Aos 14 anos, Fabio Gallo decidiu seguir a profissão de mecânico depois de ganhar uma caixa de ferramentas do pai. Ele só não imaginava que, depois de 17 anos como dono de oficina, largaria tudo pra se tornar um artesão automotivo, como gosta de se autodefinir. “Durante o tempo que fiquei como proprietário, só tomava prejuízo, pois sempre dava o meu melhor em cada conserto e isso leva tempo. Como tempo é dinheiro, nunca fechava a conta”, relembra Gallo.
Apaixonado por automobilismo, ele dividia o tempo entre a oficina e as corridas da equipe que chefiava. Porém, teve um momento que não conseguiu mais manter as duas atividades. “Fui desde o início às provas do campeonato Espron, criado por Nelson Piquet, com minha própria equipe. Fui até campeão brasileiro das 1000 Milhas Brasileiras.”
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Em 2010, ele decidiu fechar sua oficina pra se dedicar às pistas. Mas, a pedido dos clientes mais fiéis, encontrou um jeitinho de atendê-los. “Normalmente, mecânico de corrida não gosta de mexer nos modelos de rua. Mas, para mim, continua sendo um prazer, principalmente para amigos”, conta. Até que um deles o chamou para cuidar de sua coleção particular de automóveis clássicos em uma garagem subterrânea localizada na Vila Olímpia, em São Paulo. “O lugar era equipado como uma oficina tradicional e aí surgiu a ideia de começar a atender meus clientes lá.”
Gallo tem uma regra com seus clientes-amigos: ele não dá prazo de entrega. “Como atendo só amigos, tenho liberdade de ficar com o carro o tempo necessário, para entregá-lo em perfeito estado. Por isso, já combino antes de ligar só quando o veículo ficar pronto”, explica Gallo, que garante que também se preocupa em tornar o serviço o mais barato possível. “Várias vezes consigo fazer adaptações de engenharia que eliminam a necessidade da troca da peça inteira.” Ele até atende pessoas de fora com indicação, mas precisa rolar identificação. “Para ser meu cliente, tem que virar meu amigo.”