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Dirigir sempre com o GPS ligado pode ser prejudicial ao cérebro?

Estudo indica que usuários de navegadores por satélite apresentam atividade cerebral inferior aos que confiam na própria memória

Por Vitor Matsubara Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 mar 2017, 23h30 - Publicado em 29 mar 2017, 18h24
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    Dirigir com o GPS é mais fácil e seguro – mas pode dar uma atrofiada em sua atividade cerebral (arquivo/Quatro Rodas)

    Não há dúvidas de que os sistemas de navegação por satélite (GPS) – e aplicativos como o Waze – facilitaram a vida dos motoristas. Basta inserir o endereço desejado e seguir as coordenadas para chegar a um destino até então desconhecido.

    Mas a popularização deste recurso pode trazer um efeito colateral indesejado para nosso cérebro. É o que afirma um estudo conduzido pela University College London (UCL).

    O levantamento envolveu 24 voluntários convidados a dirigir em um simulador do distrito de Soho, em Londres, enquanto tinham sua atividade cerebral cuidadosamente monitorada. Antes de iniciar o experimento, os pesquisadores trataram de mapear todas as ruas do distrito para facilitar a análise.

    Ao dirigirem sem qualquer assistência do GPS, partes vitais do cérebro humano (como o hipocampo e o córtex pré-frontal dos voluntários) registraram picos de atividade ao entrarem em vias desconhecidas, intensificadas quando precisavam escolher entre vários caminhos distintos.

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    No entanto, quando se limitaram a seguir as instruções do GPS, a atividade cerebral nas regiões destacadas não aumentou.

    “Se você tem dificuldades em rodar pelas ruas de uma cidade, é provável que isso esteja exigindo bastante de seu hipocampo e de seu córtex pré-frontal. Quando a tecnologia nos diz para onde ir, porém, estas partes do cérebro simplesmente não respondem à malha de ruas da cidade. Nesse sentido, nosso cérebro simplesmente desligou seu interesse nas ruas ao nosso redor”, analisou o psicólogo Dr. Hugo Spiers, da UCL.

    Trocando em miúdos, o hipocampo e o córtex pré-frontal não trabalham quando seguem as coordenadas do GPS por pura falta de necessidade de entender e memorizar o caminho. Também não é preciso se preocupar em se perder no meio do trajeto, nem planejar a rota de volta.

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    Este não é o primeiro estudo de análise do cérebro sob a assistência de GPS conduzido pela UCL. Em 2011, a instituição apontou diferenças entre taxistas que utilizavam navegadores e aqueles que dispensavam o equipamento.

    Em Londres, os profissionais ao volante dos clássicos táxis pretos só são aprovados para o trabalho após passarem em um complexo teste chamado “The Knowledge”, no qual precisam memorizar todas as ruas da cidade – sim, todas as vias de uma metrópole gigantesca.

    Além da conclusão mais óbvia (a de que os usuários de GPS tiveram maior dificuldade de recordar das ruas em relação aos que confiavam na própria memória), o estudo apontou que os taxistas mais bem colocados no teste tinham hipocampos maiores.

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    Pelo visto, desligar o GPS não ajuda apenas a economizar no pacote de dados de internet do seu smartphone: pode te fazer mais inteligente também.

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