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Dez carros que não fazem sentido algum

Seja pela proposta inusitada ou pela falta de funcionalidade, eles passam longe da racionalidade

Por Guilherme Fontana
Atualizado em 3 ago 2018, 19h50 - Publicado em 7 out 2016, 19h02
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  • Aston Martin Cygnet

    Aston Martin Cygnet
    Aston Martin Cygnet (Quatro Rodas)

    Uma das fabricantes mais tradicionais de superesportivos no mundo, a Aston Martin apresentou, em 2011, o Cygnet. Baseado no Toyota iQ de 2008, o compacto nunca fez sentido na gama da marca inglesa.

    Ele estava longe de ter alto desempenho (o motor era 1.3 de 98 cv), longe de ser um cupê esportivo e mais longe ainda de ser um legítimo Aston. E ele foi oferecido apenas aos clientes da marca, no Reino Unido, até 2013.

    No final das contas, o Cygnet tinha, sim, um motivo para existir: com ele em linha, a Aston Martin acumulou créditos no programa europeu de emissões de CO2.

    BMW GT

    BMW Série 5 GT BMW Série 5 GT

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    Tente definir, com clareza, a que segmento o modelo da foto acima pertence. Ele não é um sedã, nem um cupê e tampouco uma perua.

    Para a BMW, ele é um “Gran Turismo”, como a marca batiza a linha de modelos com esta aparência, digamos, indefinida.

    Responsável por inaugurar a gama GT, o Série 5 GT teve uma breve passagem pelo Brasil. Já o Série 3 GT chegou por aqui em 2013 e foi reestilizado no ano passado.

    Fiat Siena e Strada Sporting

    Fiat Strada Sporting Fiat Strada Sporting

    As versões Sporting fazem sucesso entre os hatches da Fiat, como Palio, Punto e Uno. A marca, porém, quis ir além: lançou a configuração também para Idea, Siena e Strada.

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    Para o Idea, a aparência não ficou das piores e ajudou o modelo a perder o aspecto familiar. O caso dos outros dois, no entanto, era bem diferente: nenhum tinha nexo.

    A Strada ganhava faróis com máscara negra, rodas aro 16, faixa preta abaixo da grade dianteira e acabamento cinza na grade, nos faróis de neblina e nos retrovisores. A traseira tinha a inscrição “Sporting” em baixo relevo e letras garrafais.

    Com suspensão mais baixa e endurecida, ela até fazia curvas melhor que uma Adventure, mas sofria muito com buracos e contrariava um atributo histórico da picape derivada do Palio: a disposição para o trabalho.

    O motor 1.8 16V E.TorQ tinha fôlego, mas o câmbio manual de cinco marchas oferecia engates ruins, sem nenhuma relação com esportividade.

    O Siena, tradicional carro de frota, era mais discreto com rodas aro 15, pneus de perfil alto, adesivos laterais e mesmos detalhes dianteiros da picape. A única coisa que fez sentido nessa história foi a vida curta das versões.

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    Land Rover Evoque conversível

    Range Rover Evoque conversível Range Rover Evoque conversível

    A tendência dos SUVs até é compreensível: eles oferecem mais robustez, visual exclusivo, maior sensação de segurança e, mais do que isso, estão na moda.

    Mas, tudo tem um limite: e criar um SUV conversível é ultrapassar essa marca. É o caso do Evoque, que ganhou uma versão sem teto fixo — que acaba de desembarcar no Brasil.

    Além da proposta, digamos, incoerente, o carro é tão chamativo (ainda mais na cor laranja) e com tanto jeito de novo-rico que arrisca se tornar o equivalente do Camaro amarelo no segmento dos utilitários.

    Nissan Murano CrossCabriolet

    Nissan Murano CrossCabriolet
    Nissan Murano CrossCabriolet (Quatro Rodas)
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    Não condenemos, porém, a Land Rover pelo exagero. O primeiro utilitário a perder o teto foi o Nissan Murano CrossCabriolet, em 2011, eleito pela revista norte-americana Fortune como o carro mais odiado daquele ano.

