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Clássicos: O Kaiser DeLuxe que não agradava só os baixinhos

Pouco lembrados, os automóveis de Henry Kaiser e Joseph Frazer sofreram ao bater de frente com as três grandes de Detroit

Por Felipe Bitu
Atualizado em 26 dez 2019, 08h00 - Publicado em 26 dez 2019, 07h00
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  • O para-brisa do Kaiser-Frazer se desarmava em colisões (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Erguida em 1941 para construir bombardeiros B-24 Liberator para a Segunda Guerra, a fábrica de Willow Run, na periferia de Detroit, dedicou seus primeiros anos de paz à produção dos automóveis Kaiser e Frazer.

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    Desenhados por Howard Darrin, os primeiros automóveis deixaram a linha de produção em 1946, menos de um ano após a fundação da Kaiser-Frazer Corporation.

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    Apaixonado por automóveis, o magnata Henry J. Kaiser sabia que para fabricar automóveis deveria contar com o apoio de um executivo com vasta experiência na indústria automobilística.

    Linha de cintura baixa: visibilidade total (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Esse profissional era ninguém menos que Joseph Frazer, então diretor executivo da combalida Graham-Paige Motors Corporation.

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    Assim surgiram o sofisticado Frazer Standard e o popular Kaiser Special, ambos com a mesma carroceria de quatro portas no inédito estilo “ponton”, com três volumes bem definidos e para-lamas integrados à cabine que eliminaram os estribos laterais.

    Versão DeLuxe tinha motor Continental 6-cilindros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Um estilo muito mais avançado que o dos velhos modelos da GM, Ford e Chrysler.

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    A rapidez no desenvolvimento dos automóveis se deu em função dos inúmeros contatos pessoais de Joseph Frazer. O motor de seis cilindros em linha, 3,7 litros e 100 cv era comprado da Continental Motors Company.

    A Warner Gear forneceu o câmbio manual de três marchas, enquanto o sistema de freios era adquirido da Bendix Corporation.

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    Escolhida por Frazer, a equipe do engenheiro Henry McCaslin desenvolveu uma suspensão dianteira independente que a gigante Ford nem ousava oferecer.

    Os 3,14 metros de entre-eixos e a larga cabine acomodavam com folga seis ocupantes, que também apreciavam um acabamento interno com materiais e arremates de qualidade excepcional.

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    Painel acolchoado e interior sem cantos vivos: preocupação com a segurança (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A projeção da Kaiser-Frazer era de que o popular Kaiser responderia por dois terços da produção total.

    A linha 1949 trouxe como novidade um motor mais potente de 112 cv e os modelos Kaiser Traveler e o Frazer Vagabond, utilitários que mantinham as mesmas linhas básicas do sedã e um grande vão de acesso à parte traseira, como em uma perua.

    Mas as vendas caíram logo que as três grandes de Detroit apresentaram os novos modelos 1949. Nem a transmissão automática Hydra-
    -Matic (fornecida pela GM) de quatro velocidades manteve o apelo dos modelos.

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    Espaço e acabamento excepcionais (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O projetista Howard Darrin foi encarregado de desenvolver a segunda geração com o apoio de Alex Tremulis, Brooks Stevens, Herb Weissinger e Duncan McRae.

    O resultado não poderia ter sido melhor: nenhum automóvel americano exibia um estilo mais avançado que o dos Kaiser-Frazer 1951, que  tinham uma carroceria com perfil muito baixo e uma ampla área envidraçada.

    Havia os padrões de acabamento Special e DeLuxe e três opções de carroceria: cupê de duas portas, sedã de duas portas e sedã de quatro portas.

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    Versão DeLuxe trazia detalhes cromados (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Briga de preços

    Insatisfeito, Joseph Frazer deixa a sociedade em 1951, que passa a se chamar Kaiser Motors Corporation. Antigo topo de linha da Frazer, o modelo Manhattan assume o sobrenome Kaiser e agrega ar-condicionado, rádio e direção com assistência hidráulica.

    Caríssimo, o sedã hardtop Dragon surgiu em 1953 com um padrão de acabamento muito acima da média.

    A disputa pelo mercado fez Ford e GM derrubarem seus preços, prejudicando pequenos fabricantes como a Kaiser. Oldsmobile e Cadillac ganharam grande prestígio com seus motores V8 de alta compressão, mas Henry Kaiser manteve-se fiel à filosofia do automóvel barato, bonito, confortável e econômico.

    Focada nos utilitários Jeep, a empresa adquire a Willys-Overland em 1953 e muda seu nome para Kaiser-Willys Corporation.

    A produção dos automóveis de passeio Kaiser foi encerrada em 1955: o ferramental foi enviado à Argentina e deu origem ao sedã Carabela, primeiro automóvel da sociedade de economia mista Industrias Kaiser Argentina.

    Kaiser DeLuxe 1951
    Motor: 6 cilindros em linha de 3,7 litros; 115 cv a 3.650 rpm; 25,8 mkgf a 1.800 rpm; câmbio automático de 4 marchas
    Carroceria: fechada, 4 portas, 6 lugares
    Dimensões: comprimento, 534 cm; largura, 188 cm; altura, 153 cm; entre-eixos, 314 cm; peso, 1.520 kg
    Desempenho: 0 a 96 km/h em 19,8 segundos; velocidade máxima de 141 km/h

     

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