Parece sorteio: a cada semana uma montadora anuncia interrupção de alguma fábrica ao redor do mundo por conta da escassez de componentes elétricos. Dessa vez foi a Renault, que dará férias emergenciais aos funcionários paranaenses pela falta de chips vindos do Oriente.
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A medida foi comunicada ontem (29), via e-mail, aos funcionários de duas das quatro fábricas que compõem as instalações da francesa em São José dos Pinhas, na região metropolitana de Curitiba. As férias emergenciais valerão a partir de segunda-feira (2) e a duração varia conforme a área de trabalho.
Mesmo drástica, a medida é inevitável uma vez que desde quinta-feira a produção já está interrompida pela falta de peças. “Principalmente um microchip importado da Índia e Ásia”, disse fonte ouvida pela reportagem. Em cada veículos são usados de 200 a 600 desses semicondutores, que controlam todos os componentes eletrônicos do carro.
No caso da Curitiba Veículos de Passeio (CVP), onde são fabricados modelos como Duster, Kwid e Stepway, a paralisação será de dez dias, com retorno em 12/8. Dando noção do problema, em 2018 foram produzidos cerca de 320.000 carros na CVP, média de 1.269 unidades por dia útil ou quase 7.000 carros por semana.
Funcionários da Curitiba Veículos Utilitários (CVU), de onde saem os furgões Master, também terão férias emergenciais, mas por apenas cinco dias. Desse modo, na segunda-feira (9) a Renault já pretende retomar a produção de seus veículos de carga.
Ouvida por QUATRO RODAS, a Renault confirmou as informações e garantiu que “a produção referente a estes dois dias (29/7 e 30/7) será compensada em datas futuras a serem definidas pela empresa”.
Essa é a terceira vez que a sucursal brasileira precisa interromper sua produção em 2021. Em março houve paradas por conta da covid-19 e pela falta de componentes. O problema de abastecimento é global e é resultado direto da covid-19, que modificou profundamente as cadeias globais de suprimentos.
De janeiro a junho cerca de 120.000 carros deixaram de ser fabricados no Brasil por ausência de matérias-primas. Segundo a Anfavea, o problema deverá ser normalizado apenas em 2022.
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