    Mercedes-Benz Classe R

    Mercedes-Benz Classe R Mercedes-Benz Classe R

    Produzido entre 2005 e 2012, o Classe R foi um dos maiores fracassos da Mercedes-Benz — e foi justamente pelo baixo volume de vendas que ele deixou de existir.

    A razão para isso pode ser vista na foto acima: misturando elementos de SUV, minivan e perua, o modelo exibia uma das traseiras mais estranhas que a marca já produziu, com um perfil de teto que não combina com as janelas, como se fosse uma adaptação para criar um carro funerário.

    Na prática, nem os EUA, onde o modelo tinha grandes chances de sucesso, o aceitou muito bem. Seu melhor ano de vendas foi 2013, quando a Mercedes emplacou 18.168 unidades do Classe R. A expectativa era de 50.000 exemplares anuais.

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    Mercedes-AMG G 63

    Mercedes-AMG G 63
    Mercedes-AMG G 63 (Quatro Rodas)

    O jipão superesportivo (repare na antítese logo de cara) tenta unir o melhor de dois mundos, mas não consegue.

    Equipado com um motor V8 5.5 biturbo de 544 cv e 77,5 mkgf, ele promete ir de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos, mesmo com uma aerodinâmica digna de um tijolo baiano – haja esforço e combustível queimado!

    “Mas ele é um trator na terra!”, podem alegar seus defensores. Ok, mas sua desenvoltura no off-road também pode deixar a desejar por causa das rodas aro 20 de perfil 50, apesar da tração integral e dos três diferenciais blocantes.

    Nissan Livina X-Gear

    Nissan Livina X-Gear
    Nissan Livina X-Gear (Quatro Rodas)

    Dificilmente alguém buscaria aventuras fora-de-estrada com uma minivan de visual insosso como o da Livina. O nome e a grafia da versão, remetendo a situações extremas, tinham ainda menos nexo.

    E o pior é que fez escola: tempos depois, a Chevrolet lançou a Spin Activ, mais conhecida pelo carinhoso apelido de “capivara com mochila”.

    Shooting Brakes

    Ferrari FF
    Ferrari FF (Quatro Rodas)

    Já estamos aguardando uma enxurrada de comentários sobre este tópico. Muitos dos shooting brakes, inspirados em carros já existentes (muitas vezes cupês), têm grande apelo visual por suas linhas exclusivas. Mas é só isso.

    Qual é o sentido ou funcionalidade de um carro que se assemelha a uma perua, porém com duas portas e espaço de cupê?

    De qualquer forma, funcionalidades à parte, não dá para negar que elas são lindas e desejadas. Até listamos as mais legais da história.

    SUVs-cupê

    BMW X6 M
    BMW X6 M (Quatro Rodas)

    Tudo começou em 2007, com o BMW X6. Com a tão necessária (aos olhos do consumidor) vocação esportiva dos carros, os SUVs precisavam de algum atrativo para parecerem mais dinâmicos.

    Daí surgiu o X6, um enorme utilitário com traços de cupê que abriu um até então inédito segmento, atualmente frequentado também por X4, além dos Mercedes GLE e GLC Coupé.

    Além da aparência desequilibrada, a visibilidade é das piores. E na dinâmica, é como um pato: se propõe a fazer tudo, mas no fundo só vai desfilar. Há quem diga, porém, que foi o Ssangyong Actyon que começou com tudo isso…

    Volvo S60 Cross Country

    Volvo S60 Cross Country
    Volvo S60 Cross Country (Quatro Rodas)

    Nós adoramos os Volvo, mas o caso deste consegue ser ainda mais absurdo do que o Siena Sporting. Afinal, é comum que sedãs tenham configurações esportivas — aventureiras, não.

    O S60 Cross Country foi apresentado em 2015 com visual e características off-road, incluindo plástico ao redor da carroceria, pneus com perfil mais alto, suspensão 6,5 cm mais alta e tração integral.

    É tão incoerente que faz a gente pensar: mas não é para isso que existem os SUVs? Mesmo assim, permanece com luxo característico de um Volvo. Interessante, mas não faz sentido.

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