do seu carro de luxo.
Segundo termos do contrato, Todd concordou que, caso ele quisesse vender o carro dentro dos primeiros 18 meses após a entrega, em junho de 2024, ele deveria procurar a Ferrari de Houston. A revendedora compraria o carro novamente, mas, provavelmente, por um valor muito abaixo do que Carlson gostaria.
O acordo ainda estipulava que, se Todd não cumprisse o contrato e vendesse para outra pessoa ou revendedor, ele seria legalmente responsável por ir até a Ferrari de Houston e dar a eles o lucro obtido pela venda. Parece loucura, mas isso realmente estava no contrato assinado por ambos os lados.
E, ao que tudo indica, a lei está do lado da Ferrari neste caso. O processo ainda não foi para o tribunal, mas, com as cláusulas do contrato e a assinatura de Todd concordando com tudo, dificilmente ele conseguirá ganhar da revendedora neste julgamento.
Esta não é a primeira grande polêmica envolvendo uma marca de luxo e a revenda de um carro. Como já dito, a Rolls-Royce criou uma lista de proibição pra isso, mas não foi a única a tomar uma atitude em relação a revenda de seus carros. A Ford processou o ator John Cena depois dele vender o seu supercarro GT. A Tesla também ameaçou perseguir os proprietários do Cybertruck pelo mesmo motivo.
Contratualmente, realmente os compradores estão errados, se isso foi assinado na data da compra. No entanto, há de se avaliar se uma empresa pode ou não se intrometer desta forma no pós venda de seu produto.