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Dez carros que deram um “jeitinho” na legislação brasileira

Em benefício próprio, eles manobraram para encontrar brechas na lei

Por Da Redação
Atualizado em 28 fev 2021, 01h47 - Publicado em 14 mar 2017, 19h10

GMC 3500 HD

GMC 3500 HD
(divulgação/Quatro Rodas)

No fim da vida, a Silverado deu um salto. Seu peso bruto aumentou de 3.300 para 3.520 kg. Pouco, mas suficiente para transformá-la, aos olhos da lei, num caminhão. Batizada como GMC 3500 HD, a ex-picape teve seu IPI reduzido à metade, para 5%.

 

Fusca e Kombi

VW Fusca Itamar
(divulgação/Volkswagen)

Itamar Franco queria o Fusca de volta para brigar com os populares, mas o motor era 1.6. A solução foi a lei incentivar carros 1.0 ou refrigerados a ar – um incentivo a motores mais poluidores!

Por tabela, isso beneficiou a Kombi. Logo a GM emplacou o Chevette L, 1.6 a água na mesma isenção. Talvez por ter tração traseira…

 

New Civic LX

Honda Civic LXS flex
(arquivo/Quatro Rodas)
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A isenção de impostos para deficientes físicos era restrita a carros de até 127 cv, mas o Honda Civic 1.8 veio com 140 cv.

A Honda deu um jeito. Criou uma versão LX automática com chip de (baixa) potência, programado para limitar giros e o motor não passar de 125 cv.

 

Gol 1.0 16V Turbo

VW Gol 1.0 16V Turbo
(arquivo/Quatro Rodas)

Bastava ter motor 1.0 para ser considerado popular e ter uma generosa redução de IPI (10%).

Tão generosa que deu surgimento a populares como o Gol 1.0 16V Turbo. Sua irmã, a Parati 1.0 16V Turbo, chegava a ser mais cara que um Mercedes Classe A.

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Os pés-de-boi

Simca Profissional
(arquivo/Quatro Rodas)

DKW Pracinha, Gordini Teimoso, Simca Profissional (foto) e Fusca Pé-de-Boi aproveitaram o programa do carro popular em 1965, com juros baixos e 48 meses para pagar na Caixa Econômica, desde que o valor dos veículos não ultrapassasse determinado limite.

Para conseguir isso, nada de cromados, frisos – no Teimoso, faltava até uma das lanternas.

 

Mercedes CLC

Mercedes-Benz CLK 200 K
(arquivo/Quatro Rodas)

O CLC era montado aqui, mas a Mercedes pagava o imposto de importação de cada uma das peças e ganhava o direito de registrá-lo como nacional.

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Antes, a Mercedes recebia peças, montava e exportava para os EUA. O nosso C vinha da Alemanha, tributado como importado.

 

Fiat 147 1050

Fiat 147
(arquivo/Quatro Rodas)

No passado, os 1.0 pagavam mais imposto. Para pagar menos, o 147 saiu, em 1976 com motor 1050, de 1.049 cm3 (valor que geralmente é arredondado para baixo).

Em 1990, a Fiat virou o jogo: convenceu o governo a incentivar pequenos. Os 1.0 tiveram tributo reduzido e surgiu o Mille, com o antigo motor 1050 encolhido.

 

Fiat Marea SX

Marea SX
(Acervo/Quatro Rodas)
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Em 1998, o sedã foi lançado por aqui com o famoso motor de cinco cilindros e vinte válvulas, capaz de render 142 cv.

No ano seguinte, surgiu a versão SX, reduzida a 127 cv graças à troca da central eletrônica e um comando de válvulas convencional no lugar do variável. Tudo isso para pagar menos IPI. Nos anos 80, o número era 100 cv.

O Gol GT 1.8 declarava 99 cv (apenas 9 cv acima do 1.6) e o Monza 1.8, 96 cv. Andavam muito, mas pagavam pouco.

 

Mercedes ML 320 CDI

Mercedes-Benz ML 360 DI
(arquivo/Quatro Rodas)

Pela lei, diesel só é permitido para veículos de carga para mais de 1 tonelada ou jipes com redução de marchas.

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O ML 320 CDI não tinha reduzida, mas a Mercedes convenceu que a primeira atua como reduzida. A do ML e a de qualquer carro de passeio.

Virou jurisprudência – hoje, modelos como Jeep Renegade e Fiat Toro são vendidos em versões a diesel sem nenhum problema legal.

Asia Towner

Asia Towner
(arquivo/Quatro Rodas)

Nos anos 90, a Asia Motors trouxe a minivan Towner com imposto 50% mais baixo, com a promessa de fabricá-la aqui.

Isso não ocorreu e a dívida pelos impostos descontados – que chegou a R$ 2 bilhões! – passou para a Kia, dona da Asia Motors. Apenas em 2013 o STF livrou a Kia da multa herdada.

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