Já pensou em um aplicativo que traça a melhor rota para seu carro elétrico, com base em pontos de recarga, emissão de CO2 e autonomia? E que tal despachar uma encomenda sabendo que ela seguirá o caminho mais eficiente, rápido e barato, determinado por inteligência artificial?
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São essas soluções que universitários brasileiros levaram à etapa global do Pitch The Future, uma competição que reúne estudantes do mundo inteiro para resolver diferentes desafios de mobilidade e eficiência energética.
Uma dessas equipes é a paulista Ecocar Unicamp, que compete na categoria “Veículos Elétricos e Viagens de Longa Distância”. Os estudantes de Campinas desenvolveram um aplicativo que se baseia em dados como temperatura ambiente, pontos de recarga e a distância entre esses pontos para definir a melhor rota aos motoristas de carros elétricos.
O capitão do time, André Felipe Guisasola, explica que, tal como um Waze do futuro, o proprietário pode priorizar tempo de viagem, distância percorrida ou emissões de carbono no cálculo do trajeto, mas o app sempre buscará o menor impacto ambiental possível.
Até a matriz energética das cidades é levada em conta: recargas em locais onde a eletricidade vem de fontes limpas são priorizadas em relação, por exemplo, àqueles que usariam eletricidade de termelétricas.
Mostrando serviço aos jurados, a Ecocar teve um desafio nada simples, simulando uma viagem do Rio de Janeiro a Toronto criada pelo aplicativo. Utilizando de ‘cobaia’ um Tesla Model 3 Long Range Dual Motor, o ECOTRIP sugeriu um caminho do Rio ao Pacífico, transpondo de balsa pontos óbvios como a floresta de Daríen, na fronteira da Colômbia com Panamá, antes de subir a América.
Segundo André, os obstáculos mais difíceis foram, claro, a densa floresta amazônica e as temperaturas extremas de regiões como o Centro-Oeste, que comprometem o desempenho das baterias. A popularização dos pontos de recarga e a evolução natural dos EVs, entretanto, fazem com que o ECOTRIP não esteja tão distante assim da realidade.
“O maior desafio, sem dúvida, é a infraestrutura de pontos de recarga ao longo do caminho, principalmente na América do Sul”, destacou.
Enquanto os veículos elétricos passam de exceção à regra, há outras soluções para tornar o transporte mais limpo. E daí partiu o projeto da Eco Octano, formada por alunos da Universidade Federal do Paraná.
“O transporte rodoviário gera cerca de 8% das emissões de carbono globais. Isso nos motivou a buscar soluções que o tornem mais limpo e eficiente”, explica o líder de powertrain da equipe, Michel Hilgemberg.
Competindo na categoria “Reduzindo as Emissões de CO2 no Transporte Rodoviário de Cargas”, a Eco Octano conversou com empresários do Sul, buscando entender demandas do setor de transportes. O resultado foi um sistema que otimiza rotas de carga através de inteligência artificial e aprendizado de máquina.
Usando dados como veículos disponíveis, prazos e quantidade de encomendas, o programa é capaz, por exemplo, de ordenar diferentes caminhões para um mesmo ponto, onde um trem já os aguarda para transportar a carga até outro ponto de troca, batizado de Inter-Stop.
Desse modo, o usuário simplesmente solicitaria transporte de carga a determinado local; com base na frota disponível, prazos e dimensões do produto, o aplicativo já faz a ponte com motoristas, vias férreas e hidrovias, oferecendo diferentes rotas em termos de tempo, preço, modais e, claro, emissão de poluentes.
Páreo duro
Desenvolvidos ao longo do ano, os projetos foram tocados à distância, em substituição aos tradicionais galpões e oficinas onde as equipes construíam seus protótipos.
Na sua categoria, a Ecocar Unicamp compete contra os indianos da Universidade Somaiya Vidyavihar, alemães da RWTH Aachen University e americanos da Chabot College. Além dos júris técnicos, há votação popular até 21h de segunda-feira (23), responsável por 37,5% da nota final. A votação ocorre no site da competição.
Ao mesmo tempo, a Eco Octano luta pelo título contra a Universidade Tecnológica de Délhi, Índia, e os europeus da Universidade Nacional da Irlanda-Galway. A votação pode ser feita também no site do Pitch The Future.
Completando a lista de brasileiros que superaram mais de cem times do mundo todo no Pitch The Future, há os catarinenses da E4, que, representando a UFSC, competem na categoria “Reduzindo as Emissões de CO2 em Casa”.
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